Uma festa para os livros e para a leitura
literatura, livros, formação leitora, feiras literárias
Encontro de Semifinalistas de Memórias literárias
O Encontro de Semifinalistas do gênero Memórias literárias começa nesta terça-feira (26). Este ano, todo o evento acontecerá de forma remota, mas as atividades foram pensadas de modo a transformar a experiência num momento de aprendizado e diversão. Entre atividades síncronas e assíncronas, professores(as) e estudantes participarão de palestras, debates e encontros virtuais, entre outros.
No último dia do Encontro, na sexta-feira (29), também será realizada a cerimônia de encerramento, quando serão anunciados os(as) professores(as) e suas turmas finalistas desta edição. O evento acontecerá às 18h (horário de Brasília) e terá transmissão pelo canal do YouTube da Olimpíada de Língua Portuguesa e também pelo Portal Escrevendo o Futuro.
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Atividades
Antes do Encontro começar, professores(as) e estudantes já têm acesso à Semana de Boas-vindas – um espaço para que os(as) participantes se apresentem, conheçam seus(suas) colegas e reflitam sobre a leitura e a escrita.
Para os(as) professores(as), as atividades do Encontro vão proporcionar debates e reflexões sobre a narração do fazer pedagógico e o processo de registro do Relato de prática. Os(as) docentes também serão convidados a compartilhar histórias sobre as experiências, mudanças e desafios enfrentados em seu trabalho neste último ano, visibilizando as diferentes vozes e perspectivas que se encontram nesta Semifinal.
Na palestra, eles terão a oportunidade de conversar com a escritora Giovana Madalosso. Jornalista de formação, ela é autora de Suíte Tóquio (Todavia, 2020), do romance Tudo pode ser roubado (Todavia, 2018), finalista do Prêmio São Paulo de Literatura e do livro de contos A teta racional (Grua livros, 2016), finalista do Prêmio Biblioteca Nacional.
Já os(as) estudantes terão a oportunidade de refletir sobre a construção das memórias e de exercitar a escrita a partir desse olhar para sua própria história. Um objeto especial, as vivências da pandemia e do lugar onde vivem são alguns dos temas que vão provocar as discussões e as produções dos(as) jovens.
“Se você não sabe de onde veio, não saberá para onde ir.” A afirmação de Kaká Werá Jecupé dá o mote para a palestra, em que compartilhará com os(as) estudantes um pouco de suas histórias e reflexões sobre memória e ancestralidade. Indígena de origem Tapuia, Kaká Werá é escritor e empreendedor social. Pela literatura, o autor busca difundir a cultura indígena, especialmente a Tupi-Guarani. Entre os temas que aborda em livros, cursos e projetos estão os saberes tradicionais e a ancestralidade. Por meio do Instituto Arapoty, de Itapecerica da Serra (SP), ele também promove a formação de jovens para serem agentes culturais.
Acompanhe toda a cobertura dos Encontros pelo Portal Escrevendo o Futuro e compartilhe suas experiências nas nossas redes sociais com a hashtag #MemoriasLiterariasOLP.
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1º dia
Professores(as) e estudantes compartilham memórias e histórias no primeiro dia de Encontro de Semifinalistas
Experiências e escrita do Relato de prática são tema do debate entre docentes; estudantes refletem sobre a construção de suas memórias pessoais
Marina Almeida
Com emoção e alegria, os professores e professoras semifinalistas no gênero Memórias literárias começaram o Encontro de hoje dando exemplo de participação. “Eles já interagiram bastante na Semana de Boas-vindas, se apresentaram, trocaram com os(as) colegas, leram trechos de seus Relatos de prática. Hoje, no primeiro dia do Encontro, estavam ansiosos para conhecer melhor os demais docentes, ainda que virtualmente”, conta a formadora Márcia Ohuschi.
Em suas falas, os(as) professores(as) também destacaram seu encantamento com o Encontro e com a valorização de seu trabalho. A escrita do Relato de prática foi outro ponto abordado. “Eles comentaram sobre como realizar esse trabalho foi diferente do que acontecia em outras ocasiões, da sensibilidade envolvida e de como passaram a valorizar pequenas coisas”, explica Márcia.
Os(as) professores(as) também comentaram sobre as diversas dificuldades enfrentadas por conta da pandemia e de como, através dos Relatos, transformaram a vida em arte. Entre as palavras-chave escolhidas pelos(as) docentes para representar suas vivências, os termos aprender e reaprender apareceram diversas vezes, ressaltando o movimento que precisaram fazer para se adequar às necessidades desse novo momento na educação.
“Como professora de Estágio na graduação em Letras, na UFPA, sairei reabastecida, com muitos ensinamentos sobre o chão da escola para mostrar aos futuros professores de Língua Portuguesa”, diz a formadora ao lembrar a riqueza das experiências com que teve contato no encontro.
