Saltar para o conteúdo Saltar para o menu Saltar para o rodapé

biblioteca / sobre o Programa

Encontro de Semifinalistas - Documentário

Marina Almeida

07 de agosto de 2023

 

Encontro de Semifinalistas de Documentário

Começa nesta quarta-feira, 03/11, o Encontro de Semifinalistas do gênero Documentário. Estudantes e professores(as) classificados(as) para esta etapa participarão de discussões, palestras e outras atividades formativas e culturais, que acontecerão de forma remota.

O Encontro de Documentário vai até sábado, 6/11, quando serão anunciados os(as) finalistas no gênero. A cerimônia de encerramento do Encontro de Semifinalistas de Documentário será transmitida pelo canal do YouTube da Olimpíada de Língua Portuguesa às 18h (horário de Brasília) e pelo Portal Escrevendo o Futuro.

Leia também:

Veja como foi o Encontro de Semifinalistas de Memórias literárias

Veja como foi o Encontro de Semifinalistas de Artigo de opinião

Veja como foi o Encontro de Semifinalistas de Crônica

Saiba quem são os Semifinalistas da 7ª Olimpíada de Língua Portuguesa

Encontros de Semifinalistas promovem diversidade, cultura e aprendizados

Atividades

Na Semana de Boas-vindas, os(as) participantes já tiveram acesso ao ambiente virtual de aprendizagem. Neste espaço, textos, vídeos e reflexões vão ‘aquecendo’ professores(as) e estudantes para o que virá pela frente. Ali, eles(elas) também podem se apresentar e conhecer melhor os(as) colegas dos próximos dias.

No Encontro, os(as) estudantes serão convidados(as) a pensar sobre a narração com o apoio de imagens e sons. Por meio de experimentos com fotos, vídeos, áudios e textos, eles(as) vão descobrir as muitas formas de contar uma história por meio do Documentário.

Na palestra, os(as) jovens terão a oportunidade de conversar com Yasmin Thayná, que é cineasta, pesquisadora, fundadora da Afroflix e curadora da Flup (Festa Literária das Periferias). Ela é diretora dos filmes Kbela, Batalhas e Fartura, entre outros trabalhos. É também apresentadora do Canal Futura.

Já os professores(as) vão discutir as possibilidades do Relato de prática e do trabalho com Documentário. Também haverá espaço para a troca de vivências e discussão dos desafios no ensino desse gênero, sobretudo no contexto de pandemia e aulas remotas.

Os(as) docentes terão um encontro com Tammy Weiss e Victor Luiz, do Instituto Querô. Victor Luiz é produtor e diretor audiovisual, e um dos diretores da série Diz Aí – Extermínio e Enfrentamento da Juventude Negra, produzido pela Querô Filmes em parceria com o Canal Futura. Já Tammy é coordenadora do Instituto, produtora de projetos audiovisuais e gestora de negócios audiovisuais. Entre suas produções está o longa-metragem Sócrates, vencedor de 18 prêmios nacionais e internacionais, incluindo o Spirit Awards, considerado o Oscar do cinema independente.

Deixe sua mensagem 

Criado com o Padlet




1º dia


Pertencimento e trocas marcam atividades do primeiro dia de Encontro de Semifinalistas

Estudantes fazem vídeos curtos para retratar suas saudades por conta da distância imposta pela pandemia enquanto os(as) docentes compartilham experiências e desafios com ensino de Documentário durante o ensino remoto

Marina Almeida

O primeiro dia do Encontro de Semifinalistas no gênero Documentário foi marcado pelo entusiasmo dos(as) estudantes. “Os jovens expressaram sua felicidade em aprender esse gênero, considerado difícil por eles”, explica a formadora Sâmia Araújo. Segundo ela, os(as) estudantes também reconheceram a importância do incentivo de seus professores e professoras no contexto de aulas remotas. Ela ainda destaca a grande interação, tanto no encontro síncrono, quanto nas atividades propostas na Semana de Boas-vindas.

Neste primeiro dia, as discussões abordaram o conceito de documentário, suas temáticas e os encontros que promove. “Assistimos ao curta Retratos para você e, a partir daí, refletimos sobre memória, encontros, compartilhamentos”, explica a formadora Lua Lucas. Ela conta que, em sua turma, os(as) jovens, de início, estavam tímidos(as), mas foram se soltando e participando mais, trazendo suas opiniões e falando sobre a experiência com o documentário que realizaram.

Para se apresentarem aos estudantes, Lua e sua dupla, a formadora Ana Tereza Dauden, fizeram um vídeo mostrando um pouco de seus cotidianos, seus ambientes de trabalho e refletindo sobre a força do começo, “que empresta alegria a tudo que lhe segue”. Uma bela maneira de olhar para a jornada que iniciamos hoje. Assista:

Para este primeiro dia, os(as) estudantes também foram convidados(as) a pensar em imagens que retratem suas saudades. Em seguida, eles(as) fizeram pequenos vídeos mostrando os objetos que representam essas imagens para postar no ambiente virtual de aprendizagem, além de acompanhar e comentar os materiais dos(as) colegas. Para o formador Cayo Quintanilha, que também é diretor de filmes, o exercício é desafiador, pois pede imagens do que não está presente. “Eles podem buscar fotografias ou objetos de memória, mas às vezes não têm algo ali com eles. Em alguns casos pode ser preciso completar a filmagem com um áudio que dê sentido ao que foi gravado.”, explica.

Cayo conta que sugeriu também um plano B, para garantir que todos(as) conseguissem realizar a atividade. “Falei que uma segunda opção seria filmar o que eles fizeram para passar o tempo na pandemia. Se andaram a cavalo e o animal está ali, eles poderiam filmá-lo, por exemplo”.

