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Como a sequência didática pode apoiar o ensino dos gêneros textuais?

Portal Escrevendo o Futuro

15 de março de 2023

A sequência didática é uma metodologia que pode auxiliar o trabalho com os gêneros textuais nas aulas de Língua Portuguesa. Trata-se de um conjunto de atividades que, ligadas entre si, estabelecem um grau crescente de complexidade na apresentação dos conteúdos, oferecendo modelos e indicando caminhos para que a turma se aproprie dos gêneros que fazem ou farão parte de seu repertório de aprendizagem.

Esta metodologia não é utilizada exclusivamente para o ensino de Língua Portuguesa, podendo servir de apoio para professoras e professores de qualquer disciplina na organização e apresentação de conteúdos gradativamente, partindo de conhecimentos que as(os) estudantes já dominam para chegar em saberes mais complexos.

No entanto, quando o assunto é o ensino e aprendizagem de gêneros textuais, a sequência didática pode ser uma grande aliada, pois além de possibilitar a apresentação de características singulares dos textos de forma gradual, observando o ritmo de aprendizado da turma, também é possível propor atividades que articulem a leitura, a escrita, a oralidade e os aspectos gramaticais da língua para uma compreensão mais ampla dos usos e funções dessas práticas da linguagem.

Alguns dos princípios básicos que devem ser observados na criação e realização de uma sequência didática são: o resgate de conhecimentos prévios das(os) estudantes, a proposição de atividades que subsidiem a elaboração sobre o tema, a leitura de autoras e autores relevantes para ampliação do repertório e a construção de um espaço de interlocução para a apreciação e avaliação dos textos produzidos pela turma.

Para auxiliar professoras e professores na utilização de sequências didáticas para planejar e organizar o trabalho pedagógico com diversos gêneros textuais, selecionamos, neste especial, desde artigos reflexivos sobre esta metodologia até conteúdos teóricos e de orientação para a prática sobre contos, crônicas, artigos de opinião, poemas, dentre outros gêneros orais, multissemióticos e multimidiáticos para você trabalhar com suas alunas e alunos.

 

A sequência didática como metodologia de trabalho com gêneros textuais

Confira artigos e vídeos que trazem reflexões sobre como a sequência didática pode auxiliar o trabalho com os gêneros textuais na escola:

  • A sequência didática é uma metodologia de ensino que apoia a preparação de aulas e a organização de conteúdos, tendo em vista princípios como o resgate de conhecimentos prévios da turma e a ampliação de repertório sobre o tema abordado. Para saber mais, leia o texto Sequência didática - por que trilhar o caminho proposto, de Sônia Madi, publicado na edição nº 23 da revista Na Ponta do Lápis.

  • Em Sequência didática e ensino de gêneros textuais, a autora Heloísa Amaral aborda de forma bastante objetiva o que são as sequências didáticas e o que é preciso para utilizá-las para o ensino de gêneros textuais.

  • Joaquim Dolz é, na atualidade, um dos maiores especialistas no ensino de línguas com base em gêneros textuais. Confira o conteúdo Os cinco ‘novos’ desafios para o ensino da língua portuguesa que traz uma conferência realizada com este pesquisador abordando, dentre outros temas, o trabalho com as sequências didáticas para pensar o ensino gêneros textuais no componente de Língua Portuguesa.

 

Crônicas

A crônica é um gênero textual que se caracteriza por suas imprecisões. Um tanto jornalístico e significativamente literário, se consolidou como o registro, às vezes poético, às vezes humorístico, do cotidiano. Não é conto, embora seja construído em prosas curtas, não é poesia, mas toca nossa subjetividade, e também não é reportagem, ainda que publicada em jornais ou blogs de notícias. É um modo particular de narrativa, que aproxima a(o) autora(or) de leitoras e leitores, em um diálogo sobre a história maior que há por detrás das miudezas da vida.

Conheça mais sobre esse gênero:

  • Em “Esses cronistas maravilhosos e suas palavras voadoras”, o professor de literatura Jorge Miguel Marinho, em tom bastante cronístico, conta por que a crônica se ambientou tanto às formas de expressão da literatura brasileira e situa a sua chegada e desenvolvimento no país. Já o texto  "O gênero textual crônica", de Heloísa Amaral, faz um panorama geral sobre a origem da crônica e suas características mais marcantes.