Imagens e memórias
Para os(as) estudantes, hoje também foi dia de conhecer seus(suas) colegas de Encontro e se surpreender ao descobrir pessoas de todas as regiões do Brasil. “Eles ficam muito curiosos ao saber que a turma reúne pessoas que estão em lugares tão distintos”, comenta a formadora Maurina Lima. Ela também destaca a animação dos(das) jovens nesse primeiro dia, apesar da timidez e dos problemas de conexão enfrentados.
A formadora Oluwa Seyi Salles Bento conta que alguns(algumas) estudantes tiveram dificuldade para usar ferramentas como a câmera ou o microfone da sala virtual, mas que, com a orientação, os problemas foram superados. “Um dos meus alunos estava com seu professor ao lado, que o auxiliava nessas questões, acredito que por ele não ter domínio dessas ferramentas”, diz.
Depois de todos(todas) se apresentarem, as turmas foram convidadas a refletir sobre sua relação com a memória e os(as) estudantes compartilharam momentos marcantes de suas vidas, segundo Oluwa. Como atividade para fazer em casa, os(as) jovens deviam publicar uma foto que representasse essa memória e escrever uma pequena legenda.
Um jogo de futebol, as atividades da Olimpíada de Língua Portuguesa, a máquina de costura da avó, um passeio na praia, a volta às aulas após mais de um ano, a gatinha de estimação, o sonho de ser bailarina ou andar a cavalo são algumas das lembranças trazidas pelos estudantes, que vão sendo compostas por imagens e histórias no ambiente virtual de aprendizagem. “São atividades muito lúdicas”, ressalta Maurina.
2º dia
27 Outubro 2021
Giovana Madalosso: elaboração e cura pela memória
Em palestra para professores(as), escritora defende a importância da memória pessoal e coletiva para transformação da realidade
Marina Almeida
“Ao trabalhar nossas memórias, organizamos nossas ideias, encontramos respostas para o que nos aconteceu, ou mais perguntas, o que também é importante”, defende a escritora Giovana Madalosso em palestra para os(as) professores(as) semifinalistas de Memórias literárias.
Giovana é autora dos livros Suíte Tóquio (Todavia, 2020), Tudo pode ser roubado (Todavia, 2018), finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, e A teta racional (Grua livros, 2016), finalista do Prêmio Biblioteca Nacional. Também escreve crônicas e outros textos para diversos veículos, como o jornal Rascunho e o site Fervura, que discute mudanças climáticas. Na palestra, ela falou sobre seu processo de escrita, sobre como usa a memória para compor seus trabalhos e ainda sobre sua colaboração para o projeto Inumeráveis, que organiza um memorial dedicado à história das vítimas do coronavírus no Brasil.
“No projeto Inumeráveis, eu e outros voluntários escrevemos o obituário das pessoas que perdemos pela pandemia. Ouvimos essas histórias e as transformamos num tributo bonito. Isso ajuda a família a atravessar o luto. E ajuda todos nós a passar por esse momento tão difícil no mundo e, especialmente, no Brasil”, explica a escritora, que acredita que a narrativa e a memória podem ser uma forma de cura.
Para Giovana, muitas pessoas deixam de contar suas memórias por considerarem que não são relevantes, mas ela defende que uma boa história não precisa ser grandiosa. “Toda história, dor, experiência é digna de ser narrada. Ao escrever o Inumeráveis isso ficou muito claro: não há uma história de vida igual à outra e nosso desafio era escrever a história mais bonita para cada um.” Para ela, se na superfície algumas histórias parecem semelhantes, quando conseguimos nos aprofundar, descobrimos que são únicas: “e é assim que se criam boas narrativas”. Ela também elogia o trabalho dos professores e professoras com Memórias literárias: “o que vocês estão dizendo ao levar esse tema para os alunos é que suas histórias importam, e isso é fundamental”.
A escritora ainda defende a importância da memória para um país. “O Brasil perdeu muitos dos seus registros sobre a ditadura, não temos grandes museus sobre esse período como vemos no Chile. Talvez se tivéssemos preservado essa memória hoje não houvesse tantas pessoas defendendo a ditadura aqui”, acredita Giovana. “A memória é um farol virado para trás, que nos ajuda a seguir em frente e não fazer os mesmos erros.”
Formas de contar
Giovana diz que há muitas formas de narrar uma memória, e a narrativa não precisa necessariamente passar pela escrita. “Às vezes a pessoa conta uma história com um álbum de fotos, com desenhos, objetos, vídeos, áudios. Comprei um baú para minha filha, onde guardo objetos da história dela, que constroem uma história não-linear, uma arqueologia afetiva”. Por escrito, as formas de contar também são variadas: um texto pode ser de formato memorialístico, pode ser composto de fragmentos ou ainda pode ser ficcionalizado. “Às vezes é muito duro escrever sobre temas difíceis que nos aconteceram e a ficção pode ajudar a nos aproximarmos dessas questões.”
