Leitura de uma crônica para trocar ideias e inspirar-se para a escrita coletiva
Escrever crônicas envolve conhecer possibilidades, ler diferentes autores, prestando atenção no que escrevem e em como escrevem. Requer experimentar e praticar, em conjunto e individualmente, a escrita da sua própria versão de uma crônica que você leu e de novas crônicas. Implica em compartilhar ideias e alternativas e tomar decisões e, desse modo, construir a sua própria voz de cronista.
A escrita coletiva possibilita aos alunos vivenciarem, juntos e de maneira colaborativa, a prática de buscar o gancho para a escrita, de pensar no que gostariam de dizer, de organizar ideias por escrito, pensar em modos de dizer e seus possíveis efeitos de sentido, de aguçar o olhar para detalhes do texto, de reescrever para aprimorar. Escrevendo juntos, eles irão conhecer os movimentos e os desafios da escrita, compartilhar dúvidas e soluções e saber que podem contar com a ajuda do colega para aprender e construir o seu próprio texto. Nesta oficina sugerimos a construção de um texto coletivo a partir da leitura da crônica “Tatuagens para todos”, disponível na coletânea deste Caderno, de Carol Bensimon. Confira as sugestões de leitura e de escrita colaborativa e planeje a sua aula.
Atividades
- Organize os alunos em semicírculo para facilitar a interação e a participação de todos na discussão da leitura, na análise da crônica e na negociação de escrita coletiva do texto.
- Explique que eles vão ler uma crônica e discuti-la para depois escrever colaborativamente.
- Discuta com os alunos suas expectativas de leitura a partir do título “Tatuagem para todos”.
- Peça que a turma leia em silêncio o primeiro parágrafo e o início do segundo até a frase “Melhor ter certeza” e discuta:
- Qual é a situação apresentada no texto?
- De que modo as características atribuídas à narradora contribuem para essa situação? Que reflexões poderiam ser feitas a partir da situação levantada?
- Siga lendo o texto até o final do quarto parágrafo e discuta:
- Quais reflexões a dúvida “fazer ou não fazer uma tatuagem” gerou?
- Que opiniões e dados são apresentados para trazer diferentes perspectivas sobre o tema? Que outras perspectivas poderiam ser levantadas?
- Convide a turma a ler o último parágrafo e expressar seus entendimentos, reações e opiniões:
- Há uma mudança de opinião da narradora sobre as tatuagens? Se sim, o que mudou? O que no texto aponta para isso?
- Você concorda com a conclusão da crônica? Por quê?
- Construa na lousa o quadro a seguir e completá-lo com os alunos a partir das seguintes perguntas: Como as relações entre tatuagem e identidade são construídas ao longo do texto? O que fazer uma tatuagem diz sobre as pessoas?
Parágrafo | Características de quem faz uma tatuagem |
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1 | não ter medo de mudar e não ter medo do que é permanente |
2 | aceitar imperfeições e mudanças de opinião ao longo do tempo |
3 | querer expor rápida e publicamente o que se é mesmo que ainda não se conheça bem (a busca pelo “eu”) |
4 | estar construindo a própria identidade a partir da narrativa das tatuagens |
5 | ser e ter alguma coisa que dure (em um mundo que gira rápido demais) |
- Amplie a discussão, em grupos ou em conjunto, a relação do tema com “o lugar onde vivo” desde as suas perspectivas:
- Que opiniões você ou o seu grupo tem sobre tatuagens ou outros aspectos relacionados à aparência (piercing, estilo de cabelo, estilo de vestir, etc.)? Que valores são associados a esses aspectos em diferentes contextos? Esses valores mudaram ao longo do tempo? Dê exemplos.
- Que aspectos expõem as identidades de sua geração? De outras gerações?
- Que valores são importantes para a sua geração? Para outras gerações?
- A partir do seu ponto de vista, que outro final / título / tom (poético, bem-humorado, crítico, lírico, crítico etc.) você daria à crônica? Como ficaria o texto?