Oficina 7

Etapa 4

Contra-argumentação

(45 minutos)

  • Explique à classe que nesta aula trabalharão com a construção da contra-argumentação, ainda com foco no tema sobre fantasias de Carnaval, apropriação cultural e preconceito.
  • Caso haja exemplos, leia os parágrafos produzidos na aula sobre Tipos de argumento que se contrapunham ao artigo “Minha identidade não é sua fantasia” e liste as ideias principais na lousa.
  • Abra espaço para que a turma apresente mais argumentos para refutar o texto. Lembre-os de que a autora fez isso ao propor outras formas de homenagear os indígenas. Há algumas possibilidades para a contra-argumentação: a) Caso a escola de samba ou o bloco de Carnaval esteja fazendo uma crítica ao modo como a história do Brasil marginalizou as populações indígenas, é possível entender as fantasias como mecanismo de protesto e apoio à causa e não de preconceito; b) A cultura não é estática, há trocas, por isso, é esperado que as pessoas se fantasiem de indígenas no Carnaval; c) O Carnaval é uma festa de subversão das regras e determinar o que se pode ou não vestir ou fazer vai contra o espírito dessa manifestação popular.
  • Apresente à turma um exemplo de parágrafo que se vale da refutação de uma ideia, para ilustrar de que maneira é possível estruturar essa estratégia:

Há setores da sociedade que condenam o uso de fantasias de indígenas no Carnaval, sob a justificativa de que as vestes ajudam a disseminar e a manter estereótipos, caricaturas e preconceitos. Essa perspectiva parte de uma generalização e, por isso, é equivocada. O Carnaval é uma festa popular e crítica, que se vale da ironia e do humor para revisitar questões críticas e polêmicas da sociedade brasileira. Não à toa, nessa época do ano, se faz piada com políticos corruptos, por exemplo. Assim, se um bloco ou desfile chama atenção para temas como a demarcação de terras indígenas ou a destruição das florestas, com participantes vestindo fantasias que remetem aos trajes dos povos originários, o que há é visibilidade para a causa e não o contrário.

  • Ressalte que a contra-argumentação mobiliza ideias contrárias para, em seguida, refutá-las. No caso do exemplo, há comparações (como o uso do Carnaval para fazer a crítica a políticos) e a menção à festa não apenas como um momento de alienação, mas também de reflexão e de pauta de temas importantes para a sociedade brasileira.
  • Lembre à turma de que, ao escrever um artigo de opinião, a(o) articulista deve conhecer os argumentos dos opositores e dialogar com eles, antecipando possíveis críticas. Dessa forma, pode contestar de modo mais eficaz os pontos de vista contrários aos seus, convencendo a(o) leitora(or) de sua posição.