Ela acredita que ao narrar nossas histórias, escolhemos como contá-las, como olhar para elas e o que queremos mostrar. “Há muitas formas possíveis de fazer com que essa narrativa possa ser como uma ponte, uma travessia para um lugar mais confortável para nós mesmos”, diz. Giovana também acredita que, para o leitor, pouco importa se a história ficcionalizada tem uma origem na vida pessoal do autor ou não. “Até porque, de uma forma ou de outra, sempre partimos de um lugar dentro de nós para escrever.”
Processo de escrita
Na construção de seus romances e contos, Giovana se preocupa em criar um passado para os personagens, mesmo quando esse período não fará parte da história do livro. “Escrevi sobre uma babá que cresceu numa fazenda de bicho de seda, mas esse não é o foco do romance. Mesmo assim, fui visitar uma fazenda desse tipo, ver como funcionava. E isso me ajudou a criar uma personagem mais concreta”, explica.
Ela ainda conta que, quando começa uma história, reúne fragmentos de ideias, frases, recortes, notícias e imagens em seus cadernos e também numa parede de cortiça. “Depois organizo linhas temporais e começo a escrever de forma não linear as histórias dessas pessoas que não são de carne e osso.” A autora lembra que também passou a anotar seus sonhos, e que muitas ideias aparecem quando está dormindo.
O que mobiliza Giovana a escrever? Um sentimento ou incômodo, ela responde. “Geralmente, em minhas histórias faço a elaboração criativa a partir de uma angústia."
Literatura indígena: uma ponte entre culturas
Em palestra para estudantes, o escritor Kaká Werá Jecupé fala sobre os valores da cultura indígena e do conhecimento para combater preconceitos
Marina Almeida
“Fui iniciado na tradição sagrada Guarani e quanto mais ouvia essa sabedoria milenar tão rica, imaginava que mais pessoas iriam gostar de escutá-la também. Foi assim que comecei a trazer essas histórias para a escrita”, conta o escritor indígena Kaká Werá Jecupé na palestra para os(as) estudantes semifinalistas de Memórias literárias. Dessa forma, o autor, que é também empreendedor social, se viu construindo uma ponte entre o conhecimento indígena e o ocidental, que ele aprendeu na escola.
Autor de livros como A terra de mil povos (Peirópolis, 1998) e As fábulas fabulosas de Iauaretê (Peirópolis, 2007), Kaká falou aos estudantes sobre sua história e trajetória. Ele conta que seus pais, indígenas de origem Tapuia, viviam no Norte de Minas Gerais, mas migraram para São Paulo. Muito cedo, ele perdeu pai e mãe, mas foi adotado pela comunidade Guarani, que vive em uma aldeia da cidade. “Nasci em São Paulo e muita gente acha estranho quando falo isso, porque ao pensar em indígena imagina uma floresta – que bom – e a Amazônia”, diz o escritor. Mas lembra que os povos indígenas estão em todas as regiões do Brasil, em aldeias e cidades, e que são mais de 300 etnias diferentes, com línguas e costumes próprios. “Somos inúmeros povos, de diversas origens, que estamos no Brasil há mais de 12 mil anos.”
Em São Paulo, Kaká frequentou uma escola pública não-indígena e teve contato com a literatura, sua disciplina favorita, e autores que o inspiraram como Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Clarice Lispector e Cecília Meireles. “Com o passar do tempo, meu gosto pela leitura se transforma também em um gosto pela escrita”, lembra o autor.
Já com os Guarani, Kaká teve contato com a literatura oral. “Conheci grandes oradores, como Alcebíades Werá, que foi um curador, grande pajé e cacique. Ele narrou para mim as memórias mais antigas do povo Guarani, histórias sobre a origem do mundo. Com o tempo, também fui ouvindo outros contadores, pesquisando, tive contato com outros povos.” Desse encontro de referências, o autor constrói sua literatura: “os autores que admiro me acompanham até hoje, as histórias do meu povo também, assim como as dos diversos povos com que convivi”.
Ancestralidade
Kaká explica que os diferentes povos indígenas têm o costume de se chamar de parentes, “porque entendemos que todos os humanos são filhos da terra, da grande mãe natureza, da floresta que nos sustenta, alimenta, dá morada”. Segundo ele, há também uma missão comum que une os povos indígenas: a de cuidar de quem nos cuida. “E quem nos cuida? A natureza, de que dependemos para sobreviver, os nossos avós que cuidaram dos nossos pais, que nos cuidam... Essa é uma das bases do pensamento de todos esses povos antigos e também uma das coisas que sempre procuro compartilhar nos meus livros e em outras oportunidades.”
O escritor explica que nos fundamentos da cultura Guarani está o respeito à origem de tudo, que o mundo material está na natureza. A origem, os antepassados, também são reverenciados. “Somos resultado das memórias ancestrais, do que eles vivenciaram. Quanto mais você sabe sobre essas experiências, elas vão te ajudar no caminho a seguir”, diz. Ele também ressalta o poder pessoal de cada um e sua responsabilidade para criar em conjunto com outros novas possibilidades de vida pessoal e coletiva.