O formador também conta que o encontro foi bastante proveitoso e divertido. “Tentamos trazer leveza e humor para as atividades”, diz. Outra preocupação foi aproximar as discussões mais complexas da realidade deles, para que possam entender.

Docentes

Pela manhã, o encontro dos(as) professores(as) também foi marcado pela interação entre os(as) participantes. “Eles queriam muito falar sobre as dificuldades de ensinar neste momento atípico e sobre tudo que tiveram de enfrentar em meio à pandemia”, diz a formadora Jordana Lima de Moura Thadei. Ela também conta que, apesar da grande participação nos fóruns e atividades da Semana de Boas-vindas, os(as) docentes estavam ansiosos pelo encontro síncrono, quando poderiam se conhecer de forma mais próxima.

 


Segundo Jordana, para os(as) professores(as), o gênero Documentário é duplamente desafiador. Além de ser pouco trabalhado usualmente em sala de aula, esta é apenas a segunda vez que ele compõe o quadro de gêneros da Olimpíada. “Muitos deles trabalharam com Documentário pela primeira vez este ano”, explica. Ela também conta que, vários(as) deles(as) chegaram com o sentimento de que não mereciam estar ali, porque achavam que seu trabalho não foi muito bom, ou porque não conseguiram realizar todas as atividades dos Cadernos Docentes. “Com o compartilhamento das experiências, esses professores viram que os demais também passaram por dificuldades semelhantes e se sentiram mais pertencentes ao grupo.”

 

Além dessas questões, o próprio ensino remoto, que predominou nas escolas até meados deste ano, foi ainda mais desafiador neste gênero. “Eles comentaram que trabalhar com Documentário foi complexo, porque era necessário coletar imagens, sair para filmar entrevistas e depoimentos... E eles tinham que tomar os cuidados sanitários ou tentar fazer a distância”, diz Jordana.

 


2º dia

04 Novembro 2021

 

Transformação social pelo audiovisual

Em palestra para professores(as), Tammy Weiss e Victor Luiz, do Instituto Querô, falam sobre as possibilidades do vídeo no trabalho com os(as) estudantes

Marina Almeida

As possibilidades do audiovisual e como levá-lo para a sala de aula foram tema da palestra de Tammy Weiss e Victor Luiz, do Instituto Querô, com os(as) professores(as) semifinalistas de Documentário.

Coordenadora do Instituto, produtora de projetos audiovisuais e gestora de negócios audiovisuais, Tammy falou sobre os diversos projetos que desenvolvem nessa área. Ela contou que o Instituto surgiu a partir do filme Querô. Seu diretor, Carlos Cortez, buscava moradores da periferia para atuar no projeto como atores. Após centenas de testes com moradores da Baixada Santista, a equipe chegou ao elenco do filme. Em parceria com a UNICEF, também surgiu o projeto de dar continuidade ao trabalho com a comunidade e oferecer oportunidades aos(às) jovens na área de criação audiovisual, o Instituto Querô.

“Há 15 anos oferecemos as oficinas Querô, de capacitação audiovisual para que esses jovens possam trabalhar no setor ou apenas fortalecer sua formação humana e cidadã”, diz Tammy. Ela ainda explica que o Instituto busca fazer pontes entre seus(suas) estudantes e o mercado de trabalho na área.

Entre seus projetos, o Instituto conta ainda com o projeto Querô na Escola, que oferece oficinas de produção audiovisual para alunos(as) de escolas públicas da região. “São três dias de oficinas que resultam num filme ou documentário de 1 minuto”, conta. “No nosso canal do YouTube, vocês podem assistir aos vídeos dos estudantes, além de acessar diversos tutoriais sobre a produção de vídeos”, ressalta Tammy. O canal pode ser acessado no link: https://www.youtube.com/c/queronaescola

“Também temos o Querô Comunidade. Neste projeto, vamos até uma área periférica e, com a ajuda das lideranças locais, identificamos as potencialidades para um documentário. Oferecemos oficinas de produção audiovisual para moradores e, com eles, fazemos um filme que possa ajudar na batalha por políticas públicas na região”, explica a coordenadora do Instituto. Ela cita como exemplo o filme Vila dos Pescadores – da pesca ao povo, gravado numa comunidade de Cubatão. Segundo ela, o documentário resgatou a origem da pesca artesanal caiçara na área, que hoje sofre com o estigma da violência. “Nesses projetos, temos um olhar muito voltado para o lugar onde se vive, como o tema das produções da Olimpíada”, compara.

Além dos projetos desenvolvidos, o Instituto também conta como uma produtora, que produz de vídeos corporativos a projetos autorais com temáticas de impacto social. Entre suas produções está o longa-metragem Sócrates, vencedor de 18 prêmios nacionais e internacionais, incluindo o Spirit Awards, considerado o Oscar do cinema independente.

Victor Luiz dos Santos, que foi um dos atores do filme Querô, hoje atua como produtor do Instituto. Ele destaca a boa acolhida e o encontro com outros(as) jovens com objetivos semelhantes aos seus como pontos fortes daquele trabalho. “Nós queríamos dar continuidade ao que estávamos fazendo no filme e dessa ideia surgiu o Instituto”, lembra.

“Na época, não tínhamos tanta facilidade com os equipamentos, precisávamos usar câmeras emprestadas. Hoje, temos bons celulares, além das possibilidades de formação on-line, que ajudam muito”, diz. Ele é um dos diretores da série Diz Aí – Extermínio e Enfrentamento da Juventude Negra, produzido pela Querô Filmes em parceria com o Canal Futura.

