Palavras e expressões
Atividades
- Compartilhe com os alunos as palavras e expressões abaixo.
- Gramofone de tromba e manivela
- Zagaia
- Lorota
- Peça que discutam o significado delas e solicite a cada um deles que escreva uma definição para essas palavras. Depois, peça a alguns alunos ou algumas alunas que leiam as definições em voz alta. Não vale consultar o dicionário nem a internet neste momento.
- Explique-lhes que essas palavras foram retiradas de textos de memórias literárias e se referem a objetos ou costumes antigos.
- Apresente as frases abaixo. Em seguida, peça-lhes que as leiam e pergunte-lhes se agora conseguem definir melhor as mesmas palavras.
- A leitura dos trechos de onde foram retiradas as palavras ajuda a descobrir o significado de cada uma delas. Para instigar os alunos e as alunas você pode fazer perguntas:
- Para que serve a zagaia?
- Para que as pessoas usavam o gramofone?
- Vocês podem imaginar o que é lorota?
- Peça que voltem à definição que fizeram anteriormente e vejam se é necessário fazer alguma mudança. Em grupos, eles e elas devem apresentar à classe o que escreveram antes e depois da leitura dessas palavras nos textos.
- Oriente os grupos a procurar o significado dessas palavras no dicionário (impresso ou virtual) ou apresente-lhes as definições abaixo:
- Zagaia – lança curta de arremesso.
- Gramofone de tromba e manivela – aparelho antigo que reproduzia sons gravados em disco. Para fazê-lo funcionar, girava-se uma manivela e o som saía por uma tromba em formato de concha.
- Lorota – piada, mentira.
- Ainda em grupos peça para retomarem o contato com as informações coletadas das pessoas entrevistadas na Oficina 1. As alunas e alunos devem listar as palavras e expressões que as pessoas mais velhas usavam e atualmente são pouco comuns.
- Tente instigar a turma a compreender por qual razão as transformações no uso das palavras acontecem, por meio das seguintes perguntas:
- Que palavras aparecem na fala dos entrevistados e que a turma não usa?
- Eles e elas conseguem atualizar a fala dos entrevistados para a linguagem que utilizam?
- É possível também notar diferenças na fala de pessoas que vivem na zona rural e na cidade?
- E entre pessoas de diferentes classes sociais?
- Por que será que os mais velhos usam palavras que as crianças e adolescentes não usam mais?
- Há também variação entre pessoas que moram em diferentes regiões do Brasil?
- Faça a síntese das perguntas, assistindo aos seguintes vídeos:
- Variação Linguística, projeto Vidas em Movimento (UEMG).
- Preconceito linguístico, da Khan Academy.
- Finalize a conversa enfatizando que embora haja formas de falar e escrever mais prestigiadas que outras em nossa sociedade, chamamos a diferença de uso da língua que acontece em razão da classe social, da idade, da região ou da forma do registro (falado ou escrito) de variação linguística. Discriminar alguém em razão desses usos trata-se de uma expressão de preconceito. Vale também recuperar o diário de Carolina Maria de Jesus, em que a variação linguística pode ser trabalhada com bastante detalhamento.
- Volte à lista de palavras e expressões usadas pelos entrevistados e solicite à turma que elabore um glossário a partir delas. Cada aluno ou aluna deverá escrever um pequeno texto contando uma situação em que a palavra ou expressão era utilizada.
- Procure socializar esses textos produzidos pelos alunos e alunas: você pode colá-los em um mural, publicar na internet ou solicitar que um colega leia o do outro, fazendo apreciações.
Na minha ótica de primeira infância, o Pantanal me parecia mais perigoso que belo. Tinha medo de cobras (a jararaca, a cascavel e a sucuri) e das onças (parda e pintada), então abundantes nas várzeas e capões. A suprema forma de coragem era a caçada de onça com zagaia.
Roberto Campos. A lanterna na popa. Rio de Janeiro: Topbooks, 1994.
Não se curtia som em aparelhos de alta-fidelidade. Ouvia-se música em gramofones de tromba e manivela.
Zélia Gattai. Anarquistas, graças a Deus. Rio de Janeiro: Record, 1986.
Quebrávamos as pontas dos lápis e com o descaramento e a falsa pretensão de deixarmos todos eles apontadinhos para a letra ficar bem desenhada e bem bonita nas nossas brochuras, lá íamos nós, atrás da porta e com a gilette em punho, armar em cochichos a melhor estratégia para o próximo jogo. Tudo lorota!
Antonio Gil Neto. Como num filme. Texto escrito com base no depoimento de Amalfi Mansutti, 82 anos.
Para saber mais
Uma saborosa polêmica
Jana Viscardi, youtuber e linguista vinculada à Universidade Estadual de Campinas, em um de seus vídeos, discute a diferença de falares a partir de uma polêmica das festas de São João: canjica ou mugunzá? Este e outros vídeos do canal ampliam o repertório de professores e professoras a respeito dos estudos sobre a linguagem.