Conhecimento contra o preconceito
Os(as) estudantes fizeram muitas perguntas ao autor, e quiseram saber se ele já foi discriminado por sua origem. Ele contou que sofreu bullying quando criança e adolescente por ser indígena e que acredita que isso acontece por conta do desconhecimento. “Na escola não aprendemos nada sobre os indígenas e falamos deles sempre no passado. O Brasil não conhece nossa visão de mundo, nossa memória, crenças e valores. Quando aprendi nossa mitologia, entendi que mostrar quem somos e os valores que nos sustentam poderia ser uma maneira de diminuir o preconceito.” Ele explica que vê suas obras como uma forma de educar as pessoas e lutar pelo seu povo.
A pedidos, Kaká ainda contou uma história para os(as) estudantes, ouvida do amigo Moura Tukano e que ele está transformando em livro. Na floresta, uma pequena cutia que se sentia inferior aos outros animais vai procurar um pajé. O curador diz a ela que a pessoa mais importante daquela região era a sua avó e que ela podia ser igual a ela. O animalzinho vai procurar a avó e descobre que toda aquela enorme floresta surgiu das sementes espalhadas pela cutia, por sua mãe, sua avó, sua tataravó...
3º dia
28 Outubro 2021
Professores(as) na luta pela educação para todos e todas
Em rodas de história, profissionais compartilharam experiências e desafios do ensino em 2021
Marina Almeida
Vindos de diversas regiões do Brasil, de áreas tão distantes como São Paulo, Bahia e Amazonas, os professores e professoras semifinalistas em Memórias literárias descobriram que têm muito em comum com seus pares. “São professores preocupados com a leitura e a escrita, e com garra para acreditarem que podem fazer e superar os desafios”, diz a formadora Sandra Mara Moraes de Lima.
Na roda de histórias de hoje, os(as) docentes falaram sobre as dificuldades enfrentadas por conta da pandemia e dos problemas de acesso à internet. Segundo Sandra, eles(as) também relataram a resistência de seus(suas) estudantes que, por estudarem em escolas precárias, muitas vezes não acreditavam que teriam alguma chance na Olimpíada de Língua Portuguesa. Mas o que o encontro mostrou foi que, com persistência e coragem, esses(as) profissionais não desistiram. “Eles precisaram se adaptar à nova modalidade de ensino para a qual não estavam preparados, mas demonstraram uma vontade muito grande, de quem acredita que pode, vai lá e faz”, lembra.
Mobilização
É o caso da professora Renata Paixão Santos, de Jaguaquara (BA). Com as aulas remotas, uma parte dos(as) alunos(as), que tinha acesso à internet, acompanhava as atividades on-line. A outra parte buscava materiais impressos na escola a cada 15 dias. Quando se inscreveu na Olimpíada, Renata ficou preocupada em excluir os(as) estudantes sem internet, já que a orientação para as atividades e mesmo a reescrita seria mais complicada. “Os pais de alguns deles não sabem ler ou escrever para ajudá-los, estão sozinhos em casa, às vezes precisam cuidar dos irmãos. E a educação é um direito de todos”, diz.
Em reunião com outros(as) professores(as) e a coordenadora, os(as) profissionais da Escola Everaldo Souza Santos desenharam uma estratégia. Ligaram para os(as) alunos(as) sem internet e pediram que fossem a uma aula presencial, que seria realizada seguindo todos os protocolos sanitários. “Não conseguimos falar com todos, mas os que apareceram assistiram a uma aula em que expliquei sobre o gênero, a proposta da Olimpíada, lemos alguns textos e falei sobre a produção escrita”, lembra Renata. Com alguns(algumas) estudantes, ela ainda marcou um reencontro para orientar a reescrita do texto e para outros(as) enviou as orientações junto com o material impresso, além do contato que manteve com aqueles(as) que tinham acesso à internet.
Já Carlos Eduardo Canani, de Lages (SC), ficou afastado da sala de aula por alguns anos, quando foi cursar mestrado e trabalhar na gestão da Secretaria de Educação. Sentindo falta de lecionar e do contato com os(as) estudantes, ele voltou para a escola em 2020. Porém, 42 dias depois, a cidade determinou o isolamento social e a escola foi fechada. “Aqui não tivemos aula remota, só o envio de atividades impressas, sem contato com o aluno”, lembra.
Em 2021, as aulas são retomadas no modelo híbrido e o professor vê na Olimpíada uma oportunidade de mobilizar os(as) estudantes e de se reconectar com o trabalho em sala de aula. No período final de desenvolvimento das atividades, Carlos Eduardo pegou Covid. Ele precisou se afastar da escola e redigir seu Relato de prática em meio aos sintomas da doença. “Mas para nós é uma alegria muito grande estar nesta Etapa Semifinal”, diz.