Audiovisual na escola

Os professores e professoras falaram sobre os desafios que encontram para trabalhar com Documentário, um gênero com o qual ainda têm pouca familiaridade, e pediram mais dicas sobre como levá-lo para a escola. Tammy ressaltou a importância de buscar parcerias e alianças para desenvolver projetos, além de buscar apoio de pessoas da área do  audiovisual.

Ela conta que, no início do Querô na Escola, encontraram resistência. “As pessoas pensavam que era mais um projeto qualquer. Foi um processo de conquista e trabalho com as lideranças educacionais. Hoje, somos muito procurados pelas unidades”, diz. E explica os motivos: “é um trabalho coletivo e criativo, os alunos se sentem muito motivados pelo projeto”. Tammy ainda conta que, por causa da pandemia, as oficinas estão acontecendo de forma on-line e com foco em documentário.

 


Tammy também falou sobre o projeto de criar uma formação para os(as) educadores(as) trabalharem com audiovisual em suas escolas – ideia que recebeu apoio dos(as) participantes do Encontro de Semifinalistas. “Os jovens já são muito ligados em redes sociais, mas os professores podem fazer com que eles utilizem essa ferramenta para contar uma história, para refletir sobre porque é relevante contá-la”, defende. Ela ainda cita o exemplo do TikTok, que faz muito sucesso entre os mais novos: “ele não precisa ser usado só para dancinha. É um instrumento, podemos usá-lo para contar a história do poeta da cidade, da Tarsila do Amaral ou de nossos pais. Dependendo de como utilizarmos, o audiovisual tem um grande potencial de transformação social”.

 

Cinema que passa pelo corpo, pela palavra e pelo território

Em palestra para os(as) estudantes, a cineasta Yasmin Thayná fala sobre sua trajetória, inspirações e o papel do lugar onde vive nos seus documentários

Marina Almeida

“Sou nascida e criada em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Meu bairro se chama Santa Rita, na periferia. Esse lugar é muito importante para mim porque foi ali que surge tudo para mim, de inspiração, de abertura, de olhares”, diz a cineasta Yasmin Thayná na palestra para os(as) estudantes semifinalistas de Documentário. Diretora dos filmes Kbela, Batalhas e Fartura, entre outros, Yasmin é também pesquisadora, fundadora da Afroflix, curadora da Flup (Festa Literária das Periferias) e apresentadora do Canal Futura.

O lugar em que vive também marca suas produções de diversas maneiras, desde seus primeiros passos na área, quando cursou a Escola Livre de Cinema, em Nova Iguaçu. “Para mim, cinema tinha a ver com as grandes produções de Hollywood, achava estranho que houvesse uma escola de cinema perto da minha casa”, conta Yasmin. Ela explica que o curso era voltado para jovens estudantes de escolas públicas da região e lembra que se surpreendeu, pois não encontrou grandes aparatos tecnológicos, como havia imaginado. “Nas primeiras aulas, nossa tecnologia era o nosso corpo, as nossas palavras e o nosso território. Quando descobri que para fazer cinema precisava desses três elementos, pensei: tenho tudo isso, moro num lugar, tenho um corpo e me expresso a partir de palavras. A partir daí passei a pensar o cinema a partir do que eu encontrava no cotidiano.”

Yasmin lembra da primeira cena que gravou: sua avó penteando seu cabelo, desembaraçando os fios com diversos cremes. “Foi mágico ver algo do meu cotidiano virar um vídeo, algo que era muito forte e muito pessoal, mas que ao mesmo tempo faz parte da vida de muitas pessoas”, diz.

Na palestra, Yasmin também compartilhou um trecho de seu último filme, Fartura. Criado a partir de fotografias de famílias negras de periferias e favelas cariocas, o documentário investiga as relações entre encontros familiares e a comida. “O filme surgiu a partir do álbum da minha família, mas foi crescendo. Vi o quanto as fotos dos meus amigos eram parecidas com as minhas, percebi que não era uma história só da minha família. Era uma cultura, que tem influência indígena, afro-brasileira”, explica a cineasta.

Para ela, a relação dessas famílias com a comida revela uma noção de prosperidade que se associa ao oferecer ao próximo. “Essa ideia de que somos miseráveis porque somos periféricos, porque somos negros é um olhar do outro. Pelo contrário, a nossa cultura, a nossa vida, ainda que falte muitas coisas, tem o essencial: a vontade de viver, de dar a volta por cima, de refazer a vida, de estudar, de crescer, a beleza do nosso cotidiano a partir da fotografia, da pintura, da palavra... Isso é muito farto, muito próspero. Minha referência de vida é essa: ser feliz no simples e não perder de vista o lugar de onde vim e o que aprendi. 

Tenho o corpo, a palavra e o território como pilar para fazer tudo na minha vida, inclusive o cinema.” Ela ainda ressalta que se preocupou em não romantizar a precariedade e a pobreza, mas falar sobre os encontros e a riqueza humana.

Para documentar 

 


Para os(as) jovens documentaristas, Yasmin lembra a importância de encontrar um assunto que mobilize. “Muito mais que a tecnologia, interessa para o documentário como vemos o mundo, o que nos toca. Se algo me intriga no momento, me emociona, passa pelo meu corpo, acho que tem potência para um filme”, diz. Para ela, também é papel do documentário contar as histórias que a história não conta. “Existem filmes que só podem ser feitos por você, ou pelo seu grupo, por isso é importante ter a nossa voz e contar nossa história.”

 

Ela ainda falou sobre a importância de buscar referências, que podem ser encontradas nos mais diversos lugares. “Ouvir os mais velhos pode ser um lugar de muita inspiração e aprendizagem, ver exposições, clipes, ler revistas, jornais, livros, o Twitter, ouvir músicas...”

