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sua aula / planos de aula

A contação de história como estratégia pedagógica: oralidade e multidialetismo

Talita Zanatta

23 de março de 2022

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Público-alvo

Estudantes do Ensino Fundamental – Anos Finais

Duração

17 a 19 aulas

Alinhamento à BNCC

2 Competências
6 Habilidades

Público-alvo

Estudantes do Ensino Fundamental – Anos Finais

Duração

17 a 19 aulas

Alinhamento à BNCC

2 Competências
6 Habilidades

A oralidade em foco na escola


Embora a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II traga a oralidade como objeto central da prática pedagógica, assim como da escrita, muitas vezes a expressão da linguagem oral dos estudantes é negligenciada em detrimento do ensino de uma oralidade que siga a norma padrão da Língua Portuguesa. Um exemplo disso é quando escolhemos gêneros textuais mais formais para trabalharmos a oralidade em sala de aula, como debates e seminários.

A oralidade é parte constituinte da linguagem e dos sujeitos, e estudá-la em sala de aula possui diversas dimensões, dentre elas, a valorização e o estudo da língua falada por nossos alunos e alunas. Não basta somente trazermos a variação linguística como tema, estudando as variantes coloquiais, elas precisam ser consideradas como produtoras de conhecimento, como parte da identidade não só de estudantes, mas de toda comunidade escolar, afinal, cada integrante também traz consigo, na oralidade, as marcas de quem são.

O ensino de Língua Portuguesa ainda é visto, principalmente pelos(as) alunos(as), como o ensino da forma correta de falar. Não são raras as vezes em que eles(as) consideram “não saber falar nem o português” ou brincam que determinado(a) colega “assassinou a língua portuguesa”. Essas falas corriqueiras demonstram a baixa autoestima de boa parte dos falantes de português no Brasil, que ao se depararem com a norma padrão sentem-se em desajuste. A linguista Tânia Rezende destaca como a língua pode ser violenta ao ser utilizada como mecanismo de controle, à medida que, quanto mais a oralidade estiver próxima da norma padrão, mais valorizada ela será. No entanto, sabemos que há pesos diferentes entre variantes coloquiais, e questões não apenas linguísticas influenciam no modo como as diferentes oralidades são aceitas ou não. Um exemplo disso é como o racismo aparece no preconceito linguístico, pois o uso do “tá” para dizer “está” não é estigmatizado como “pobrema”. Lélia Gonzalez discorre sobre isso evidenciando as diferenças de tratamento dispensadas às variantes linguísticas oriundas do contato com línguas africanas em relação a outras variantes do português brasileiro:

É engraçado como eles [sociedade branca elitista] gozam a gente quando a gente diz que é Framengo. Chamam a gente de ignorante dizendo que a gente fala errado. E de repente ignoram que a presença desse r no lugar do l nada mais é do que a marca linguística de um idioma africano, no qual o l inexiste. Afinal quem é o ignorante? Ao mesmo tempo acham o maior barato a fala dita brasileira que corta os erres dos infinitivos verbais, que condensa você em cê, o está em tá e por aí afora. Não sacam que tão falando pretuguês.

(GONZÁLEZ, 1983)

Nesse sentido, as aulas de Língua Portuguesa precisam não apenas tratar da variação linguística, mas trazer a oralidade como objeto de conhecimento. Todavia, sendo a escola um espaço de saber legitimado, quando a mesma ignora ou invalida certas oralidades corrobora para a manutenção do preconceito linguístico e das relações de poder que o sustentam. Por isso, estudar a oralidade em sala de aula deve ser sobretudo a valorização da identidade linguística de cada aluno e aluna.