Para que seus(suas) estudantes, da EMEB Suzana Albino França, pudessem acompanhar as atividades voltadas para os(as) semifinalistas, os(as) docentes se organizaram para emprestar seus notebooks e distribuir pontos de internet na escola. “Já participei também em outras edições e o que de mais importante aprendi na minha prática profissional foi com a Olimpíada: a ver o texto como processo e não como produto, pensar a reescrita...”
Memórias de muitos lugares
Estudantes apresentam lugares importantes de suas histórias e refletem sobre os sentimentos trazidos pelo espaço
Marina Almeida
A casa em que vivem, a tradicional colheita da castanha, o rio de sua cidade, a praça central, a escola, a quadra em que jogavam com os colegas.... Na atividade de hoje, os(as) estudantes foram convidados a publicar a imagem de um lugar de sua região em que tenham boas memórias e a contar o que viveram ali. Os relatos são diversos e revelam a capacidade de análise e o olhar sensível desses(as) jovens, além da grande diversidade de realidades que se encontram na Olimpíada.
Beatrice Gabriela Araújo Santos, de Bom Despacho (MG) falou sobre a sorveteria que gostava de frequentar com os amigos: “Após a pandemia, espero poder frequentá-la mais vezes, trocar várias gargalhadas e opiniões com meus amigos, sem me preocupar com o distanciamento, estar sempre passando álcool nas mãos e depois de tomar o sorvete imediatamente colocar a máscara...”
De Maracanã (PA), Gleicy Hellem mostrou a paisagem de sua região e contou sobre as idas à cidade. “Moro na zona rural, acordo cedo e, com meus pais, vou pra cidade fazer compras de bicicleta e é essa a paisagem que encontramos: mar, vento e beleza!” Já Eduardo Fischer, de Lages (SC), lembrou das muitas reformas por que sua casa passou até poder ter, hoje, seu próprio quarto: “finalmente tive meu cantinho para poder fazer o que quisesse e ter inspirações ótimas para tudo”.
Orla de Maracanã - Pará
Meu nome é Gleicy Hellem e sou da cidade de Maracanã, no Pará. Moro na zona rural, acordo cedo e, junto dos meus pais, vou pra cidade fazer compras de bicicleta. Essa é a paisagem que encontramos no caminho: mar, vento e beleza!
Atividades síncronas
“Incentivamos os estudantes a trazerem os sentimentos que o espaço evoca para as suas criações literárias e lembramos que eles podem ficcionalizar suas histórias”, explica o formador Nelson Oliveira. Ele conta que os jovens participaram mais hoje, porque já se criou um vínculo entre o grupo no terceiro dia de encontro. Esta também foi a percepção da formadora Heloísa Helena Dias Martins Proença: “hoje eles contaram mais de suas experiências e com mais naturalidade”, diz. Ela lembra o caso de dois estudantes que falaram sobre a perda de pessoas muito próximas este ano. “Eles trouxeram suas memórias e relacionaram com experiências pessoais.”
As atividades do dia também incluíram a leitura de um trecho do livro Becos da memória, de Conceição Evaristo. A partir do texto, os(as) estudantes foram convidados a pensar como nossas memórias se relacionam com o espaço. “O texto fala sobre como um banho de chuveiro na favela parecia um banho de chuva e os alunos trouxeram suas múltiplas realidades: um aluno da zona rural contou que sua água vem do poço, uma estudante indígena lembrou que na aldeia da avó a água da cachoeira é sagrada...”, conta o formador William Brenno dos Santos Oliveira.
Os(As) jovens também foram convidados a analisar fotos de diferentes épocas do Viaduto do Chá, em São Paulo (SP), para observar as transformações da paisagem, e a ouvir a música “Viaduto Santa Efigênia”, de Adoniran Barbosa. “Eles demonstraram um potencial de observação muito grande. E adoraram conhecer a experiência do autor por trás da composição da música. Um dos alunos comentou, por exemplo, que a música narrava uma história. Eles estão tendo uma oportunidade de contato com uma diversidade de repertório muito grande, o que dificilmente aconteceu na pandemia, e estão sinalizando isso para nós. Contam o quanto estão aprendendo e que estão sendo ouvidos”, destaca Heloísa
A instabilidade da internet também trouxe alguns estudantes novos, que só conseguiram participar do primeiro encontro hoje, mas a turma acolheu os novos colegas, como contam os formadores. Além disso, o início do dia sempre começa com uma retomada da atividade do anterior. “Falamos sobre os objetos biográficos que os alunos apresentaram no ambiente virtual ontem. Alguns chamaram muito a atenção, como o vestido de 15 anos de uma estudante, que já foi usado por sua avó e por sua mãe quando elas tinham 15 anos e também será usado por ela”, comenta William.