Também é preciso ficar atento para as origens do que consumimos, já que produções norte-americanas e europeias são mais divulgadas. “Mas o que a América Latina está produzindo? É importante conhecer”, ressalta. Entre suas grandes referências no audiovisual ela cita o cineasta Zózimo Bulbul, que desenvolve sua filmografia a partir de um olhar próprio para o cotidiano. Ele também foi o criador do Centro Afro Carioca de Cinema e o Encontro de Cinema Negro.

Os(as) jovens também perguntaram sobre as redes sociais: elas são boas ferramentas para começarem a publicar suas produções ou banalizam o trabalho? Para Yasmin, elas podem ser bem aproveitadas, desde que os(as) estudantes tenham senso crítico ao utilizá-las. “Vejo muitas oportunidades nas redes sociais, já consegui câmeras emprestadas para fazer um filme graças a elas, já consegui apoio por um trabalho por meio de uma vaquinha on-line, faço pesquisas... São lugares onde me inspiro e busco referências. Claro que também tem muita coisa ruim na internet, como na rua. Ela é um espelho que amplia os problemas e as tensões do cotidiano”, diz. 

Ao final da palestra, Yasmin fala sobre a vontade de olhar nos olhos dos(as) participantes em um evento presencial, mas lembra da necessidade de ainda nos cuidarmos neste momento. “Por favor, se cuidem. A vida de vocês é importante. É preciso ter vigor e saúde para contar histórias, pensar, imaginar, estudar. Logo a gente vai poder estar pertinho para pensar cinema, imagens, oportunidades e imaginar futuros.” 

 


3º dia

05 Novembro 2021

 

Experiência e saber na construção dos Relatos de prática

Professores(as) compartilham os desafios da pandemia e do trabalho com Documentário, e falam sobre a emoção de reviver essa experiência em seus textos

Marina Almeida

A emoção de se ver tocado pela experiência narrada. Foi assim que muitos(as) professores(as) semifinalistas descreveram a sensação de reler seus Relatos de prática na roda de rotas desta manhã. “Ao relerem seus textos, com olhar mais prospectivo, eles se veem como sujeitos que foram, de fato, tocados pela experiência. Enquanto ela estava sendo vivenciada, eles não tinham percebido o quanto estavam sendo tocados pelo que estavam vivendo”, diz a formadora Denise Teixeira.

Outro fator de emoção é relembrar o contexto de adversidades causado pela pandemia no momento em que as atividades do Relato estavam sendo realizadas. “Eles enfrentaram o desafio de fazer documentários num momento em que a pandemia ainda estava muito forte no país. Rever os Relatos traz de volta algumas memórias e faz aflorar outras tantas desse período”, conta Denise. Ela explica que a pandemia aparece como marca dessa experiência para professores(as) e estudantes. Muitos documentários optaram por utilizar imagens estáticas, por exemplo, já que as cidades estavam em quarentena. Outros optaram por ir às ruas fazer entrevistas e se depararam com questões como a gravação dos entrevistados usando máscaras.

Outro desafio bastante comentado nas rodas foi o trabalho com o gênero multimodal na aula de Língua Portuguesa. “Para muitos professores, o trabalho com documentário foi uma experiência inédita. Já seus estudantes estão mais apropriados pois costumam consumir muito material nesse formato, fazem vídeos no TikTok, conhecem ferramentas de edição...”, lembra Denise. A formadora conta que, para muitos deles, trabalhar com o gênero foi uma forma de aprender mais sobre Documentário. Eles também relatam se sentir mais seguros para conduzir essa temática no próximo ano.

A própria produção do Relato de prática foi um momento importante do trabalho, segundo os(as) docentes. “Eles comentaram o quanto foi benéfico ter que parar e olhar para o seu trabalho”, diz. “É importante para o professor se ver como sujeito da experiência e da sua prática de ensino, sobretudo nesta profissão tão desautorizada no seu saber.”

A voz dos estudantes no Relato

O professor Jocenilton Cesário da Costa, de José da Penha (RN), conta que já participou e foi semifinalista de outras edições da Olimpíada, mas que se sentiu mais confortável para redigir o Relato de prática este ano, com o novo formato do concurso. “Tínhamos mais espaço e mais tempo para escrever, porque desde a inscrição eu já sabia que teria que produzir esse texto ao final das atividades”, explica.

 


Para Jocenilton, a escrita do Relato é desafiadora porque envolve muitos registros do que foi realizado, como histórias e memórias. “Precisamos fazer um recorte para nós, depois também foi necessário entender o modelo que a Olimpíada queria”, explica. Segundo o professor, as orientações sobre o gênero oferecidas nos webinários e nos materiais do Portal também foram importantes para ajudá-lo a elaborar o seu texto. Ele ainda conta como a voz dos(as) estudantes, direta ou indiretamente, conduziu o trabalho docente e também a escrita do Relato. “A indagação de uma aluna numa das minhas primeiras aulas serviu como um gancho para eu engajar os alunos, desenvolver o trabalho e também para a condução do meu Relato”, lembra.

 

Na Escola Estadual Vicente de Fontes, onde leciona, as aulas estavam ocorrendo de forma remota, por meio de encontros no Google Meet, durante o desenvolvimento das atividades de Documentário. Jocenilton conta que, para iniciar o trabalho, criou um evento de abertura da Olimpíada no YouTube da escola, com mobilização de toda a comunidade escolar e a participação de uma professora de Brasília, veterana do concurso. “Os alunos ficaram muito motivados, mesmo de forma remota”, lembra.

