Definições poéticas
Atividades
- Dada a possibilidade de jogar com o sentido das palavras, há escritores e escritoras que criam “definições poéticas” para algumas palavras de modo criativo e bem humorado. Apresente seis delas à turma:
- Divida a classe em grupos e projete, por meio de datashow, as “Definições poéticas” para a turma e peça-lhes que debatam os possíveis significados. Depois do tempo estabelecido, sorteie uma das definições para ser apresentada pelos grupos. Um integrante de cada grupo expõe para os demais as conclusões a que chegaram, com direito a complementações (suas e do grupo). Leve-os a perceber o porquê da metáfora presente na definição: a prosa “como trem” e a poesia “como pêndulo” referem-se ao modo como cada uma delas ocupa a página; o pensamento “que continua por conta própria o seu caminho” remete ao caráter sugestivo que as reticências podem assumir. Chame a atenção da turma para as imagens construídas por Ni Brisant, nos três poemas selecionados do livro “Se eu tivesse meu próprio dicionário”, para definir conceitos de forma poética: escritores e escritoras como pessoas que tiveram acesso a conhecimentos/sentimentos e resolveram dividi-los, a vírgula (pontuação) como uma parte que potencializa o sentido dos versos e a metáfora contida na definição de jardim como um filhote de floresta que ficou de castigo no quintal.
- Proponha-lhes a seguir que, individualmente ou em duplas, produzam suas próprias “definições poéticas”. Podem escolher um objeto, um animal, uma pessoa, um sentimento, um lugar etc., e criar, para defini-lo, uma frase poética, buscando trabalhar o sentido denotativo, bem como o conotativo.
Prosa: A prosa é como trem, vai sempre em frente.
Poesia: A poesia é como o pêndulo dos relógios de antigamente, que ficava balançando de um lado para outro.
José Paulo Paes. Vejam como eu sei escrever. São Paulo: Ática, 2001.
Reticências: As reticências são os três primeiros passos do pensamento que continua por conta própria o seu caminho…
Mario Quintana. Sapo amarelo. São Paulo: Global, 2006. © by Elena Quintana.
Escritor
quem leu
o coração
do mundo
e
não guardou
segredo
Vírgula
lágrima derramada
para que haja
suspiro
entre as palavras
Jardim
filhote de floresta
que ficou de castigo
suspiro
entre as palavras
no quintal
Ni Brisant. Se eu tivesse o meu próprio dicionário. São Paulo: Selin Trovoar, 2020.