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Feiras literárias valorizam a produção local e a diversidade de autorias, e promovem a leitura e a escrita, especialmente entre jovens.
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Poesia, poema e outros bons dilemas
Poesia, poema e outros bons dilemas
Poemas sugeridos
Poemas sugeridos
- O Morto, Mario Quintana
- [Quando faltou luz], Alice Sant’Anna
- O açúcar, Ferreira Gullar
- Porquinho-da-índia, Manuel Bandeira
- Lígia e os idiotas, Fabrício Corsaletti
- Pluvial, Augusto de Campos
- Lixo/Luxo, Augusto de Campos
- Site Veja Poesia: http://vejapoesia.tumblr.com
* Todos esses poemas são facilmente encontrados com uma busca rápida na internet.
Objetivos
Objetivos
Ler poemas breves de autores brasileiros e discutir possibilidades de sentimentos e sentidos que evocam. Conhecer alguns conceitos básicos da linguagem poética e elementos constitutivos do poema: verso, estrofe, rima, sentido literal e sentido figurado, eu-lírico. Relacionar entonação com possíveis efeitos de sentido. Entrar em contato com diferentes variedades expressivas da poesia: metrificação, versos livres, poemas visuais. Produzir um poema-colagem. Organizar uma mostra de poemas ou sarau.
I. Pra começo de conversa
- Troque figurinhas com seus colegas: leia o texto que você recebeu para alguns colegas e conversem sobre os que mais gostaram.
- Liste cinco palavras que você associa aos termos poesia ou poema.
- Compare a sua lista de palavras com a de um colega e avalie as semelhanças e diferenças.
- Compartilhe com a turma as palavras que você escolheu, comparando-as com as dos colegas.
O objetivo desta etapa é ativar os conhecimentos prévios dos estudantes em relação à poesia.
- Distribua diferentes tiras de papel com poemas breves, um para cada aluno, para que entrem em contato com alguns poemas e troquem impressões sobre eles .
- Você pode: a) solicitar aos alunos que listem cinco palavras ou b) escrever várias palavras no quadro, e os alunos escolhem cinco palavras que consideram mais fortemente associadas a poesia e poema .
- Solicite que, em duplas, confiram suas listas ou escolhas.
- É interessante que você aproveite ao máximo as palavras listadas pelos alunos, instigando-os a explicá-las e a justificar suas escolhas. Escreva no quadro as palavras que forem aparecendo, procurando reuni-las em grupos . Não é necessário nomear os grupos, masé interessante fazer os estudantes perceberem que elas sereferem a coisas diferentes.
II. O que mais pode um poema?
- Leia o poema e identifique quais das palavras listadas podem ser associadas a ele.
- Por que nem todas as palavras puderam ser associadas ao poema?
- Com base nesse poema, você sugere outras palavras para a lista?
A seleção dos poemas para esta etapa fica a seu critério, profe.
Nesta etapa, começaremos a estimular o aluno a buscar no texto a justificativa para suas interpretações. Além disso, as questões 2 e 3 ajudam a demonstrar que nem todos os poemas reúnem todas as características atribuíveis ao gênero poesia, e que toda lista é passível de ser ampliada. Neste momento, caso algum termo básico não tenha sido mencionado (verso, por exemplo), você pode sugeri-lo ou, preferencialmente, instigar os alunos a chegarem a uma resposta (“como se chama cada uma das linhas do poema?”).
Ao final, a turma terá chegado a um vocabulário básico comum, permitindo com que todos os alunos dominem termos . como verso, estrofe, rima, poema, eu-lírico e outros que você julgar necessários.
III. Sempre em frente
Em pequenos grupos, leiam os poemas em voz alta para os colegas do grupo e conversem sobre eles.
- Qual dos poemas você gostou mais? Qual deles não gostou? Por quê? Que sentimentos esses poemas despertaram em você?
- Quais das palavras da nossa lista (versos, rima, etc.) podem ser associadas a esses poemas? Quais não podem?
- Na sua opinião, qual é o assunto principal de cada um dos poemas?
- Há palavras ou trechos do poema que parecem significar algo diferente do que significam? Quais? Por que você acha que o autor decidiu dizer as coisas desse jeito?
- Selecione um trecho do poema que chame sua atenção e explique sua escolha.
- Quais são os sentimentos, sensações e opiniões expressos pelo eu do poema? Em que trechos se percebe isso?
Recomendamos selecionar três ou quatro poemas da lista sugerida , exceto Pluvial e Lixo/Luxo, que serão trabalhados na atividade seguinte.
