Uma festa para os livros e para a leitura
livros, formação leitora, literatura, feiras literárias
Olha só tudo o que acontece na minha aula!
Vamos começar lembrando algo do nosso cotidiano escolar. Quantas vezes os acontecimentos da nossa sala de aula dão histórias para contar aos colegas, amigos e familiares? Aquela sensação boa de uma atividade que deu certo, aquela alegria de ver um aluno desmotivado se engajar na aula, aquele momento de tensão ao lidar com uma desavença séria entre alunas…
Ao rememorar essas histórias compartilhadas, você pode ter se lembrado também de como contextualizou aquele acontecimento específico, parou para explicar quem era uma certa pessoa, voltou para dar aquele detalhe da cena que só mais adiante você percebeu que era crucial. Às vezes basta um movimento no rosto do nosso interlocutor para a gente perceber que precisa retomar, fazer algum reparo ou expansão, se explicar. E isso pode ser diferente de interlocutor para interlocutor, dependendo da proximidade ou da distância entre nós, da familiaridade que julgamos que a pessoa tem ou não tem com os elementos da história, dos pressupostos que compartilhamos ou não.
Conforme vamos vendo o que precisa ser dito e o que pode ficar implícito ou presumido, vamos ajustando o que contamos. Esses ajustes quase sempre envolvem a seleção das informações, mas também os recursos expressivos para contar, nomes e termos, alterações de ritmo e ênfase, retomadas. Por vezes nos valemos até da qualidade da voz que damos aos nossos enunciados, como quando damos vozes às personagens da nossa contação.
Quando contamos, sempre contamos para alguém específico, não é mesmo? Por isso, pense em quem você gostaria de ter como sua interlocutora para relatar uma experiência importante que você vivenciou na escola. Dessas histórias que você lembrou, tem alguma que envolve um trabalho com uma turma específica? Esse projeto teve bons resultados? Ou nem tanto assim? O que tornou esse trabalho interessante, diferente, desafiador, relevante? O que dessa experiência fez você refletir? O que você mais aprendeu com ela? O que foi importante na sua experiência que você quer muito que sua interlocutora veja também?
Para ajudar na seleção dessa experiência, considere:
Ao selecionar a história que vai contar, lembre-se de que uma narrativa que ficou em nossa memória tem um significado próprio que temos de descobrir, o que significa tentar escolher nela a questão mais profunda entre várias questões que ela nos apresenta. Nesse sentido, relatar fracassos é geralmente mais instrutivo do que relatar vitórias, tanto para quem lê, quanto especialmente para quem tenta entender, ao organizar seu relato, as causas desse fracasso. (GUEDES, 2009, p. 170)
Pé na estrada
Busque na memória um momento da sua experiência profissional que você gostaria de rememorar para refletir e compartilhar com um/a colega. Imagine que você acaba de ter essa experiência com a sua turma de estudantes e que quer contá-la para algum/a colega na sua escola. Grave um áudio sobre essa história e diga o que você aprendeu com ela. Se achar que o aúdio ficou legal, mande a gravação para uma colega próxima e pergunte o que ela achou.
Agora vamos assistir a alguns relatos de professoras sobre uma experiência de ensino. Escolha dentre as opções os que você quer assistir. Logo abaixo dos relatos, você encontrará algumas sugestões de questões para refletir enquanto assiste. Se quiser, vá fazendo anotações para depois discutir com os/as colegas o que achou mais interessante no(s) relato(s) e o que mais você gostaria de saber sobre ele(s).
Relatos de prática
Após assistir aos relatos das professoras-autoras, converse com colegas.
Na conversa que vocês tiveram, vocês devem ter notado que as professoras-autoras deram informações iniciais para situar o interlocutor no cenário em que se dá a história. Sem serem exaustivas, elas apresentaram a comunidade escolar e a turma brevemente, destacando alguma característica fundamental para enquadrar o relato. Elas também deixaram expressa a posição em que estavam, situando assim a perspectiva particular da narração. Logo se detiveram em um momento decisivo, marcado na memória, que sinaliza o tema que cada uma delas considera importante e quer compartilhar para reflexão pessoal em parceria com o(a) interlocutor(a).
Vocês devem ter percebido ainda que, ao longo da narração dos episódios, elas pormenorizaram episódios, aí sim descrevendo, com detalhes e exemplos, algumas poucas marcas de referências cruciais, de modo que a pessoa para quem elas contam e sobretudo nós, interlocução projetada pela gravação, possamos estar na cena com elas e apreciar o que está sendo posto em foco para reflexão conosco.
Pé na estrada
Imagine que você quer contar a mesma experiência que gravou anteriormente agora para algum/a colega que tem pouca familiaridade ou nem conhece o seu contexto escolar. Grave um áudio contando a mesma história e mostre o que você aprendeu com ela.
Uma festa para os livros e para a leitura
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BNCC, letramentos, práticas de linguagem contemporâneas, multimodalidade, multissemiose, ensino e aprendizagem de língua portuguesa
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