Priorizar o ensino de Língua Portuguesa que privilegia a norma padrão, mesmo que seja bem intencionado, colabora para a naturalização das desigualdades, pois tal prática pedagógica leva a pensar que todo falante do português precisa chegar em um mesmo ponto em comum – o português padrão. Além disso, reproduzimos a ideia de que o exercício da cidadania deve ser conquistado a partir de um conhecimento linguístico, ou seja, não está dado. Nesta visão, o conhecimento da língua padrão garantiria o acesso aos direitos constitucionais de modo que as pessoas que não possuem esse saber linguístico precisariam passar a tê-lo para converterem-se em cidadãos. Em outras palavras, como defende Émerson de Pietri, o objetivo do ensino de Língua Portuguesa ainda é visto como um projeto civilizatório.

O Multidialetalismo e o ensino de Língua Portuguesa


Na escola, por sua vez, existe uma diversidade de dialetos do português e em alguns casos há também a diversidade de línguas. Esse multidialetalismo – a coexistência de variações e dialetos – e multilinguismo – a coexistência de línguas diferentes – são fruto de processos migratórios, das relações entre campo e cidade, centro e periferia e de relações intergeracionais.

Trabalhar a oralidade sob uma perspectiva que não seja a da norma padrão possibilita ao(à) educador(a) promover o respeito às práticas culturais e linguísticas e a autoestima linguística dos(as) estudantes, o que contribui tanto para sua participação em sala de aula como para as relações interpessoais. Além disso, ações pedagógicas, sejam elas de oralidade ou escrita que levam em consideração o multidialetalismo e o multilinguismo, permitem a toda equipe pedagógica conhecer melhor seus alunos, suas alunas e sua comunidade escolar, possibilitando também que esses saberes possam ser utilizados em sala de aula.

Quando as aulas de Língua Portuguesa partem e objetivam essa diversidade, no lugar de promover um ensino que vise a padronização da oralidade e da escrita do português, os(as) estudantes deixam de sentir-se como não falantes e passam a estabelecer outra relação com a língua. Não se trata de não ensinar a norma padrão, mas de não considerá-la o ponto de chegada do ensino, ela é mais uma habilidade, tal qual a expressão coloquial.

Recursos materiais necessários


  • Multimídia.
  • Folha de Almaço.
  • Cópias do conto “Manga verde e o sal também”.
BNCC

Competências Específicas de Língua Portuguesa:

  • Competência específica nº1 
    Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais.

  • Competência específica nº5 
    Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.


Práticas de linguagem / Objetos do conhecimento:

  • Leitura


Objetos de conhecimento:

  1. Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção;
  2. Apreciação e réplica;
  3. Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos.

Habilidades (clique ou passe o cursor do mouse sobre os códigos das habilidades para ler suas descrições):

EF69LP44   Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.  EF69LP46   Participar de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literárias/manifestações artísticas, como rodas de leitura, clubes de leitura, eventos de contação de histórias, de leituras dramáticas, de apresentações teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festivais de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes sociais temáticas (de leitores, de cinéfilos, de música etc.), dentre outros, tecendo, quando possível, comentários de ordem estética e afetiva e justificando suas apreciações, escrevendo comentários e resenhas para jornais, blogs e redes sociais e utilizando formas de expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e podcasts culturais (literatura, cinema, teatro, música), playlists comentadas, fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages, trailer honesto, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de práticas de apreciação e de manifestação da cultura de fãs.  EF69LP47   Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.  

 

  • Produção de textos


Objetos de conhecimento:

  1. Consideração das condições de produção;
  2. Estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão/edição.

Habilidade (clique ou passe o cursor do mouse sobre o código da habilidade para ler sua descrição):

EF69LP51  Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/edição e reescrita, tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário.  