Além das atividades do Caderno Docente, o professor criou um plantão no contraturno das aulas, para tirar dúvidas e orientar os(as) estudantes sobre Documentário. “Abri uma sala on-line e não sabia se ia aparecer alguém, mas a procura foi tanta que não dei conta. Atendi aos fins de semana e também por WhatsApp para tentar responder a todos”, diz. Outro receio era que poucos(as) estudantes conseguissem realizar o trabalho, já que a cidade vivia um momento crítico da pandemia. “Temos muitos alunos da zona rural, então orientei que buscassem fazer o documentário com um primo, por exemplo, alguém que morasse próximo e com quem estavam tendo contato naquele momento”, explica. O trabalho rendeu bons frutos: foram mais de 20 documentários entregues e a dificuldade foi escolher apenas dois para compor a Linha do tempo.

 


Rosileni Muniz da Silva - Montalvânia (MG)

A experiência em produzir o Relato de prática e trabalhar documentário proporciona uma exposição do sujeito de experiências. Ao relatarmos nossas dificuldades, fraquezas e desafios, estamos expondo este lado do "sujeito alcançado, tombado, derrubado", mas o importante que é um sujeito capaz de experiência, de se deixar tocar e mover de acordo com o que o acontece. Vivemos situações em que tivemos que nos reinventar, nos adaptar, buscar outros métodos, mas que nos permitem reflexões, aprendizagem e um novo olhar sobre nossas práticas.

 


Vinícius Delfino Silva - Viana (ES)

No meu Relato de prática, há a problematização a partir da temática da Olimpíada "O lugar onde vivo". Os estudantes moram em cidades distintas da Região Metropolitana da Grande Vitória, então não sabiam em qual município focar no documentário. Nesse sentido, as rodas de conversa dimensionaram a minha visão para o lugar onde hábito, perceber os detalhes da localidade, e, mais que isso, me fizeram repensar nas estratégias que poderia ter usado para provocar esse momento de escolha do ponto de vista. Diante disso, é notória a importância do papel que Olimpíada desempenha em trabalhar esse tema em sala de aula.

 

 

Do Documentário à criação de um laboratório audiovisual

Em Magé (RJ), atividades com Documentário despertam o interesse dos(as) estudantes e a vontade de continuar a produções

Marina Almeida

“Trabalhar com Documentário este ano tinha tudo para dar errado. Estávamos em plena pandemia, com aulas remotas, e eu lecionava para alunos novos na escola, da 1ª série do Ensino Médio, que não me conheciam”, lembra a professora Rosiane Paes Silva, que leciona no CIEP 441 Mané Garrincha, de Magé (RJ). Ela conta que nunca tinha participado da Olimpíada de Língua Portuguesa, mas se encantou com as atividades propostas no Caderno Docente e resolveu enfrentar os desafios que se apresentavam.

 


Rosiane ficou surpresa com a grande participação da turma em todas as atividades. “Quando terminamos, eles queriam fazer mais documentários”, lembra. Em agosto, quando saiu o resultado da Etapa Municipal, a professora organizou uma comemoração com os(as) estudantes, que foi também o momento de apresentá-los(as) ao espaço da escola, que ainda não conheciam. “Não tinha expectativas de chegar à Etapa Semifinal, então comemoramos bastante aquele momento”, conta. No passeio pela unidade, eles(as) conheceram as novas salas do prédio. Aproveitando a empolgação dos(as) jovens, o diretor da unidade propôs que fizessem um novo documentário para ser exibido na inauguração do auditório, o que acontecerá em dezembro.

 

Foi assim que Rosiane e sua turma tiveram a ideia de criar uma Escola de Cinema no contraturno das aulas da unidade, que funciona em tempo integral. Com o apoio da direção, organizaram uma palestra com Heraldo HB, fundador do cineclube Mate com Angu, de Duque de Caxias, também na Baixada Fluminense. “Os alunos adoraram e começamos a pensar em organizar o nosso próprio cineclube também”, conta. “Nesse processo, percebemos que não éramos nem uma escola de cinema nem um cineclube, mas um laboratório audiovisual. Somos o Lab Take 441, nome escolhido em votação pelos alunos”, diz ela.

 

 

 

 

 

Protagonismo dos(as) jovens

No laboratório audiovisual, em duplas, os(as) estudantes de Rosiane ensinarão o que aprenderam nas atividades da Olimpíada para os(as) colegas de outras turmas da escola. “Escolhi quem mais se destacou em cada oficina para ser multiplicador daquele assunto”, conta. Ela explica que essas aulas ainda não começaram, porque os(as) estudantes estão em fase de preparação de suas apresentações.

O Cineclube do Mané, como resolveram chamá-lo, também acontece fora do horário das aulas e já teve a sua primeira apresentação. “São os estudantes que organizam os panfletos e convidam os demais alunos a participar. Depois de assistirem ao filme, eles organizam uma roda de conversa, guiada por eles mesmo, de 30 minutos. Em todas as atividades são eles os protagonistas”, explica.

As atividades do laboratório audiovisual ainda preveem minicursos diversos, como ferramentas de design gráfico e animação, também ministrados pelos(as) estudantes. Rosiane diz que no ano passado, antes do início das aulas remotas, ensinou seus estudantes a utilizarem a plataforma Canva, que facilita a produção de materiais gráficos. Este ano, ela reencontrou uma aluna daquela turma, que contou como utilizou a ferramenta para produzir e vender molduras e pôsteres, ajudando na renda dos pais, que ficaram desempregados na pandemia. A jovem será a monitora do curso de Canva no Lab Take 441. “Estou descobrindo os talentos e trazendo-os como protagonistas dos cursos”, explica.

“Considero que todo esse projeto é um legado da Olimpíada”, destaca a professora. Hoje, ela conta que está em busca de parcerias e apoio para ampliar as atividades do laboratório. Após a experiência, Rosiane também se inscreveu em um curso de pós-graduação sobre cinema e produção audiovisual: “fiquei apaixonada e quero me aproximar mais dessa área”.