Eirunepé - Amazonas
Meu nome é Ana Lídia. Moro em Eirunepé, no Amazonas. Hoje trago um pouco do nosso Rio Juruá. Quando vejo essa imagem lembro logo de minha cidade de Eirunepé, onde quer que eu vá. Quantas vezes já tomei banho em suas águas turvas e me diverti com minhas amigas nos banhos. Por isso essa imagem me traz emoção.
4º dia
29 Outubro 2021
Construindo memórias
Com estratégias diversificadas, professora mobiliza os(as) estudantes para a escrita e contorna desafios do ensino remoto
Marina Almeida
“A pandemia nos desestabilizou. Precisei me reinventar, o que não é tarefa simples, porque exige deixar para trás o que já fizemos, o que dava certo em outros anos e agora não funciona mais”, diz a professora Márcia Cristina Fassbinder Zonatto, da Escola Estadual Angelina Franciscon Mazutti, de Campos de Júlio (MT), sobre as mudanças em sua prática docente.
Márcia conta que trabalha com a Olimpíada desde 2012 e que foi semifinalista em 2016 e em 2019. Ainda assim, o novo contexto de trabalho, com aulas remotas, trouxe grandes desafios. “A maioria dos alunos têm acesso à internet, mas a conexão é muito ruim. Eles me falavam: professora, só posso participar das aulas no Google Meet até amanhã, porque meu limite de dados está acabando e só vou poder recarregar quando meu pai receber.” Para contornar o problema, ela passou a ligar uma vez por semana para acompanhar os(as) estudantes. Além disso, todos(as) recebiam uma apostila impressa ou na versão PDF, se preferissem, com o conteúdo que estava sendo trabalhado.
Numa das aulas on-line, a professora apresentou a proposta da Olimpíada para os(as) estudantes, mas um aluno disse que não queria participar. Ela conta que estava compartilhando o material do Portal Escrevendo o Futuro, para mostrar como poderia ser interessante o trabalho, quando esse aluno esqueceu o microfone aberto e toda a turma ouviu a resposta de sua mãe para ele. “Ela fala que nunca teve oportunidade de participar de algo dessa magnitude e que ele não deveria perder essa chance. É uma mulher que estudou só até a 4ª série, mas valoriza o estudo”, lembra Márcia.
Entrevista com moradores
Para motivar a turma no trabalho com Memórias literárias, a professora mostrou o vídeo de uma entrevista do ator e contador de histórias João Acaiabe, de 2008. “Quis mostrar uma entrevista envolvente e os alunos ficaram encantados, contaram que assistiram várias vezes, mostraram para os pais”, diz. “E eles trouxeram observações que me surpreenderam. Uma das alunas comentou que ficou tocada com a fala do ator sobre termos necessidade de pessoas melhores e não apenas de campeões, porque isso implica ter outros que ficaram para trás. Ela fez uma associação com a edição da Olimpíada deste ano, em que a turma toda é selecionada e não apenas um aluno.”
O próximo passo para os(as) estudantes foi elaborar um roteiro de perguntas e buscar alguém para entrevistar. Por conta da pandemia, a orientação era de que fizessem a entrevista por telefone ou por internet. “Ao final, com a redução dos casos de Covid, resolvemos fazer um encontro na escola, para uma entrevista presencial e com a participação de toda a turma”, explica Márcia. No entanto, foi difícil chegar a um consenso sobre a pessoa a ser convidada: “cada um queria trazer o seu entrevistado.” Para resolver a questão, Márcia pediu ajuda à professora Máxima que, segunda ela, conhece todos no município.
“Escolhemos uma pioneira da cidade e os alunos ficaram encantados, até aqueles que não davam retorno no formato remoto compareceram à escola nesse dia”, recorda. Ela ainda conta que aproveitou a presença dos(as) estudantes para montar uma exposição, apenas para a própria escola, com os objetos antigos selecionados por eles em outra atividade sobre memória.
Preocupada com esses estudantes que não participaram das outras atividades, a professora criou um plantão de dúvidas presencial. “Eram dois ou três alunos. No primeiro dia, fiz uma atividade diagnóstica com eles e percebi que mal sabiam ler ou escrever. Fui conversar com eles e me disseram que só sabiam escrever seu primeiro nome”, conta. Na conversa com eles, porém, ela descobriu que eles haviam feito a entrevista proposta. “Eles me relataram o conteúdo da entrevista e demonstraram uma escuta sensível”, lembra Márcia. Ela montou uma cartilha de alfabetização para trabalhar com esses estudantes e diz que hoje eles já conseguem escrever o nome completo.
Livro de memórias
Até o final do ano, a professora ainda pretende organizar um livro reunindo os textos produzidos pelos(as) estudantes. Ela conta que em outras edições já tinha o costume de imprimir e grampear o livro na escola, mas que está buscando patrocínio para imprimi-lo numa gráfica desta vez. Os planos também incluem uma noite de autógrafos dos alunos e alunas. “Uma minoria conseguiu digitar seus textos, então estou digitando as produções aos poucos”, conta.