 

  • Oralidade

Objetos de conhecimento:

  1. Produção de textos orais;
  2. Oralização.

Habilidade (clique ou passe o cursor do mouse sobre o código da habilidade para ler sua descrição):

EF69LP53   Ler em voz alta textos literários diversos – como contos de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas líricas, humorísticas, críticas; bem como leituras orais capituladas (compartilhadas ou não com o professor) de livros de maior extensão, como romances, narrativas de enigma, narrativas de aventura, literatura infantojuvenil, – contar/recontar histórias tanto da tradição oral (causos, contos de esperteza, contos de animais, contos de amor, contos de encantamento, piadas, dentre outros) quanto da tradição literária escrita, expressando a compreensão e interpretação do texto por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente, que respeite o ritmo, as pausas, as hesitações, a entonação indicados tanto pela pontuação quanto por outros recursos gráfico-editoriais, como negritos, itálicos, caixa-alta, ilustrações etc., gravando essa leitura ou esse conto/reconto, seja para análise posterior, seja para produção de audiobooks de textos literários diversos ou de podcasts de leituras dramáticas com ou sem efeitos especiais e ler e/ou declamar poemas diversos, tanto de forma livre quanto de forma fixa (como quadras, sonetos, liras, haicais etc.), empregando os recursos linguísticos, paralinguísticos e cinésicos necessários aos efeitos de sentido pretendidos, como o ritmo e a entonação, o emprego de pausas e prolongamentos, o tom e o timbre vocais, bem como eventuais recursos de gestualidade e pantomima que convenham ao gênero poético e à situação de compartilhamento em questão.  

 

  • Análise linguística/semiótica

Objeto de conhecimento:

  1. Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários.

Habilidade (clique ou passe o cursor do mouse sobre o código da habilidade para ler sua descrição):

EF69LP54   Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e cinésicos, como as variações no ritmo, as modulações no tom de voz, as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos por meio da estrofação, das rimas e de figuras de linguagem como as aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a postura corporal e a gestualidade, na declamação de poemas, apresentações musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa quanto nos gêneros poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de figuras de linguagem, tais como comparação, metáfora, personificação, metonímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese e os efeitos de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções adjetivas, orações subordinadas adjetivas etc.), que funcionam como modificadores, percebendo sua função na caracterização dos espaços, tempos, personagens e ações próprios de cada gênero narrativo.  

 

Objetivos gerais


  1. Ver uma contação de histórias.
  2. Ler o conto “Manga verde e o sal também” do escritor Ondjaki, publicado no livro Os da minha rua.
  3. Entrevistar um(a) contador(a) de histórias.
  4. Escrever e reescrever uma história a ser contada oralmente.

 

 

 

 

 

 

Roteiro de atividades

Roteiro de atividades

1ª Etapa: Introdução – Apresentação do gênero textual contação de histórias (2 aulas)

Objetivo:

  • Identificar as características do que é a contação de histórias.

 

Atividades:

1. Destaque como todos(as) são potenciais contadores de histórias, uma vez que já fazemos isso em nosso dia a dia quando falamos com amigos(as) e familiares. Para sensibilizar os(as) estudantes, pergunte se eles e elas se lembram de alguma contação de história, pode ter sido em casa, na escola, em algum centro cultural. Estimule o grupo a contar sobre suas experiências.

2. Diferencie a contação de história da leitura de um livro. Na contação, o livro não aparece, a história pode basear-se nele, mas o(a) narrador(a) não deve ler o texto. Mesmo uma leitura em voz alta e compartilhada não se trata de uma contação. Para mostrar um exemplo de Contação de História, mostre o vídeo do contador de história Magno Rodrigues Faria.

A partir do vídeo, analise a composição narrativa: o conflito, sua gradação, o clímax e o desfecho. Pontue com os(as) alunos(as) como, apesar de o texto ser falado, é preciso um roteiro para a contação. É importante que os(as) estudantes compreendam que esse planejamento não significa decorar falas ou lê-las. A contação de história preza pela espontaneidade da oralidade e da linguagem coloquial. Outro ponto a ser destacado do vídeo é o modo como corpo do contador Magno também utilizado como estratégia narrativa. Converse com os(as) alunos(as) como o tom de voz, as expressões faciais, os movimentos corporais compõe a história tanto quanto as palavras.

2ª Etapa: Contação de história na sala de aula (2 aulas)

Objetivos:

  • Analisar os elementos que constituem a contação de história.
  • Entrevistar um(a) contador(a) de histórias.

