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Letramentos e as práticas de linguagem contemporâneas na escola

Escrevendo

19 de junho de 2024

Do que exatamente estamos falando quando integramos as práticas de linguagem contemporâneas como objeto de ensino da Língua Portuguesa?

A língua é constituída a partir da mobilização de diferentes saberes: cognitivos, linguísticos e sociolinguísticos, discursivos e textuais, multimodais, culturais, críticos e criativos. Todas essas dimensões se concretizam e se realizam em diversos gêneros textuais, cada vez mais multissemióticos e multimidiáticos, que se atualizam e refletem a realidade dinâmica e diversificada das práticas sociais de comunicação no mundo atual.

É papel da escola ofertar para alunas e alunos experiências que contribuam para um letramento amplo e diverso, ou seja, para letramentos, no plural. Isso significa proporcionar às suas turmas um contato com as várias formas de produzir, criar, ler, interpretar, interagir, categorizar, compreender e também de se relacionar com a palavra – consequentemente, com o que é dito por ela e como.

Um ponto importante de ser mencionado é que promover empoderamento e autonomia no uso das diversas práticas de linguagem deve necessariamente pressupor o protagonismo de estudantes: muitas dessas práticas de linguagem da atualidade se constituem como formas de expressão próprias das juventudes, como é o caso da cultura digital, por exemplo, situando as alunas e alunos também como produtores desses conhecimentos.

O estudo das práticas de linguagem (leitura, escrita e produção de textos, oralidade e conhecimentos linguísticos) deve refletir um compromisso com uma educação linguística abrangente, inclusiva e contextualizada, ou seja, ancorada no contemporâneo, e que prepara crianças e jovens para o desenvolvimento de uma postura crítica diante das redes discursivas compartilhadas pela sociedade, para a participação ativa e informada na vida pública, e para a reflexão sobre o papel da linguagem na construção de identidades individuais e coletivas.

Confira, neste especial, conteúdos como artigos, planos de aula, projetos de escrita e relatos de professoras e professores sobre abordagens e perspectivas de trabalho com as práticas de linguagem contemporâneas na escola.

 

Reflexão teórica

Leia artigos e conteúdos reflexivos que abordam o tema das práticas de linguagem contemporâneas para pensar o ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa na perspectiva dos diversos letramentos que devem estar presentes na escola:

  • Pedagogia dos multiletramentos: em entrevista gravada para o Programa Escrevendo o Futuro, Roxane Rojo, professora do departamento de Linguística Aplicada da Unicamp, fala sobre a evolução do conceito de letramento, letramentos (no plural) e novos letramentos, acompanhando o desenvolvimento da forma de uso das práticas de escrita e leitura na sociedade. A entrevista também ganhou uma versão escrita e foi publicada na edição nº 27 da revista Na Ponta do Lápis. Leia aqui: Por novos e múltiplos letramentos.

  • As práticas de linguagem contemporâneas e a BNCC: neste artigo publicado na edição nº 31 da revista Na Ponta do Lápis, a professora e pesquisadora da Unicamp Jacqueline P. Barbosa reflete sobre algumas características dessas práticas, as justificativas de sua presença no currículo e na escola e apresenta sugestões de como organizar atividades e abordar as questões que envolvem os múltiplos letramentos na escola.

  • Do letramento da letra aos letramentos digitais no ensino de Língua Portuguesa: os avanços tecnológicos favorecem o surgimento de novas combinações de linguagens, de formas de interagir, de se relacionar e de exercer a cidadania, colocando em jogo a necessidade de se falar em multi e novos letramentos. Neste artigo publicado na edição nº 36 da revista Na Ponta do Lápis, a autora Jordana Thadei apresenta possibilidades de trabalhos com alguns gêneros que se manifestam a partir de práticas de linguagem contemporâneas.