Veja o vídeo produzido pela professora sobre as atividades do laboratório audiovisual:

 


4º dia

06 Novembro 2021

 

Em vídeo, docentes compartilham vivências e aprendizados

Marina Almeida e Mônica Cardoso

No Encontro de Semifinalistas de Documentário não foram apenas os(as) estudantes que filmaram suas vivências e sensações. Convidados a compartilhar suas experiências e novas formas de olhar para elas a partir das trocas realizadas, muitos professores(as) foram para a frente das câmeras para se comunicar com os colegas. Reunimos aqui três exemplos de vídeos desses(as) profissionais que se expressam também pelo vídeo.

Entre máscaras

Luciane Terezinha Pluta, da Escola Estadual de Ensino Médio João Przyczynski, em Guarani das Missões (RS), conta que a produção dos documentários foi marcada pelas novas condições impostas pela pandemia. “Estávamos em ensino híbrido, mas o medo não deixou que todos retornassem, e o distanciamento na sala de aula, de um metro e meio, não possibilitava mais que 10 alunos por turma”, diz. O uso das máscaras também esteve presente durante todo o processo. “A máscara foi denotativa, as ações realizadas solicitavam que cada um a usasse em todas as fases de produção do documentário. A máscara era o cuidado, a proteção.”

Ao longo do Encontro, a professora percebeu que havia ainda uma outra máscara que vestia para entrar em aula. “A formação me permitiu ver o outro lado, o conotativo, que também estava ali. Eu não me sentia completamente segura na escola, mas não podia demonstrar isso aos alunos, eles precisavam de motivação, estavam há mais de um ano longe da escola, deste ambiente interativo que é a sala de aula. Eu não poderia, de forma alguma, demonstrar que eu tinha medo... A máscara esteve lá o tempo todo. Nos dois sentidos”, lembra.

Seu vídeo é sobre essa segunda máscara, que oculta os sentimentos, e que às vezes é preciso retirar. Assista:

Permita-se tirar a máscara

Juntos, ainda que separados

Em Manaus (AM), Glaunara Mendonça de Oliveira Silva, do Colégio Amazonense Dom Pedro II, conta que poucos(as) alunos(as) participavam das aulas on-line, pois enfrentavam dificuldades financeiras, sem recursos até para o acesso à internet. Ela também estava se adaptando às aulas por meio de tecnologias, mas não desistiu. “O desafio principal era não deixar que a pandemia levasse mais nada dos meus alunos. Não queria que eles perdessem a oportunidade de aprendizado que a Olimpíada proporciona”, diz. Olhando para o que passou, ela entende que os obstáculos podem ser superados: “se houver ao menos uma centelha que seja, é o suficiente para acender uma chama que se espalha por uma turma inteira”.

Em seu vídeo, Glaunara lê um poema de sua autoria que fala sobre não estar sozinha, apesar do isolamento da pandemia. “Perceber, nesse encontro, a quantidade de professores que também fizeram e fazem a diferença na educação do Brasil me enche de esperança e vontade de continuar inovando para que meus alunos possam ter mais experiências como essa. Além dos professores, a equipe da Olimpíada, preparando esse material riquíssimo, foi uma grande parceira. Definitivamente, não estamos sozinhos.” Assista:

O saber da experiência

Expressão e exposição

Silvia Chagas Gomes, da Escola Estadual Professor Milton da Silva Rodrigues, de São Paulo (SP), destaca que a experiência ao longo da jornada da Olimpíada rendeu aprendizados e descobertas. “Desenvolver o projeto foi maravilhoso, pois descobri junto com os estudantes os detalhes desse gênero e quantas etapas são necessárias até finalizar um pequeno filme. Também aprendi o quanto é possível transformar realidades, sentimentos e ações por meio desse gênero”.

Para ela, a elaboração do Relato de prática foi “um mergulho para dentro mim. Tem momentos que não nos vemos como capazes de ultrapassar obstáculos e nem enxergamos quantas coisas bonitas fazemos. Também não percebemos a força para não desistir pensando no outro, no caso, meus alunos, afinal eles precisam acreditar que é possível. A produção do Relato me fez perceber o quanto posso transformar a vida dos meus estudantes. Na escrita pensei muito em como deveria colocar as palavras, quais palavras deveria utilizar, se teria que ser mais séria, se poderia me dirigir ao leitor, etc. Assisti a alguns webinários e vi que poderia me revelar naquela escrita e percebo que quero fazer mais. Estou realmente gostando de escrever!”

Assim como aconteceu no Relato de prática, para a professora, gravar o vídeo foi uma outra forma de se expor. Assista:

Eu ex-pondo-me

 

Potência transformadora

Pela primeira vez, Juliana Dantas de Macêdo Nóbrega, da Escola Estadual Monsenhor Amancio Ramalho, de Parelhas (RN), está participando do concurso com o gênero Documentário. Ela, que já participa da Olimpíada desde a primeira edição nas categorias Crônica e Memórias literárias, acredita que Documentário trouxe novos desafios: “a timidez, a vergonha e poucos recursos tecnológicos para gravar o trabalho. Mas, juntos buscamos superar as dificuldades, conectados com a palavra, mediados pela tela, com vontade, coragem e esperança de resistir a esses momentos tão difíceis pelos quais passamos.”

Ela destaca, em seu vídeo, uma história curiosa, que mostra o cruzamento de caminhos proporcionados pela Olimpíada. Neste ano, ao apresentar o projeto para a turma, um aluno contou que tinha ouvido falar do concurso quando ainda era criança e uma professora leu uma crônica, que havia sido escrita para a 4ª edição da Olimpíada, em 2014. “Ele relatou que jamais se esqueceu, pois, na crônica, havia a descrição de uma cena corriqueira, do alegre amanhecer no sertão, do lugar em que vivia. Se comoveu ao lembrar o quanto o texto lhe ensinou a aproveitar os belos momentos... A partir do relato desse aluno, senti que a OLP marca de uma forma positiva as vidas de nossos estudantes e, principalmente, a minha, pois aquela professora do relato que meu aluno compartilhou era eu”. 

