Uma festa para os livros e para a leitura
formação leitora, literatura, feiras literárias, livros
O texto de hoje retrata uma pergunta feita em um encontro presencial de educadores, do qual participei como formadora. Por julgar ser uma pertinente reflexão, foco de dúvidas por parte de muitos professores, resolvi trazer a voz da professora Ana Paula para todos vocês!
Então, acompanhem a instigante questão, a fim de podermos “pensar juntos”:
Sei que o trabalho de alimentação temática é importante para que os alunos possam ter o que dizer, na hora de produzir o texto. Mas, no momento em que avalio as produções e percebo que falta exatamente esse conhecimento sobre o assunto, como indicar que o aluno retome esse trabalho, se ele envolve a leitura de tantos textos, várias conversas e análise de vídeos?
Vamos, agora, para a minha resposta, aqui organizada em cinco dicas:
Dica 01
Bem, para começar, parabéns por reconhecer a importância do trabalho com a alimentação temática, entendendo o propósito de realizar diversas atividades para favorecer o exercício do aluno de “ter o que dizer”, por meio da exploração de diferentes gêneros, ligados pelo assunto-foco da produção, com destaque à multimodalidade. Aqui, é essencial a aposta do professor na seleção cuidadosa de textos que, efetivamente, possam contribuir para “alimentar” a reflexão da turma, com vistas a ampliar o repertório de conhecimentos sobre o assunto que se pretende escrever.
Dica 02
É importante lembrar que, ao elegermos a sequência didática (SD) como modalidade de organização do trabalho pedagógico, estamos diante da possibilidade de investir em um olhar processual para a avaliação, ou seja, cada oficina trabalhada pode/deve oferecer ao professor a condição de apreciar os efeitos reflexivos nas atividades dos alunos, o que tende a favorecer a tomada de decisão, em termos da necessidade de ampliar a discussão sobre um determinado foco de análise, ainda antes de seguir para a próxima oficina. Pensando na alimentação temática, isso significa que a etapa/oficina da SD planejada para esse trabalho deve contemplar momentos de avaliação, especialmente voltados à análise do professor de como os alunos estão articulando cada texto estudado às potenciais informações para a produção de seu próprio texto.
Dica 03
No decorrer do trabalho sobre alimentação temática, vale a pena apostar na sistematização do conhecimento, elegendo estratégias para que os alunos possam ter clareza da essência da reflexão realizada, fazendo anotações, de modo a poder recorrer aos escritos, sempre que necessário. Tais atividades podem envolver um levantamento de “achados e descobertas”, a partir de diferentes “modos de fazer”: oralmente, os alunos elencam descobertas, contando com o professor como escriba para, no final, todos registrarem no caderno; registros escritos em pequenos grupos, socializados e listados pelos próprios alunos, contando com a voz de toda a turma; levantamento iniciado pelo professor, em função de questões-chave, e complementado pelos alunos, entre outras possibilidades.
Dica 04
Ao longo da etapa de alimentação temática, é importante que o professor invista no trabalho com as capacidades de leitura, aliadas a procedimentos, tais como: localizar uma ideia-chave e fazer anotações ao lado do texto; comparar informações e grifar enunciados; analisar uma determinada fala em um vídeo e contrastá-la com uma informação de um texto escrito, entre tantas outras.
Dica 05
Em função das reflexões apontadas nas dicas anteriores, após a avaliação do texto do aluno, o professor poderá sugerir a reescrita, não apenas contando com todos os registros das atividades de alimentação temática, mas também com a indicação de apreciação de um novo e específico texto, capaz de potencializar a reflexão do estudante e revelar outros modos de escrever. Então, será a hora de avaliar novamente e conferir as mudanças!
Para terminar, mais algumas dicas, envolvendo a reflexão sobre alimentação temática:
Fiquem à vontade para ampliar a resposta, combinado?
Bj, muito obrigada a todos e até já,
Olímpia
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multimodalidade, práticas de linguagem contemporâneas, ensino e aprendizagem de língua portuguesa, letramentos, BNCC, multissemiose