Oficina 2

Etapa 3

Elementos que as crônicas têm em comum

Nas próximas atividades, nossos(as) jovens irão comentar e refletir sobre a autoria, o tom, o cenário e outros elementos-chave das crônicas escolhidas. Com base na pesquisa realizada pela turma, será possível saber como se escreve uma crônica.

Atividades

    1. Peça à turma que comente as crônicas trazidas, de acordo com o combinado anterior e com base nos tópicos abaixo:
      • Dados da(o) autora(or) e tema da crônica.
      • Veículo em que foi publicada e a que tipo de leitor se destinou.
      • O tom da escrita (bem-humorado, poético, irônico, reflexivo, sério).
    2. Peça que procurem identificar os elementos que todas as crônicas, por mais diferentes que sejam, têm em comum. Com base nos exemplos extraídos das apresentações anteriores, crie coletivamente um cartaz com os elementos contidos em uma crônica. Também é possível realizar esta atividade por meio da ferramenta Padlet, um mural virtual em que é possível incorporar textos, áudios e vídeos em recados autocolantes digitais. Algumas possibilidades:
  • Título sugestivo.
  • Cenário curioso – ou visto a partir de alguma curiosidade que é destacada pelo cronista.
  • Foco narrativo, ou seja, a(o) autora(or) escolhe o ponto de vista que vai adotar: escreve na primeira pessoa (eu vi, eu fiz, eu senti) e se transforma em parte da narrativa – é o autor-personagem; ou fica de fora e escreve na terceira pessoa (ele fez, eles sentiram) – é o autor-observador.
  • Uma ou várias personagens, inventadas ou não – a(o) autora(or) pode ser uma delas.
  • Enredo, isto é, narra um momento, um acontecimento, um episódio banal do cotidiano, e a partir daí passa uma ideia, provoca uma emoção.
  • Tom, que pode ser poético, humorístico, irônico ou reflexivo.
  • Linguagem coloquial (uma “conversa” com o leitor).
  • Desfecho.
  1. É hora de brincar com os títulos das crônicas! Lembrando que o título é o que o leitor lê primeiro, é a síntese de tudo que está no texto. Vamos elaborar novos títulos para as crônicas que as(os) estudantes trouxeram, tendo em vista que a brincadeira envolve dialogar com outras linguagens, como, por exemplo, letras de músicas, títulos de filmes, expressões e palavras que estão na boca do povo, entre outros.

Que tal começar trazendo alguns exemplos de títulos de textos variados que estão espalhados pelas publicações em papel e também pela internet?

“Crocodilos reconhecem e reagem ao choro de bebês humanos”

“Violência que rouba a saúde”

“Estatueta de 35 mil anos de bicho misterioso intriga arqueólogos na Alemanha”

E, também, títulos de algumas crônicas produzidas na 6ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa:

“Do “buteco da Antônia” à Dona Maria”

“Manoel e o vendedor de bugigangas”

“O sono roubou o tempo”

“O dia em que a noite ficou vermelha”

Sem o uso de verbos:

“O dilema das redes” (nome do longa-metragem Jeff Orlowski)

“SUS em primeiro lugar”

4. Que tal fazermos um primeiro exercício? Divida a sala em dois grupos: um se encarrega de criar títulos usando um verbo, em qualquer tempo: presente, passado ou futuro. O outro, sem o uso de verbos, somente com substantivos, adjetivos, pronomes, preposições e/ou advérbios.

Sobre suportes, olhares e palavras

Você pode encerrar esta oficina lembrando-lhes a situação de comunicação em que as crônicas costumam ser produzidas, ou seja, com que finalidade, para quem, onde circulam e em que suportes (livros, jornais, revistas, internet) são encontradas.

Destaque para as(os) futuras(os) cronistas que elas(es) têm como tarefa, daqui por diante, desenvolver um olhar atento e sensível aos fatos do dia a dia: um morador de rua solitário na calçada, a forma de o feirante atrair os compradores, um encontro no ônibus, o futebol dos meninos na pracinha, uma notícia de jornal que desperta curiosidade… Tudo isso é material para que se possa, primeiro, refletir criticamente sobre questões sociais, ações, sentimentos e comportamento das pessoas e, depois, usar ao escrever a crônica, trazendo à tona a vida da cidade. Outra dica que você pode dar: cronista escolhe a dedo as palavras. Sua linguagem é simples, espontânea, quase uma conversa ao pé do ouvido com o leitor. Tempera os fatos diários com humor, ironia ou emoção, revelando peculiaridades que as pessoas, em sua correria, deixam de perceber.