  • Assista também ao vídeo Crônica – O requinte da simplicidade, no qual a escritora e “cronista de ofício” Cidinha da Silva conta sobre seu processo de escrita, seus temas motivadores e dá dicas para quem está começando a se aventurar pelo gênero.

Veja sequências didáticas e orientações para a prática com atividades para trabalhar com crônicas em suas aulas:

 

Artigos de opinião

O artigo de opinião é um gênero do campo jornalístico que desempenha um papel importante na educação para a cidadania de crianças e jovens. Para escrever um artigo de opinião, as(os) estudantes são encorajadas(os) a envolver-se com temas locais, nacionais ou globais; refletir sobre questões sociais, econômicas ou culturais que afetam uma comunidade; dialogar com as diversas vozes que constituem o debate público, expondo problemas e propondo soluções; e integrar uma agenda política e participar de instâncias onde ocorrem tomadas de decisões.

Conheça mais sobre esse gênero:

  • Leia o artigo Argumentação, cidadania e participação social: o gênero discursivo artigo de opinião na Olimpíada, de Ivoneide Bezerra de A. S. Marques, publicado na edição nº 34 da revista Na Ponta do Lápis, sobre a importância de ler e escrever textos argumentativos na escola e o papel do artigo de opinião no letramento cívico de estudantes. A autora ainda analisa textos de alunas e alunos considerando alguns critérios avaliativos como adequação ao gênero, adequação linguística, marcas de autoria, dentre outros, e refletindo sobre alguns dos problemas mais recorrentes na escrita desse gênero.

  • No vídeo Regulamentação de fake news: censura ou civilidade?, o professor Felipe Leal aproveita os conceitos de notícia falsa e desinformação para trazer dicas de como organizar as ideias em um texto argumentativo.

  • Aproveite e assista ao seminário Ecos das cidades na voz  dos jovens, com a participação de Alexandre Pereira, Eliane Brum e João Alegria, comentando suas impressões e análises sobre artigos de opinião escritos por estudantes que participaram do concurso de produção de textos Olimpíada de Língua Portuguesa, entre os anos de 2008 e 2012.

  • Assista também ao vídeo Artigo de opinião: Ideias em debate que enfoca três momentos de um trabalho realizado a partir do tema “Amazônia: devemos priorizar o desenvolvimento econômico ou a preservação da floresta?”: a preparação para o debate, a realização de um debate regrado e a escrita de um artigo de opinião.

Veja sequências didáticas e orientações para a prática com atividades para trabalhar com artigos de opinião em suas aulas:

  • Confira o Caderno Docente "Pontos de vista" que traz 11 oficinas, com atividades alinhadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), para trabalhar a leitura e escrita de artigos de opinião em sala de aula.

  • Acesso a sequência didática Como trabalhar a participação política por meio de artigos de opinião, elaborada pela professora Ana Paula Severiano, que propõe a produção de texto a partir do tema da participação política das juventudes brasileiras na atualidade.

  • Veja ainda a sequência didática Leitura de artigo de opinião, escrita pela professora Margarete Schlatter, que busca criar oportunidades para a formação de leitores proficientes a partir de uma leitura aprofundada do texto "Tá com dó do refugiado? Leva pra casa!", do articulista Leonardo Sakamoto.

 

Poemas

O poema é um gênero textual que se manifesta, sobretudo, nas infinitas possibilidades de se jogar com as palavras. A sua composição pode ou não apresentar rimas; pode desfrutar de ritmo e cadência ou dispensar qualquer musicalidade; pode ainda se organizar em estruturas previsíveis e regulares ou desafiar leitoras e leitores com suas variações. As formas pelas quais os poemas chegam ao mundo são múltiplas e inventivas, no entanto, há algo que não pode ficar de fora: a poesia. E o que é a poesia?

Amplie seu repertório cultural sobre esse gênero:

Veja sequências didáticas e orientações para a prática com atividades para trabalhar com poemas em suas aulas:

  • Acesse o Caderno Docente "Poetas da escola" que traz 13 oficinas, com atividades alinhadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), para trabalhar a leitura e escrita de poemas em sala de aula.