Para ela, a potência da Olimpíada é capaz de sensibilizar e deixar marcas profundas, que fazem esperançar. “Penso que a Olimpíada dá o real sentido de aprender significativamente. As palavras realmente nos empoderam, nos libertam e nos ensinam a acreditar nas muitas facetas possíveis e provocadoras do encontro com o conhecimento, que é a própria vida!”

Esperançar a educação

 

Cartas feitas de imagens e sons

Por meio de filme-carta, estudantes retratam ausências e presenças sentidas durante o período de pandemia

Marina Almeida e Mônica Cardoso

No último ano, as saudades foram muitas. Num filme-carta, os(as) estudantes registraram as faltas: dos amigos que não se encontraram mais por conta da pandemia, do jogo de futebol, dos passeios. Falaram das perdas: de um pai, uma mãe, uma avó que se foi. Lembraram das presenças constantes deste tempo: os animais de estimação, a família, a música. Também se endereçaram ao seu futuro, refletiram sobre suas esperanças e projetos, e analisaram os aprendizados deste momento.

“Eles revelaram um potencial criativo enorme e uma grande maturidade na escrita”, avalia o formador Alexander Buck. Profissional do audiovisual, ele também chama a atenção para a capacidade de resolução de problemas dos(as) jovens, contornando dificuldades técnicas impostas por seus equipamentos ou pelo isolamento da pandemia com soluções criativas. Além de ferramenta de expressão, Alexander conta que instigou os(as) estudantes a pensarem no audiovisual também como uma possibilidade de carreira que engloba uma vasta área de atividades.

Para meu eu do futuro

Aluna: Beatriz Pereira Rodrigues

A dupla de formadores Camila de Almeida e Marcelo Gercino também destaca o olhar maduro dos(as) jovens para o momento em que vivem: “eles têm consciência de que seu eu futuro será diferente por conta da vivência da pandemia”. A dupla ainda ressalta que, apesar de trazerem temáticas difíceis em muitas produções, o que sobressai não é um olhar negativo sobre as coisas. “Eles demonstram muita resiliência e conseguem subverter, de forma coletiva, muitas dificuldades”, diz Camila.


Formas de documentar
O formador José Victor Nunes Mariano conta que os(as) jovens chegaram no Encontro pensando o Documentário com um formato ainda muito vinculado ao jornalismo. “Trabalhamos com eles outras formas possíveis de fazer documentário, mais poéticas e inventivas.” Para ele, ao trazerem questões pessoais para seus vídeos, os(as) estudantes estão exercitando esse olhar mais autoral: “eles têm compartilhado muito de suas emoções, dores, frustrações, angústias e alegrias”, diz.

Na preparação para essa atividade, os(as) jovens foram convidados a gravar imagens de algo de que sentissem falta, no primeiro dia de encontro. No segundo dia, a atividade era escrever uma carta. Reunindo as duas vivências, a terceira proposta era a produção do filme-carta. “Primeiro trabalhamos o como gravar, depois o texto aplicado ao documentário, pensado neste caso como uma mensagem a ser encaminhada a alguém, até chegarmos a esta última atividade, que podia ser feita individualmente, em dupla ou ainda coletivamente, reunindo o material produzido por vários colegas”, explica José Victor.

Para meus amigos 

Alunos: Luis Felipe Jaroszewski e Gustavo Tonin Bastos



Locais de fala
Para Camila e Marcelo, os encontros têm sido um momento de identificação e, ao mesmo tempo, de reconhecimento de vivências muito diferentes. “Um aluno fala sobre a violência e o outro sobre a tranquilidade do lugar onde vive. Uma aluna conta do banho de rio e a outra do passeio a cavalo. Desse encontro de realidades distintas surge um todo único e harmônico, que é a cultura popular brasileira”, destaca Marcelo. Os formadores ainda ressaltam o orgulho dos(as) estudantes ao falar sobre o lugar onde vivem. “Eles conseguem se enxergar na história desse lugar. Percebem que têm local de fala para contar sua própria história e a importância de contá-la”, fala Camila. “Eles têm orgulho de seu lugar, mas não de uma forma ufanista, patriótica, pois reconhecem que há um outro lugar também possível”, completa Marcelo.

Para meu gatinho 

Aluna: Brena Wemily

O documentário sobre uma escola indígena, assistido no terceiro dia do Encontro, proporcionou ainda discussões sobre o papel da escola dentro de uma comunidade. “Vimos como aquela escola reflete a cultura daquele local e de seus estudantes. Lá não se ensina só a cultura do homem branco, mas também a cultura deles, como o passeio de canoa no rio”, comenta o formador Welinsson Guedes. Ele conta que, a partir do vídeo, a turma refletiu sobre como suas escolas também deveriam refletir a cultura das comunidades em que se inserem. “Incentivamos os estudantes a participarem e reivindicarem que suas escolas discutam questões que são importantes para eles”, explica.

Querida Dona Música

Aluno: Davi Duarte Cucco

 


Veja como foi o encerramento e conheça os finalistas do gênero Documentário

Ao som da música Andar com fé, chega ao fim o Encontro de Semifinalistas do gênero Documentário. Transmitida do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo (SP), a cerimônia de encerramento contou ainda com a poesia de Geni Guimarães, escritora homenageada desta edição. O final do evento trouxe ainda a revelação dos nomes dos professores(as) e suas turmas finalistas da 7ª Olimpíada de Língua Portuguesa. Confira a lista ao final do texto.