 

Atividades:

Pré-aula: Para aprofundar a diferença entre contação de história e leitura compartilhada, recomenda-se a leitura do texto “Oralidade e aprendizagem: Uma reflexão sobre a contação de histórias e a mediação de leitura no processo de alfabetização e letramento”, de Mariana Portis.

1. Organize uma contação de histórias para os(as) alunos(as). Essa atividade pode ser feita por você, por outro(a) professor(a) ou algum(a) convidado(a). Antes da contação, peça aos(às) estudantes para pensarem em perguntas e dúvidas que possuem sobre esse gênero textual.

Para ajudar, proponha algumas perguntas como:

  1. Como ele ou ela escolhe uma história?
  2. Como a entonação da fala interfere na interpretação e reação do público?
  3. Como ele ou ela planeja e se prepara para contar uma história?
  4. Qual a relação entre o gesto, a expressão facial e a palavra?

2. Após a contação, organize uma conversa entre os(as) estudantes e o(a) contador(a) de histórias. Os(As) estudantes devem fazer as perguntas planejadas e outras que surgirem durante a conversa. O grupo pode anotar ou gravar as respostas individualmente. Esse registro será pessoal e será utilizado como inspiração na hora da criação literária.

3. Peça para os alunos e as alunas escreverem um texto breve sobre o que gostaram da contação de história e o que mais lhes chamou a atenção.

3ª Etapa: Conto “Manga verde e o sal também” (4 aulas)

Objetivos:

  • Leitura compartilhada do conto “Manga verde e o sal também”.
  • Contação oral do conto escrito.

 

Atividades:

1. Contextualizar o conto “Manga verde e o sal também” do escritor angolano Ondjaki. Apresentar que a história faz parte do livro Os da minha rua, o qual traz histórias da infância do escritor. Além disso, o autor traz em sua escrita a influência da oralidade.

O conto “Manga verde e o sal também” faz parte do livro Os da minha rua, livro de memórias do escritor angolano Ondjaki, publicado pela primeira vez em 2007. Este livro de memórias mescla características dos gêneros textuais conto e crônica, e nele Ondjaki conta suas histórias de infância recheadas de expressões orais. No conto “Manga verde e o sal também”, o autor narra um dia em que estava com os primos em casa, e eles combinam de roubar um pouquinho do sal da avó para comerem com manga verde. A maestria narrativa está em como essa história simples é contada com uma linguagem poética que traz à tona a oralidade luandense. A escolha por esta história se deu principalmente pela linguagem multilingue e multidialetal.

2. Em roda, faça uma leitura compartilhada do conto, enumere algumas palavras que os(as) alunos(as) não conheçam. Em conjunto, pelo contexto da história, tente encontrar possíveis significados para elas.

3. Converse com os(as) estudantes sobre a história, suas interpretações, sobre o que acharam.

4. Divida os(as) alunos(as) em duplas e trios e peça para que recontem a história. Nesta etapa recolha as folhas com o conto impresso. Após as contações, comente as diferenças que aparecem entre ler e contar a história, converse sobre quais elementos do texto apareceram e quais foram subtraídos.

4ª Etapa: Planejando uma história (2 aulas)

Objetivo:

  • Escrever uma história para ser contada oralmente.

 

Atividades:

1. Separe os(as) estudantes em duplas ou trios.

2. Peça a cada grupo para conversarem sobre histórias engraçadas que viveram, pode ser uma briga com o irmão, ou um dia que estavam empinando pipa. O mais importante é que a história seja significativa para quem está contando. Cada grupo deve listar as histórias contadas.

3. O grupo deve escolher ou juntar as histórias contadas. Assim como a história do menino teimoso que reunia um monte de peripécias, os(as) alunos(as) podem criar uma história em que a personagem viva momentos de todas as histórias contadas, ou escolher a história que consideraram mais legal. Isso será decidido por cada grupo.