Esta etapa tem como objetivo ampliar o contato com poemas e levar os estudantes a refletirem sobre as especificidades da constituição material de diferentes poemas (pergunta 2) e, em seguida, sobre seu conteúdo e a forma de enunciá-lo (perguntas 3 a 6). É importante, no momento da verificação e da discussão das respostas, levar sempre em consideração as percepções dos estudantes, solicitando que indiquem, no texto, as partes que justificam suas opiniões. É neste momento que você pode fazer o aluno perceber o trânsito entre linguagem literal e linguagem figurada (sem a necessidade de fazer um catálogo das figuras de linguagem presentes nos poemas) e determinados efeitos de sentido (ironia, humor, exagero). Para isso, você pode propor paráfrases de determinadas expressões ou trechos de poemas, de modo a elucidar a distância entre o(s) sentido(s) do que foi dito e a maneira com que foi dito .
IV. Agora é que o bicho pega
Agora leia os poemas Pluvial e Lixo/Luxo, de Augusto de Campos.
- O que dizem esses poemas para você? Que sentidos despertam? Gosta deles?
- Há mais de uma direção de leitura possível? É possível ler em voz alta esses poemas? Como você acha que seria?
- Qual é a relação entre as duas palavras que formam cada um dos poemas? O que há em comum entre essas palavras?
- Esses poemas têm estrutura de versos e estrofes? Você vê uma relação entre o significado das palavras e a posição em que estão escritas? Qual?
- Depois de conversar com os colegas, você mudou de opinião sobre os poemas? O que mudou?
O objetivo desta etapa é apresentar outras possibilidades expressivas em poesia, inserindo a dimensão visual do poema. Para textos desse tipo, a disposição gráfica também é um elemento a ser considerado: a posição das palavras na página, a direção em que são lidas (horizontal ou vertical), o tamanho das letras, a “mancha” formada pelo poema. Nos dois poemas em questão, há uma forte proximidade sonora entre as palavras, mas com resultados distintos. .
V. E isso, afinal, é poema?
- Você sabia que existe um site na internet só com poemas feitos com palavras e frases recortadas de revistas? Dê uma olhada: http://vejapoesia.tumblr.com
- Pensando no que já conversamos sobre poemas, podemos chamar essas colagens de poemas? Por quê? Identifique os elementos básicos dos poemas nesses textos.
De acordo com as condições, você pode mostrar o site inteiro, ou apenas os poemas.
Esta etapa é uma preparação para a atividade de produção. Permite articular os conhecimentos já adquiridos (elementos que compõem o poema, temas, gêneros relacionados, sentimentos evocados, imagens, etc.) em torno de poemas construídos de uma forma inusitada, mas que geram efeitos parecidos com os poemas tradicionais: surpresa, riso, estranhamento, dúvida. Você pode dirigir a atenção dos alunos para esses efeitos de sentido, estimulando-os a refletir sobre o uso da linguagem.
VI. Mão na massa
Agora é sua vez! Crie um poema-colagem a partir das páginas de jornais e revistas que você recebeu.
Material necessário:
- 3 folhas de jornais ou revistas .
- 1 folha A4
- tesoura
- cola em bastão
O objetivo desta atividade é explorar, de forma lúdica, as diversas operações envolvidas em um texto poético: a organização em versos, a ideia de manipulação das palavras, a ordem de combinação, o uso de linguagem figurada, os efeitos gerados por uma combinação inusitada de palavras (estranhamento, ironia, humor, imagens).
VII. E aí, será que colou?
Em pequenos grupos: mostrem os poemas para os colegas e conversem sobre as criações.
- Que sentimentos despertaram os poemas? Por quê?
- Que elementos característicos de poemas você consegue identificar?
- Vocês gostariam de mudar, tirar, acrescentar algo no poema? O que? Por quê?
- Como você declamaria os poemas?
Esta atividade permite que os alunos, ao mesmo tempo em que compartilham suas produções com os colegas, retomem todas as questões estudadas nas atividades anteriores a partir da própria criação, articulando leitura, análise e produção.
É nesse tipo de situação que os alunos podem comparar as intenções que tinham ao produzir os poemas e os resultados obtidos, a partir da opinião dos colegas. Além disso, a possibilidade de fazer mudanças na própria produção e sugerir alterações nas dos colegas, pensando nos efeitos que se quer provocar , ajuda a dar a dimensão do trabalho envolvido no ato de criar um poema .
VIII. Os poemas para outros mundos em que vivo
Que tal divulgar sua produção e ver como ficaram as produções dos colegas? Discuta com os colegas qual a melhor forma de fazer isso. Aqui vão algumas sugestões:
- Digitalizar os poemas-colagem e postar nas redes sociais.
- Criar um site e publicar todos os poemas da turma.
- Com barbante e prendedores, montar um varal de poemas na sala de aula ou em outro local da escola, e convidar os outros professores e turmas para visitar a exposição.
- Gravar podcasts dos poemas para enviá-los a amigos ou publicá-los nas redes sociais.
- Organizar um sarau ou slam na escola.
A divulgação das produções é uma etapa muito importante para o aprendizado. Afinal, os poemas são feitos para que outras pessoas os leiam, ouçam, apreciem, estranhem, curtam, não curtam, declamem, compartilhem!
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