 

Entre imagens e movimento

Em quatro dias de encontro, falamos sobre Documentário, Relato de prática, questões técnicas e teóricas. Mas não só. Conversamos sobre ausências e presenças, distâncias e amizades. Nos reconhecemos através das telas, dos vídeos, das trocas e das lembranças. Professores(as) e estudantes mostraram seus rostos e suas vidas por meio de textos, imagens e sons, com muitas ideias na cabeça e uma câmera ou caneta nas mãos.
Saímos desse Encontro de Semifinalistas renovados também em nossa fé na educação, na capacidade dos professores(as) de enfrentar as adversidades e no potencial da juventude de imaginar e construir novos mundos.

Finalistas

Centro-oeste

 

“No caminho se aprende a caminhar”

Prof.ª Maria Gorete Cogo da Silva

E.E. São Francisco de Assis

Aripuanã - MT

“Apesar das pedras no caminho, é possível um trabalho pedagógico para todos”

Prof.ª Rozely Martins Costa

CED 416 de Santa Maria

Brasília - DF

 

 

Nordeste

 

“Despertar”

Prof.ª Ana Carolina Teixeira Bastos

EEEP Rita Aguiar Barbosa

Itapipoca - CE

“Desafio e superação”

Prof.ª Angela Maria dos Santos Nascimento

E.E. Nossa Senhora da Conceição

Lagoa da Canoa - AL

 

“Escola em tempo de pandemia: O desafio do ensino híbrido e a construção da identidade com o local onde vivo”

Prof. Emanoel Lourenço da Silva

EREM Coronel João Francisco

São Vicente Ferrer - PE

“Produção, câmera e ação”

Prof.ª Eva Soares dos Santos

C.E. Henrique de La Roque

João Lisboa - MA

 

“Ué, e eu vou filmar o quê?...”

Prof. Jocenilton Cesário da Costa

E.E. Vicente de Fontes

José da Penha - RN

“Um roteiro de experiência gravado pela sensibilidade educacional”

Prof.ª Juliana Dantas de Macêdo Nóbrega

E.E. Mons. Amancio Ramalho

Parelhas - RN

 

“Abram as câmeras! Aqui também tem Olímpiada”

Prof.ª Mylenna Vieira Cacho

IFRN- Campus São Gonçalo do Amarante

São Gonçalo do Amarante - RN

“O olhar quilombola de um lugar marisqueiro”

Prof. Waldemar Valença Pereira

Col. Est. Senador Walter Franco

Estância - SE

 

 

Norte

 

“O conhecimento além dos nossos limites”

Prof.ª Cleide Maria Lino

E.E. Girassol de Tempo Integral Meira Matos

Aparecida do Rio Negro - TO

“Escrevivência de uma professora”

Prof.ª Dinair Rocha de Sousa Teles

E.E. Rezende de Almeida

Itapiratins - TO

 

 

Sudeste

 

“Não desiste deles não, viu!”

Prof.ª Shantynett Souza Ferreira Magalhães Alves

E.E. Betânia Tolentino Silveira

Espinosa - MG

“E agora, professor?”

Prof. Vinícius Delfino Silva

IFES- Campus Avançado Viana

Viana - ES

 

 

Sul

 

“Luz, câmera, ação: O lugar onde eu vivo sob o olhar dos meus alunos”

Prof.ª Alexandra Rosa

EEEM Curupaiti

Vale Verde - RS

“Metodologias ativas: Protagonizando a aprendizagem por meio do gênero documentário”

Prof.ª Marciane Cocchi Dorta

Col. de Aplic.- Uel Prof. José Aloísio Aragão

Londrina - PR

 

Faça o download da lista dos finalista de Documentário, clicando no botão abaixo.

Acompanhe as novidades

Imagem de capa de Uma festa para os livros e para a leitura
educação e cultura

Uma festa para os livros e para a leitura

Feiras literárias valorizam a produção local e a diversidade de autorias, e promovem a leitura e a escrita, especialmente entre jovens.

literatura, feiras literárias, formação leitora, livros

Imagem de capa de Letramentos e as práticas de linguagem contemporâneas na escola
especiais

Letramentos e as práticas de linguagem contemporâneas na escola

Confira materiais para auxiliar professoras(es) no planejamento de aulas contemplando os diversos e múltiplos letramentos.

multimodalidade, BNCC, práticas de linguagem contemporâneas, ensino e aprendizagem de língua portuguesa, letramentos, multissemiose

Imagem de capa de A hora e a vez das biografias
sobre o Programa

A hora e a vez das biografias

Conheça o novo Caderno Docente com atividades sobre o gênero biografia

Imagem de capa de O que cabe no poema?
especiais

O que cabe no poema?

Confira o especial que reúne conteúdos diversos como planos de aula, sequências didáticas, artigos e entrevistas sobre o gênero textual poema.

poesia, literatura, produção de texto, poema, gênero textual, formação leitora, planejamento docente

Comentários


Ninguém comentou ainda, seja o primeiro!

Ver mais comentários
inicio do rodapé
Fale conosco Acompanhe nas redes

Acompanhe nas redes

Parceiros

Coordenação técnica

Iniciativa

Parceiros

Coordenação técnica

Iniciativa


Objeto Rodapé

Programa Escrevendo o Futuro
Cenpec - Rua Artur de Azevedo, 289, Cerqueira César, São Paulo/SP, CEP 05.404-010.
Telefone: (11) 2132-9000

Termos de uso e política de privacidade
Objeto Rodapé

Programa Escrevendo o Futuro
Cenpec - Rua Artur de Azevedo, 289, Cerqueira César, São Paulo/SP, CEP 05.404-010.
Telefone: (11) 2132-9000