  • Confira o conteúdo Sequências Didáticas - Poema, elaborado por Diego Grando e Melissa Kuhn Fornari, que busca articular atividades como leitura de poemas e identificação de efeitos de sentido, reflexão linguística e propostas de produção escrita, contemplando o levantamento de hipóteses, o compartilhamento de experiências e sensações de sua turma.

  • No plano de aula Literatura LGBTQIAPN+: poema e sarau, a autora Lua Lucas propõe explorar com estudantes os processos de visibilidade e sensibilização para as questões que envolvem as vivências da comunidade LGBTQIAPN+, a partir da leitura do poema "Eu existo", de Luan Bressanini, e realização de um sarau.

 

Documentários

Você já pensou em trabalhar com documentário em suas aulas? Por sua abrangência social e cultural, este gênero propicia o ensino de saberes diversos do componente de Língua Portuguesa, por exemplo: integração de múltiplas semioses, argumentação, progressão temática, coesão e coerência textual etc. Além disso, abordar o documentário com sua turma permite que suas alunas e alunos não apenas se familiarizem com o funcionamento da linguagem do audiovisual em geral, como também desenvolvam condições de ter uma postura mais crítica a respeito da representação do mundo em imagens em movimento.

Conheça mais sobre esse gênero:

Veja sequências didáticas para trabalhar com documentários em suas aulas:

  • O Caderno Docente "Olhar em movimento: cenas de tantos lugares" é um material de orientação para a prática, estruturado em blocos de atividades, que propõe um trabalho com o documentário, buscando exercitar uma forma de olhar para este gênero e/ou produzi-lo com sua turma.

 

Contos e microcontos

O conto é um gênero textual literário que se destaca por sua habilidade de contar uma história curta a partir de uma estrutura narrativa bastante concisa. A capacidade de síntese é um elemento essencial no desenvolvimento do conto pois, de maneira breve, é preciso arquitetar um enredo que articule narradores e seus pontos de vista, personagens bem construídos, cenários vívidos e um ritmo cuidadosamente cadenciado para produzir efeitos de sentido como antecipação, surpresa e suspense. Este gênero ganhou versões ainda mais breves de si mesmo, como os microcontos, que usando o mínimo de caracteres possível ainda é capaz de contar uma boa história.

Conheça mais sobre esse gênero:

  • O curso on-line oferecido pelo Programa Escrevendo o Futuro, “O processo da escrita: nos passos do miniconto”, convida educadoras(es) a vivenciar uma sequência didática para a produção de um miniconto e aprofundar seus conhecimentos sobre o ensino da produção escrita. Clique aqui para conhecer o programa do curso e fazer sua inscrição.

  • Leia o texto O conto maravilhoso de tradição oriental que faz um resgate da linha genealógica deste gênero e suas origens associadas a tradições orais, além de traçar semelhanças e diferenças entre contos maravilhosos orientais e contos de fada típicos de culturas ocidentais.

  • Saiba mais sobre microcontos em A onda dos microcontos, de Carlos Seabra, e assista à entrevista com o escritor sobre este gênero, sua história recente e as possibilidades de trabalho em sala de aula.

Veja sequências didáticas para trabalhar com contos e microcontos em suas aulas:

 

Gêneros multissemióticos e multimidiáticos

Cada vez mais temos contato em nosso cotidiano com gêneros multissemióticos e multimidiáticos, que apontam para a constante atualização e reflexão da realidade dinâmica e diversificada das práticas sociais de comunicação. Isso significa que a escola deve preocupar-se em ofertar para alunas e alunos experiências que contribuam para um letramento amplo e diverso, ou seja, para letramentos, no plural, contemplando uma série de gêneros como infográficos, memes, sinopses de plataformas de streamings, que dialogam com as práticas de linguagem contemporânea e o desenvolvimento do pensamento crítico de estudantes.

