A realização da entrevista
As entrevistas devem ocorrer na escola ou, se não for possível em razão de questões como a pandemia do novo coronavírus, por videoconferência. O ideal, em qualquer circunstância, é que todos os alunos e alunas possam participar. Deixe que o(a) entrevistado(a) fale, associe lembranças. Ajude-o(a), com perguntas, a enriquecer o relato. Durante a entrevista, você, professora, professor deve ficar atento para intervir, se necessário. Por exemplo, se o(a) entrevistado(a) fugir um pouco do tema, será necessário reconduzir a conversa para o assunto tratado.
A entrevista não deve ultrapassar 40 minutos para não ficar cansativa. Se houver muito material, será mais difícil para os alunos e alunas organizarem o texto que irão escrever. A entrevista pode ser gravada, sempre lembrando de pedir antecipadamente a permissão do entrevistado ou da entrevistada.
Para ajudar nesta tarefa, você pode pesquisar na web e mostrar vídeos com diferentes formas de entrevistar uma pessoa; um exemplo interessante é a entrevista com o escritor já falecido Bartolomeu Campos de Queirós.
Avaliação da entrevista
Após a entrevista, faça uma avaliação da atividade, propondo questões como: O entrevistado ficou à vontade? As perguntas planejadas propiciaram relatos interessantes sobre o tema focalizado? Os entrevistadores souberam ajustar as perguntas quando o entrevistado fugiu do tema? Seria possível escrever um texto de memórias literárias com base nos relatos do entrevistado? As anotações feitas no decorrer da entrevista podem ajudar na escrita do texto?”.
Atividades
- Recomende aos alunos e alunas que anotem os pontos mais importantes e usem as anotações para recuperar a história mais tarde. Caso o resultado não tenha sido satisfatório, procure novamente o(a) entrevistado(a) e marque outro encontro. Lembre a turma de que é possível gravar a entrevista em áudio ou em vídeo por meio de celulares ou câmeras fotográficas.
- É importante enfatizar ao grupo que eles e elas vão produzir memórias literárias, seguindo um percurso diferente do vivido pelas autoras e autores dos textos até aqui analisados, uma vez que não viveram as experiências que irão narrar. Por isso, será necessário que estejam muito atentos ao depoimento oral da pessoa entrevistada, para que sejam capazes de registrar as informações e, posteriormente, escrever como se fossem o(a) entrevistado(a) e como se tivessem vivido as experiências por ela ou ele narradas. Se preferirem, os alunos e alunas também podem apresentar o(a) entrevistado(a) e o contexto em que a conversa foi realizada para, posteriormente, passar a palavra ao personagem, demarcando essa passagem graficamente, por meio de aspas. Um exemplo dessa estratégia você encontrará no texto Como num filme, de Antonio Gil Neto, cuja íntegra está na Oficina 14 deste Caderno. Mas, atenção, qualquer que seja a escolha feita, é preciso que ela esteja bastante clara para toda a turma, desde o início do processo.
Lembre-se de realizar a gravação da entrevista. Basta usar um aplicativo de gravação de voz, há muitos disponíveis para celular. Atenção, apenas, à extensão da entrevista, pois arquivos de áudio podem ficar grandes. Para garantir que não haja problemas, use mais de um dispositivo e tenha à mão um carregador, de modo a evitar que a bateria acabe durante o registro. Fique atenta(o)!