Oficina 2

Etapa 2

A imensidão que é a crônica

A proposta desta etapa é mergulhar em diversas crônicas, analisando a abordagem de temas, personagens e estilos narrativos. Busque transformar essa experiência em um momento único para sua turma.

Atividades

1. Divida a classe em pequenos grupos e proponha a leitura de algumas das crônicas sugeridas e disponíveis na coletânea.

2. A proposta é que cada grupo leia a crônica, comente oralmente e, em seguida faça anotações, seguindo os tópicos:

  1. Tempo cronológico: é possível reconhecer que cada uma das crônicas está tratando de épocas diferentes? Por quê?
  2. Maneiras de tratar o assunto: com o auxílio dos comentários, cada grupo terá a oportunidade de confirmar o jeito e o tom que cada um dos autores escolheu para construir o seu texto e expressar suas ideias.
  3. Que sentimentos ou emoções a crônica nos despertou? Raiva, medo, alegria, impaciência, curiosidade, nostalgia (saudades)?
  4. A linguagem era atual? Era de difícil compreensão? O que ou em que passagens as ideias e a narrativa não ficaram claras?
  5. Qual é o assunto central da crônica?
  6. Quais personagens que aparecem na crônica? Como elas(es) estão construídos no texto? Qual o olhar da(o) cronista para elas(es)?
  7. Quem escreve fazia parte da situação narrada ou estava apenas observando, de fora? Quais são as marcas no texto que possibilitam essa percepção?
  8. Qual é o assunto central da crônica? Esses temas ainda são relevantes na contemporaneidade? De que maneira os assuntos tratados se conectam com o que vivemos atualmente?
  9. Qual a personagem ou os personagens que aparecem na crônica? Como elas(es) estão construídos no texto? Qual o olhar da(o) cronista para elas(es)?
  10. Quem escreve fazia parte da situação narrada ou estava apenas observando como observador, de fora? Quais são as marcas no texto que possibilitam essa percepção?
    1. Colabore com os grupos fazendo uma prévia sobre os textos e abordando as(os) diferentes autoras(es), as diferentes épocas e lugares em que viveram. Estamos tratando, por exemplo, objetivamente de Lilia Guerra e Paulo Mendes Campos, Milton Hatoum – autorias de tempos bastante distintos. e os jovens cronistas.
    2. Comentários pontuais sobre as diferenças temporais e culturais ajudarão a turma os alunos a entender as múltiplas experiências de escrita e a importância de Machado de Assis como cronista, por exemplo. Como era a época, a cidade e o país em que viveram? Quais são as referências citadas? O que isso revela sobre a tradição brasileira de cronistas?
    3. Apresente aos grupos vídeos sobre alguma das autorias indicadas, a fim de contextualizar melhor a produção e variar o formato de apresentação do conteúdo:
Autoria MACHADO DE ASSIS MILTON HATOUM LILIA GUERRA BEATRIZ PEREIRA RODRIGUES DANIEL MUNDURUKU VANESSA BARBARA LIMA BARRETO
Ano de publicação 1883 2015 2022 2019 2004 2020 1915
Tema ou assunto Comportamento nos transportes públicos Vida na rua Olhar crítico para a periferia Solidão Percepções sobre a cidade Pandemia e isolamento social Violência contra a mulher
Personagem Passageiros Carroceiro Narradora e moradores do bairro Narradora, senhor Narrador Narradora e sua família Homens agressores e mulheres vítimas de violência
Tom Irônico Lírico / Poético Crítico Lírico / Poético Lírico / Poético Lírico / Poético Crítico

1. Aproveite para dialogar sobre as crônicas apresentadas coletivamente. Ainda que nem toda(os) tenham lido os textos apresentados, busque dialogar com a turma a partir das temáticas. Por exemplo: o texto de Lima Barreto, “Não as matem!”, tem como tema central o feminicídio, assunto muito pertinente na contemporaneidade, ainda que a crônica tenha sido publicada em 1915. Considerando a relevância dessa causa, leve alguns dados para reforçar a pertinência do debate: segundo o Datafolha, 35 mulheres foram agredidas física ou verbalmente por minuto no Brasil em 2022. Nesse sentido, qual a importância do posicionamento de Lima Barreto já no século XX?

3. Por fim, solicite que, para a próxima aula, cada estudante traga uma crônica que lhe tenha chamado atenção. Você pode organizar uma ida à sala de informática ou biblioteca para colaborar com a pesquisa. Alguns sites que você pode indicar:

Domínio Público

Portal da Crônica Brasileira

Biblioteca Digital de Literatura de Países Lusófonos

Biblioteca Digital Brasil – Fundação Biblioteca Nacional

Biblioteca Nacional Sem Fronteiras

Sugestões

Para melhor compreender um texto, é preciso saber em que situação de comunicação ele foi produzido: “De quem é o autor? Qual é o público alvo? Em que veículo a crônica foi publicada (jornal, revista, internet, livro)?

Crie um espaço de leitura convidativo. Que tal deixar sempre disponíveis jornais, revistas e livros de crônicas? Você sabia que muitos livros do Programa Nacional de Biblioteca na Escola (PNBE) trazem crônicas?

Outra coisa: murais e varais precisam estar sempre atualizados, com indicações de leitura, resenhas de livros, apreciações das crônicas lidas ao longo do trabalho, fotos pitorescas. Sugira que estudantes se voluntariem para se responsabilizar por essa organização!

Para que a turma perceba que a crônica pode divertir, sensibilizar, humanizar e permitir uma convivência íntima com a palavra, é importante que exercitem a leitura.

Uma sugestão é combinar que, no início de cada aula, uma pessoa apresentará uma/um cronista, trazendo fotos, uma pequena biografia e um trecho de crônica, que pode ser colocada no mural / varal.