  • Desafios dos (multi)letramentos nas nuvens: as tecnologias de cultura de massas (rádio e TV) como as da cultura das mídias ainda encontram dificuldades para serem incorporadas às práticas de letramento da escola. Neste artigo publicado na edição nº 22 da revista Na Ponta do Lápis, Roxane Rojo convida professoras(es) a refletirem sobre a urgência de incorporar as práticas do multiletramento à formação de suas alunas e alunos.

  • A leitura do hipertexto no contexto de formação de educadores : neste artigo, publicado na edição nº 22 da revista Na Ponta do Lápis, a autora Márcia Coutinho Ramos Jimenez reflete sobre as diversas habilidades de leitura que precisam ser desenvolvidas diante das mudanças que a cultura digital vem promovendo nas formas de comunicação do mundo atual.

 

Orientação para a prática

Acesse planos de aula e projetos de escrita que propõem atividades com gêneros e textos multissemióticos e multimidiáticos, como infográficos, memes, sinopses de plataformas de streamings, e dialogam com as práticas de linguagem contemporânea e o desenvolvimento do pensamento crítico de estudantes:

  • A/O estudante pesquisador/a: conhecendo o chão da minha escola: neste plano de aula, a professora Talita Zanatta propõe uma reflexão sobre o papel da pesquisa como instrumento para conhecer e divulgar informações importantes sobre a sociedade e traz atividades para orientar sua turma na elaboração de um infográfico sobre a comunidade escolar onde está inserida.

  • Criando memes: o riso como estratégia argumentativa: conheça mais sobre memes neste plano de aula, elaborado pela professora Talita Zanatta, e desenvolva atividades com suas alunas e alunos a partir da leitura e interpretação desse gênero textual.

  • Sinopse no estilo “Netflix”: será que essa lenda daria um filme?: incentivar o protagonismo de estudantes partindo do que já conhecem sobre o mundo dos streamings é um dos objetivos desse plano de aula, de autoria da professora Luciana Soares. Confira exercícios que utilizam sinopses de filmes e séries presentes em plataformas digitais para analisar e compreender criticamente a produção de sentidos gerada pela indústria do audiovisual.

  • Booktube: potencializando a leitura literária e as práticas letradas digitais: neste projeto de escrita, as professoras Aline Carolino e Lucimere Santos propõem atividades para estimular práticas de leitura e escrita multimodais, aproximando e relacionando os campos da literatura e da tecnologia.

  • Estudantes combatendo fake news: compreender o fenômeno das fake news intensificado pelo avanço da cultura digital, analisar os impactos sociais e políticos causados por sua disseminação e desenvolver uma postura crítica e combativa em relação à produção de notícias falsas são algumas das propostas desse projeto de escrita, elaborado pela professora Vanessa Cristina de Jesus.

  • “Produção de fanfics: um jeito de aprimorar letramentos”: valorizar a multiculturalidade e os multiletramentos na comunidade Redentora (RS) foi um dos objetivos do projeto de escrita desenvolvido pela professora Eliana Amaral Costa, que partiu de poemas, músicas, danças do Grupo Tenência Gaúcha e também dos indígenas do Guarita para a produção de fanfics, um gênero popular da internet.

 

Documentário: um gênero do contemporâneo

Você já pensou em trabalhar com documentário em suas aulas? Por sua abrangência social e cultural, este gênero propicia o ensino de saberes diversos do componente de Língua Portuguesa, por exemplo: integração de múltiplas semioses, argumentação, progressão temática, coesão e coerência textual etc. Além disso, abordar o documentário com sua turma permite que suas alunas e alunos não apenas se familiarizem com o funcionamento da linguagem do audiovisual em geral, como também desenvolvam condições de ter uma postura mais crítica a respeito da representação do mundo em imagens em movimento. Confira alguns conteúdos que podem te auxiliar no planejamento de aulas sobre este gênero:

  • Caderno Docente "Olhar em movimento: cenas de tantos lugares": material de orientação para a prática, estruturado em blocos de atividades, que propõe um trabalho com o documentário, buscando exercitar uma forma de olhar para este gênero e/ou produzi-lo com sua turma.