Por conta das dificuldades com internet no município, a equipe da escola e da Secretaria de Educação conseguiu uma sala com acesso à rede para os(as) estudantes acompanharem as atividades do Encontro de Semifinalista. Além disso, pais, professores, escolas e creches da região emprestaram seus notebooks para os(as) estudantes nesta semana.
A equipe da escola também confeccionou camisetas, canecas e medalhas personalizadas da Olimpíada. Após as atividades do dia, os(as) alunos(as) ainda ganham um lanche especial. “São coisas simples, que não custam tanto e que têm um valor sentimental para eles. Conseguimos oferecer tudo isso com a parceira da comunidade”, explica. “Eles estão animadíssimos, saem dos encontros cantando, declamando. Estão se sentindo muito acolhidos. O evento não deixou nada a desejar por ser virtual.”
De casa em casa, para alcançar a todos(as)
Em Maracanã (PA), professores enfrentam grandes distâncias para garantir o acesso à educação
Marina Almeida
Atravessando estradas, rios, mar e praias, os professores e as professoras da EMEF Francisco Nunes, de Maracanã (PA), levam materiais impressos para seus estudantes. “São alunos de áreas rurais, onde não há sinal de internet, e essa foi a maneira que encontramos para garantir o ensino durante a pandemia”, explica o professor Edvilson Filho Torres Lima, semifinalista em Memórias literárias.
Ele conta que o trabalho se intensificou com a participação da escola na 7ª Olimpíada de Língua Portuguesa. “Como já tinha participado de outras edições, apoiei o trabalho dos demais professores, mas este ano o processo foi muito mais trabalhoso”, diz Edvilson. Ele conta que os(as) professores se dividiram para chegar às diferentes regiões do município onde os alunos e as alunas moram em áreas distantes. “Íamos de casa em casa.” E enfrentavam imprevistos: “uma vez, uma bolsa com os materiais dos alunos caiu no rio, foi preciso descer do barco para pegar, mas os professores conseguiram salvar o material”, lembra.
O município, que tem 780 mil km² e cerca de 29 mil habitantes, é formado por áreas de floresta, mangue, praias, rios e uma ilha marítima. “A maioria dos moradores vive da agricultura, da pesca e da coleta de caranguejo e do bacuri. Também há muitas casas de farinha, onde a mandioca é processada. São povos tradicionais”, explica Edvilson. Maracanã ainda abriga uma Reserva Extrativista (Resex), uma área protegida que visa preservar os meios de vida e cultura de populações tradicionais e o uso sustentável dos recursos naturais.
Ação coletiva
Para a etapa de reescrita das produções, a equipe se organizou para buscar os(as) estudantes em seus próprios carros ou em barcos e trazê-los(las) até a escola. Além disso, as atividades de reescrita foram divididas em dois dias, para evitar aglomeração. “Outro momento que trouxemos os alunos foi para a celebrar os campeões da escola”, conta Edvilson.
Apesar da premiação, ele ressalta a importância de analisar o processo de cada estudante: “os que fizeram as melhores produções não são os protagonistas do meu Relato de prática. Às vezes o resultado final não foi tão bom, mas percebemos o avanço que aquele texto representa na aprendizagem do aluno, ou a grande história que ele tem para contar. Tenho um estudante com muita dificuldade de escrita, mas que tem uma sensibilidade enorme, é uma pedra bruta, que precisa ser lapidada”, conta.
Para o Encontro de Semifinalistas, os(as) docentes da unidade continuam se mobilizando para buscar os(as) estudantes e trazê-los(as) para a escola, onde conseguem acessar a internet e participar das atividades. Além disso, os computadores que a turma utiliza para as atividades foram emprestados pelos(as) docentes. Todas as despesas com o transporte dos materiais impressos e dos(as) estudantes foram custeadas pelos(as) professores(as).
“Não estou participando desse processo esta semana, porque peguei Covid e precisei ficar isolado em casa, para proteger os demais, mas estou acompanhando à distância”, explica. Ele conta que, a cada dia de encontro, mais estudantes têm participado. “Eles estão se sentindo muito valorizados.”
O professor ainda ressalta a importância da coletividade: “sem meus colegas, isto seria impossível. Até os professores de matemática se envolveram! Este não é o prêmio só do Edvilson”. Ele ainda acredita que a premiação pode fortalecer os(as) profissionais em sua luta por melhores condições de ensino e valorização da educação.
Outras lutas
“Digo que o magistério para mim é como um palco. Entro em sala para um espetáculo, mas sei que esse é um teatro muito sério, pois envolve vidas”, diz Edvilson. Para ele, ser semifinalista também é uma resposta a todos que disseram que ele não seria capaz de dar aulas – o professor possui artrite degenerativa. “Encarar a sala de aula como um palco é também uma forma de enganar a dor”, confessa.
