Oficina 3

Etapa 2

Jornalismo na era da desinformação

(45 minutos)

  • Recupere o encontro anterior, em que discutimos o que é jornalismo e pensamos sobre alguns conceitos relevantes dessa esfera da atividade humana.
  • Em seguida, explique que faremos a dinâmica do “telefone sem fio” da notícia. Entregue um papel com uma manchete real para uma aluna ou aluno, peça que a leia em voz baixa e conte oralmente para uma(um) colega que se senta próxima(o) a ela(e) e assim sucessivamente.
  • Pergunte que notícia que estava sendo transmitida. Caso a informação tenha se mantido, parabenize a turma por garantir a qualidade dos fatos. Caso contrário, mostre que esse “telefone sem fio” em que a qualidade da informação se perde ao longo do caminho pode ser parecido com o fenômeno de desinformação. Se algumas(alguns) alunas(os)  tiverem intencionalmente transformado o conteúdo inicial, elas(es) foram produtoras(es) de desinformação.
  • Exiba o vídeo do canal Desinformante (6min27s), especialista em educação midiática, em que a desinformação é discutida no contexto da desordem midiática:
  • Após a exibição, esclareça os conceitos que podem ter gerado dúvidas.
  • Mostre alguns exemplos das práticas citadas no vídeo, entre elas as deep fakes, as fake news e as informações descontextualizadas. Vale perguntar se a turma tem exemplos dessas práticas, mas seguem algumas sugestões:

Deep fake

Imagem falsa de papa Francisco com casaco volumoso viraliza

https://www.poder360.com.br/midia/imagem-falsa-de-papa-francisco-com-casaco-volumoso-viraliza/

Fake news

Governo canadense admite que 74% dos triplamente vacinados agora têm AIDS

https://lupa.uol.com.br/jornalismo/2023/10/06/canada-nao-alertou-que-74-dos-vacinados-contra-covid-19-agora-tem-aids

Informação descontextualizada

Vídeo mostra comerciantes descartando alimentos em SP em 2020, não no Nordeste recentemente

https://www.aosfatos.org/noticias/video-alimentos-descartados-ceagesp-2020-nao-nordeste/

  • Explique à turma que todas essas práticas contribuem para o cenário de desordem midiática em que vivemos. Pergunte, então, se o grupo considera que a desinformação sempre existiu ou se é um fenômeno contemporâneo. Estimule a turma a dar exemplos que comprovem seu ponto de vista.
  • Conte que, conforme visto no vídeo do canal Desinformante, a desinformação é antiga – basta pensar na campanha contra os judeus feita durante o governo de Hitler na Alemanha durante a primeira metade do século XX. Entretanto, foi potencializada pela sofisticação das tecnologias digitais, como a Inteligência Artificial, que permitiu a criação de imagens como a do Papa Francisco usando um casaco acolchoado branco no lugar das vestes tradicionais.
  • Enfatize que as tecnologias digitais – como a internet, os smartphones e as redes sociais – permitem a disseminação de deep fakes, fakes news e informações falsas com velocidade, o que tem gerado graves prejuízos para a sociedade.
  • São inúmeras e diversas as consequências. Há casos de manipulação de resultados de eleições, de questionamento de informações científicas e assim por diante.
  • Diante do cenário de desordem informacional e desinformação, pergunte à turma qual é o papel da esfera jornalística.
  • Após ouvir as opiniões, volte aos primeiros encontros, em que se discutiu a função social do jornalismo. Relembre que a prática jornalística é técnica, depende de apuração (investigação), checagem dos fatos e confrontamento de diferentes versões – o jornalista é uma espécie de detetive, de Sherlock Holmes em busca de se aproximar da verdade e de relatá-la de modo objetivo. Por isso, há menos chance de erro na produção de informação por veículos tradicionais.
  • Além disso, discuta como a profissão do jornalista – assim como a do médico – é regida por um código de ética e há normas a serem seguidas. Outro ponto relevante é que a publicação de notícias falsas ou informações descontextualizadas pode comprometer a credibilidade de jornais e revistas e abalar a confiança que o público deposita neles.

SAIBA MAIS

Projeto de escrita: Estudantes combatendo fake news

Conheça a iniciativa da professora Vanessa Cristina de Jesus, que partiu das demandas de suas alunas e alunos do 9º ano em uma escola de Belo Horizonte para produzir um trabalho de conscientização sobre a desinformação. O projeto, com duração de 15 aulas, está sistematizado no Portal Escrevendo o Futuro.

Acesse: https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/sua-aula/projetos-de-escrita/46/estudantes-combatendo-fake-news

Regulamentação de fake news: censura ou civilidade?

Em uma série de vídeos, o professor Felipe Leal, de Redação e Filosofia, discute se os países precisam de regras para coibir o crescimento da desinformação criada pelas notícias falsas.

Assista: https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/sua-aula/orientacao-para-a-pratica/6/artigo-de-opiniao–regulamentacao-de-fake-news-censura-ou-civilidade