  • Práticas documentárias na escola, em busca de novos olhare: neste artigo, publicado na edição nº 31 da revista Na Ponta do Lápis, a professora Cristina Teixeira Vieira de Melo (UFPE) indica atividades para a sensibilização do olhar, da produção de imagem, e da relação com a pessoa filmada, a fim de suscitar reflexões éticas que estão na base de práticas documentárias.

  • Estela Renner - Documentário potência e mobilização: nesta entrevista para aedição nº 31 da revista Na Ponta do Lápis, a cineasta e sócia fundadora da Maria Farinha Filmes, Estela Renner, reflete sobre as motivações que inspiram os filmes da produtora e afirma a capacidade de transformação do documentário.

  • Documentário – Conhecer as raízes e se jogar no mundo: a força do documentário de Tila Chitunda: assista ao vídeo produzido pelo Programa Escrevendo o Futuro com a diretora e produtora audiovisual Tila Chitunda, uma brasileira filha de pais angolano que transformou as histórias de sua família em documentários.

Assista documentários produzidos por estudantes do Ensino Médio de todo Brasil que participaram da Olimpíada de Língua Portuguesa – um concurso de produção de textos de diversos gêneros, realizado pelo Programa Escrevendo o Futuro, que mobilizou professoras(es) e suas turmas ao longo de sete edições – e inspire-se com o olhar sensível dessas(es) jovens para o lugar onde vivem:

  • Flores do meu bairro: documentário produzido pelas(os) alunas(os) Iana Daise Alves da Silva Marinho, João Vitor de Moura Vasconcelos e Kauany Vitória Batista da Silva, da EREM Joaquina Lira, Aliança (PE), sob a orientação da Professora Itânia Flávia da Silva.
  • Além das Secas: documentário produzido pelas alunas Lethícia Alencar Maia Barros, Sabrina Soares Bezerra e Yasmin Felipe Rocha Santiago, do Colégio Militar de Fortaleza (CE), sob a orientação da professora Gláucia Maria Bastos Marques.
  • Meu lugar, Ubaranas: documentário produzido pelas(os) alunas(os) Bruna Santos Vitalino Almeida, Fancisco André Silva de Moura e Lucas Cauã de Lima da Silva, da EEM Barão de Aracati, Aracati(CE), sob a orientação do professor Francisco Márcio Pereira da Silva.
  • Nordestinos no Acre: documentário produzido pelas(os) alunas(os) Eloís Eduardo dos Santos Martins, Raele Brito da Costa e Thomaz Oliveira Bezerra de Menezes, da Escola Estadual Humberto Soares da Costa, em Rio Branco (AC), sob a orientação da professora Ynaiara Moura da Silva.

 

As práticas de linguagem contemporâneas no chão da escola

Leia relatos e conheça experiências de professoras com a produção e manejo de gêneros textuais multimodais e multissemióticos:

  • Entre gêneros discursivos multimodais e questões sociais, a autoria em cena: neste texto publicado na seção Sala de Professorasdo Portal Escrevendo o Futuro, Patrícia Calheta apresenta a experiência da docente Sâmia Araújo (CE) com um projeto desenvolvido com estudantes de Ensino Médio que tinha como objetivo parodiar uma canção a ser interpretada em vídeos produzidos pela turma, tomando como mote questões locais de relevância social.

  • Beleza, professora!: em relato publicado na edição nº 37 da revista Na Ponta do Lápis, a professora Flaviana Fagotti conta sobre os desafios de adaptar as dinâmicas de sala de aula para o formato remoto durante a pandemia de Covid-19 e as estratégias desenvolvidas para acompanhar os processos de produção textual de suas turmas a partir de plataformas virtuais e aplicativos de troca de mensagens.

Leia os relatos de práticas de duas professoras, participantes da 6ª edição do concurso Olimpíada de Língua Portuguesa, sobre suas experiências com a produção de documentários com suas turmas:

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