4. Escrever o primeiro planejamento da contação de história. A escrita da história deve ser o mais fiel possível da oralidade. O planejamento precisa levar em consideração que a contação de histórias terá de 3 a 6 minutos.

5ª Etapa: Ensaio e reelaboração 1 da contação de história (2 aulas)

Objetivos:

  • Ensaiar a contação de história.
  • Realizar uma autoavaliação da contação de histórias.
  • Reescrever o roteiro da contação de histórias.

 

Atividades:

1. Organize os grupos em diferentes lugares da escola para que eles(as) possam ensaiar a contação. Cada grupo deverá gravar o vídeo do ensaio. Esse vídeo será utilizado como registro do processo e também será utilizado como base para o próprio grupo analisar as estratégias narrativas utilizadas. Nessa etapa, lembre aos(às) estudantes que não se trata de um teatro, por isso a história deve ser dividida igualmente entre todos os(as) integrantes. Essa separação não deve ser feita por personagens, mas por tempo.

2. Cada grupo deverá assistir à própria gravação e repensar tanto o texto oral como a linguagem corporal.

3. Os grupos irão reescrever o planejamento. Agora além da história, eles deverão marcar a entonação e a linguagem corporal (se estarão de pé, sentados, corcundas, tremendo, etc).

4. A contação com as novas mudanças deverá ser ensaiada novamente.

6ª Etapa: Contação de história 1 e reelaboração (2 aulas)

Objetivos:

  • Contar a história para os(as) colegas.
  • Avaliar a contação de histórias.
  • Reescrever o roteiro da contação de histórias.

 

Atividades:

1. Outra vez, organize os grupos em diferentes lugares da escola, mas agora dois grupos devem estar juntos, pois um grupo contará sua história para o outro.

2. Os grupos conversarão sobre o que acharam das apresentações e darão ideias e sugestões uns aos outros.

3. A partir da troca entre os(as) estudantes, cada grupo deverá reelaborar seu planejamento, podendo alterar o texto ou as marcações da linguagem corporal. Não existe número máximo ou mínimo de alterações.

7ª Etapa: Contação de história final (2 a 4 aulas)

Objetivos:

  • Contar a história para os(as) colegas.
  • Apreciação das contações dos(as) colegas.

 

Atividades:

1. Sugere-se que a disposição da sala de aula seja mudada para as contações de história ou outro espaço da escola seja utilizado, não há necessidade de palco ou microfone.

2. Contação de história de cada um dos grupos.

3. Caso haja essa possibilidade na escola, os(as) estudantes podem contar a história para turmas mais novas.

8ª Etapa: Relato de experiência sobre a sequência didática (1 aulas)

Objetivo:

  • Conversar sobre o processo da atividade.

 

Atividades:

1. Após todas as apresentações, faça uma roda de conversa com os(as) estudantes sobre como foi a criação da contação de histórias, pergunte sobre as dificuldades, os desafios e o que mais gostarem de fazer durante o processo.

2. Peça para os(as) alunos(as) registrarem em áudio o que acharam de seu processo de aprendizagem. Estabeleça que o áudio deverá ter de 2 a 3 minutos. Indique a plataforma (Drive, E-mail, etc) para onde os áudios devem ser enviados. Eles são parte do processo da atividade.


Referências

ONDJAKI. Manga verde e o sal também. In: Os da minha rua. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2007. (Coleção ponta de lança).

PORTIS, Mariana Antunes. “Oralidade e aprendizagem: Uma reflexão sobre a contação de histórias e a mediação de leitura no processo de alfabetização e letramento”. Plataforma de Pesquisas - A Casa Tombada, acesso em 10 de setembro de 2021, http://biblioteca.acasatombada.com.br/items/show/1760.

Sobre a autora

Sobre a autora

Talita Zanatta é professora de Língua Portuguesa da rede municipal de São Paulo. Pós-graduada em Narração Artística pela Casa Tombada e Mestranda em Educação e Linguagens, pela Universidade de São Paulo (USP).

Contato: tali.zanatta@gmail.com

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