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Como vimos anteriormente, quando você ajudou o grupo a aperfeiçoar a crônica escrita coletivamente, o aprimoramento e reescrita do texto é primordial, mas um pouco trabalhoso.
Antes de propor a cada estudante que reveja e refine o seu texto, individualmente, convém repetir o trabalho realizado na Oficina 8 e apurar um texto coletivamente, reescrevendo-o. A diferença é que antes todas(os) estavam aperfeiçoando uma crônica escrita pelo grupo. Dessa vez, o processo se repete, mas com a crônica de uma(um) das(os) colegas, que foi consultada(o) anteriormente e permitiu que seu texto fosse usado para o enriquecimento de todas(os).
Para exemplo, foi escolhido o texto da aluna Mariana.
Essa atividade, em que o texto de uma(um) estudante é analisado e aperfeiçoado por todas(os), exige o consentimento dela(e) para tal e pressupõe um grupo onde exista respeito mútuo e cooperação. Caso ninguém da turma autorize o aprimoramento do texto coletivamente, utilize o exemplo deste Caderno.
A Bela Vista estava em festa. A alegria contagiava todo o povo do bairro. A escola de samba Vai-Vai foi campeã do carnaval paulista. Pela 13ª vez nossa escola foi vitoriosa.
Meu coração quase saiu pela boca de tanta emoção, mas meus pés continuavam sambando. Faz cinco anos que desfilo na ala das crianças, mas ano que vem serei promovida para a ala Show. Não vejo a hora!
O toque da bateria convidou a comunidade a entrar na folia. Ninguém resistiu! Marcelinho estava todo suado, pingando. O bumbo não parava de fazer bum-bum-bum! Meu coração bateu no mesmo ritmo. Marcelinho nem olhava para mim, só enxergava as meninas da ala Show.
O bum-bum-bum não parava, contagiava a todos. Nossa bateria é nota mil, todo ano ela é muito aplaudida. Mas meu coração já não batia do mesmo jeito, por causa do olhar do Marcelinho para a ala Show. Mas meus pés continuaram sambando e a minha cabeça pensando: Ano que vem será diferente, me aguarde!
Observação: Adapte as questões aqui sugeridas para o texto que será aperfeiçoado pelo grupo.
Depois de cada pergunta, espere as(os) alunas(os) se manifestarem. Ouça as contribuições e só então as materialize, escrevendo a nova versão do texto.
A levada do meu samba vai te enlouquecer
Ao lado de uma das principais avenidas de São Paulo, conhecido por seus cortiços, teatros e cantinas, encontra-se o famoso bairro da Bela Vista.
Assim que chega fevereiro nada disso importa, todo mundo é Vai-Vai. Por onde se passa o som é um só: “Desperta gigante, é novo amanhecer. A levada do meu samba, vai te enlouquecer…”.
Neste ano, pela 13ª vez nossa escola foi vitoriosa. O esquidum, dum, dum marcava o ritmo de milhares de pés. A bateria convidava a comunidade a cair na folia.
Pela última vez eu desfilava na ala das crianças, mal posso esperar minha passagem à ala Show!!! Farei 13 anos e já sou uma sambista de verdade! Olhe só, minha mãe desfila na bateria há mais de vinte anos, não poderia ser diferente… “Esbanja talentos musicais, herança de gênios imortais”.
Puxando o samba, pingando suor, Marcelinho só tinha olhos para as colombinas da ala Show. Esquidummm, dum… Meu coração derretia de ciúmes, o compasso da bateria foi esmorecendo dentro de mim. Continuei sambando, era dia de festa e meus pés não conseguiam parar! Vi minha prima dançando, vestida de colombina. E me lembrei de que sou poucos meses mais nova, mas sambo muito melhor! Ano que vem será diferente. Marcelinho, me aguarde!