Poetas das Periferias
Nesta etapa os alunos e alunas irão conhecer poetas da chamada Literatura Marginal-Periférica.
No final dos anos 1990 e início dos anos 2000, surgiu nas regiões periféricas da cidade de São Paulo um movimento literário chamado de literatura marginal-periférica. Esse movimento era constituído por escritores e escritoras moradoras das “margens” da cidade, onde as condições de vida e o acesso a bens culturais são sistematicamente negados. São destaques desse movimento os saraus, os slams e as editoras independentes - os quais democratizam o acesso à literatura e vêm projetando novos escritores e escritoras: Ferrez, Sérgio Vaz, Elizandra Souza, Mel Duarte e muitas mais.
Os poemas “Da terra que renasço”, de Raquel Almeida, “Coração de frango”, de Luiza Romão e “Tu aprendeu ‘to be’, lá em casa nóis aprendeu Tupac”, vídeo de Jamille Santos, são bastante característicos desse movimento (com eu-lírico envolto em temas sociais, relacionados à negritude, referências ao Movimento Hip Hop e linguagem típica da periferia, dentre outros).
Atividades
Festival de Curtos
Um formato de poema bastante popular entre poetas contemporâneos e periféricos é o “curtinho”. Em muitos saraus das periferias, antes de serem encerradas de vez as declamações, são abertos espaços para eles e cada presente tem a oportunidade de declamar mais de um, se quiser. Em geral são poemas-piadas, aforismos e silogismos inusitados. Se parecem com haikais no tamanho, mas não têm forma fixa. Que tal fazer com sua turma um “festival de curtos”?
- Imprima uma série de curtinhos que podem ser encontrados no livro Festival de curtos - Antologia de poemas para semear, disponível no site da editora Me Parió Revolução.
- Coloque-os dentro de um cesto, na sua mesa ou no centro da sala
- Convoque voluntários e voluntárias a lê-los para a turma e solicite que os leiam mais de uma vez. Crie desafios de leitura. Primeiro uma leitura normal, depois variando as emoções/entonações (com medo, com raiva, com alegria, gargalhando, chorando, gritando, sussurrando, etc).
- Pergunte se as diferentes entonações fizeram diferença na compreensão do sentido dos poemas.
- Desafie a turma a criar os seus próprios curtinhos e a compartilhá-los também, experimentando, se possível, diferentes entonações. Esses curtinhos também podem ser aproveitados, posteriormente, dentro de outros poemas, compondo estrofes ou tornando-se refrão.