Ele conta que há um outro professor com deficiência na escola, que se auto intitula saci, e dá conta de tudo. “Juntos, nós mostramos que a pessoa com deficiência pode, sim, trabalhar, ser professor, desenvolver um bom trabalho.” Emocionado, ele ainda lembra que dedicou seu Relato de prática à avó, que sofria da mesma doença que ele.
Veja como foi o encerramento e conheça os finalistas do gênero Memórias literárias
Marina Almeida
Um encontro sobre memórias, literatura e escrita é também um ato de resistência. Com essa certeza, chegamos ao fim do Encontro de Semifinalistas do gênero Memórias literárias da 7ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa. Transmitida do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo (SP), a cerimônia de encerramento trouxe música e poesia para estudantes e professores(as) que enfrentaram os mais diversos desafios para continuar ensinando e aprendendo neste ano.
A cerimônia contou com a participação de Geni Guimarães, escritora homenageada desta edição, que é também um exemplo de resistência e afetividade. “Que nossos caminhos sejam leves, mas se forem pesados, que possamos carregar”, disse a autora para os participantes. O evento também anunciou os nomes dos finalistas. Confira a lista ao final do texto.
Novas memórias
O professor Crísley Teixeira Rodrigues Marques, de São Miguel do Araguaia (GO), conta que ficou comovido ao rever seus(suas) estudantes, que foram à escola para participar das atividades desta semana. “Por estarmos na Etapa Semifinal, muitos pais de alunos da zona rural organizaram-se com familiares e enviaram seus filhos para a cidade. Hoje a sala tinha em média 70% dos alunos presenciais”, diz. Ele conta que organizou uma roda de conversa com a turma, em que relembraram as várias etapas do trabalho desenvolvido: “nos emocionamos muito e ficamos felizes, com trocas de risadas, gritos, palmas...”
Por meio dos computadores e celulares, também construímos memórias que nos acompanharão por muito tempo. Fizemos das telas frias, local de encontros e trocas. Ficamos emocionados com a luta dos professores. E nos encantamos com o olhar observador e sensível dos(as) jovens estudantes. Levaremos conosco os aprendizados e as saudades.
Finalistas
Centro-oeste
“Memórias construídas à distância”
Prof.ª Indianara Abreu Holsbach Nogueira
E.M. Advogado Demosthenes Martins
Campo Grande - MS
“Faço parte destas memórias: da cadeira de estudante à mesa de professor”
Prof. Laércio Ferreira dos Santos
CEF 34 de Ceilândia
Brasília - DF
“Entre risos e emoção, o que resta são as marcas do tempo!”
Prof.ª Márcia Cristina Fassbinder Zonatto
E.E. Angelina Franciscon Mazutti
Campos de Júlio - MT
Nordeste
“Relato de prática a necessidade da leitura para a prática da produção textual”
Prof.ª Helayne Gonçalves dos Santos Melo
E.M. Gastão Vieira
São Roberto - MA
“Tempos remotos são memórias em meio às aulas remotas, hoje.”
Prof.ª Maria de Fátima Sousa Lima
E.M. Presidente Costa e Silva
Senador La Rocque - MA
“Memórias e laços: tessituras para além do espaço escolar”
Prof.ª Maria Gorette Andrade Silva
EMEIF José Gomes
Lagoa Seca - PB
“Superando desafios”
Prof.ª Valdinete Maciel Nascimento
EMEF Antônio Pereira da Silva
Timon - MA
Norte
“A docência literária em uma época diferente”
Prof. Edvilson Filho Torres Lima
EMEF Francisco Nunes
Maracanã - PA
“Acreditar sempre”
Prof.ª Marly Cavalcante Cipriano
E.E. Conrado Pinto Gomes
Eirunepé - AM
“Na simplicidade das memórias”
Prof.ª Rute da Silva Santos
E.E. PE. Giuliano Moretti
Tocantinópolis - TO
Sudeste
“Compartilhar memórias, eis o segredo”
Prof.ª Franciene Mendes de Freitas Marques
E.E. Prof.ª Sandra Regina Pires
Barão de Antonina - SP
“A arte de ensinar o protagonismo”
Prof.ª Ítala Átale Vasconcelos Resende
Colégio Tiradentes PMMG
Bom Despacho - MG
“Um jeito diferente de aprender e ensinar de forma significativa”
Prof.ª Rosileni Muniz da Silva
E.E. Da Vila Novo Horizonte
Montalvânia - MG
“Meu bem querer”
Prof.ª Shirley Simone Soares
E.M. PE. Ricardo
Riacho dos Machados - MG
Sul
“O lugar onde eu vivo é o lugar de outras pessoas também”
Prof.ª Joelma Inês Casa
EMEF Santa Cruz
Farroupilha - RS
“Palavras para além do Tempo”
Prof.ª Maria Silmara Saqueto Hilgemberg
Colégio Est. Do Campo De Faxinal dos Francos
Rebouças - PR
Faça o download da lista dos finalista de Memórias literárias, clicando no botão abaixo.
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