Conheça mais sobre a perspectiva dos diversos letramentos para pensar o ensino e aprendizagem de gêneros textuais:

  • Na entrevista Pedagogia dos multiletramentos, a professora Roxane Rojo fala sobre a evolução do conceito de letramento, letramentos (no plural) e novos letramentos, acompanhando o desenvolvimento da forma de uso das práticas de escrita e leitura na sociedade. A entrevista também ganhou uma versão escrita e foi publicada na edição nº 27 da revista Na Ponta do Lápis. Leia aqui: Por novos e múltiplos letramentos.

  • No artigo As práticas de linguagem contemporâneas e a BNCC, publicado na edição nº 31 da revista Na Ponta do Lápis, a professora e pesquisadora da Unicamp Jacqueline P. Barbosa reflete sobre algumas características dessas práticas, as justificativas de sua presença no currículo e na escola e apresenta sugestões de como organizar atividades e abordar as questões que envolvem os múltiplos letramentos na escola.

  • Leia também o artigo Do letramento da letra aos letramentos digitais no ensino de Língua Portuguesa, publicado na edição nº 36 da revista Na Ponta do Lápis, no qual a autora Jordana Thadei apresenta possibilidades de trabalhos com alguns gêneros que se manifestam a partir de práticas de linguagem contemporâneas.

Veja sequências didáticas e orientações para a prática com atividades para trabalhar com gêneros multissemióticos e multimidiáticos em suas aulas:

  • Acesse a sequência didática A/O estudante pesquisador/a: conhecendo o chão da minha escola, da professora Talita Zanatta, com propostas para refletir sobre o papel da pesquisa como instrumento para conhecer e divulgar informações importantes sobre a sociedade e atividades para orientar sua turma na elaboração de um infográfico sobre a comunidade escolar onde está inserida.

  • Confira o material Criando memes: o riso como estratégia argumentativa, também elaborado pela professora Talita Zanatta, e desenvolva atividades com suas alunas e alunos a partir da leitura e interpretação desse gênero textual.

  • Veja ainda a sequência didática Sinopse no estilo “Netflix”: será que essa lenda daria um filme?, de autoria da professora Luciana Soares, que traz exercícios utilizando sinopses de filmes e séries presentes em plataformas digitais para analisar e compreender criticamente a produção de sentidos gerada pela indústria do audiovisual.

 

Gêneros orais

A oralidade como saber escolar está presente nos programas curriculares do ensino de língua portuguesa desde meados do século XIX. No entanto, os objetivos de ensino dos gêneros orais ganharam diferentes contornos de acordo com as concepções e conceitos de língua e práticas de linguagem ocorridas no decorrer do tempo.

Conheça mais sobre esses gêneros:

  • No artigo Oralidade e ensino de língua portuguesa, publicado na edição nº 29 da revista Na Ponta do Lápis, o professor Sandoval Nonato apresenta um panorama histórico sobre as funções da oralidade e os recursos didáticos utilizados em seu ensino para refletir sobre os desafios atuais da linguagem oral nas aulas e currículos de língua portuguesa.

  • Na videoconferência A oralidade também se ensina, o professor Joaquim Dolz trata da necessidade de preparar as(os) estudantes para o uso público da comunicação oral em suas diferentes práticas e modalidades como, por exemplo, expor ideias, explicar conceitos, debater ou entrevistar.

  • No artigo Artes verbais indígenas: portais para uma educação pluriversal, a pesquisadora e escritora Macuxi Sony Ferseck mostra como as poéticas indígenas baseadas na oralidade abordam temas como infâncias, espiritualidade e território, estabelecendo uma relação harmônica com a natureza, e apresenta uma reflexão sobre os modos de entender o próprio fazer educacional a partir da pluriversalidade.

Veja uma sequência didática com atividades para trabalhar a oralidade em suas aulas:

 

Gêneros de escrita íntima

Os gêneros de escrita íntima são aqueles que envolvem a expressão pessoal, reflexiva e subjetiva de autoras e autores. São características desses textos o uso discursivo da primeira pessoa do singular, combinada a uma abordagem introspectiva dos fatos narrados, muitas vezes com o objetivo de registrar pensamentos, experiências e reflexões particulares. Alguns exemplos desses gêneros são: diários, cartas e autobiografias.

Conheça mais sobre esses gêneros e veja sequências didáticas com atividades para você realizar com suas turmas:

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