Uma festa para os livros e para a leitura
livros, feiras literárias, formação leitora, literatura
Relembrar é aprender com nossas próprias práticas
“A vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente
recorda e como recorda para contá-la”. Gabriel García Márquez
Essas palavras resumem perfeitamente a essência do trabalho realizado na 4ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, na Escola Terezinha de Jesus, nos impulsionando para um mergulho em busca das identidades escondidas na história de Parauapebas que só poderiam ser reveladas através dos relatos de vida das pessoas que a construíram desde o seu primórdio.
Tudo isso seria muito fácil se não tivéssemos como elementos desafiadores a leitura e a escrita. Logo de início, essa foi uma de minhas preocupações. Contudo, a praticidade do conteúdo presente no material de apoio fornecido pela Olimpíada e o trabalho com a coordenação municipal de língua portuguesa, que nos proporcionou uma troca de experiências, tornou mais fácil e prazeroso o processo de ensino-aprendizagem, uma vez que era a primeira vez que participava do Programa. O uso de uma metodologia instigante fez toda diferença para que os indivíduos tomassem interesse para enfrentar esses desafios.
As primeiras oficinas foram importantes para o conhecimento do gênero Memórias Literárias e o primeiro contato com a produção textual. Durante essas oficinas e no decorrer das demais, busquei fazer com que os alunos se aproximassem ao máximo do gênero em estudo. Para isso, levei vídeos, organizei rodas de leitura nas quais discutíamos as características presentes nos textos e fazíamos atividades de compreensão e interpretação. Também criei a “Sacola da Leitura”, onde, através de sorteios, todos puderam ter contato diário com a literatura. Esse processo contribuiu de forma significativa para o avanço das produções.
Ainda assim, foi inevitável o aparecimento de algumas dificuldades que me fizeram refletir sobre aspectos importantes para uma produção mais significativa. A principal delas foi em relação às informações adquiridas pelos alunos nas entrevistas iniciais, as quais apresentaram carência de detalhes, voltando-se mais para a vida pessoal dos entrevistados, revelando pouco sobre a cidade. Senti que era necessário enriquecer ainda mais o leque de conhecimento dos alunos. Então, propus que fizessem uma pesquisa e a apresentassem em um seminário no qual fariam exposição dos fatos que julgassem mais curiosos e importantes na história da nossa cidade. Foi um sucesso! A seguir selecionamos algumas pessoas da própria escola para novas entrevistas, dando continuidade às oficinas 11, 12 e 13, e formulamos um novo questionário em que as perguntas instigavam as pessoas a retratar seu cotidiano em meio aos fatos antes pesquisados, procurando revelar também o cenário em que tudo aconteceu. Após realizar a primeira dessa nova série de entrevistas, criamos mais um texto coletivo (oficina 14) onde os alunos puderam esclarecer as dúvidas que ainda restavam, ao fazer uma retrospectiva das oficinas anteriores.
Papel e lápis nas mãos, era hora de colocar em prática tudo que fora aprendido. Deixei os alunos à vontade para usar a criatividade e relatar as histórias de vida das pessoas orientando-os apenas quanto ao uso correto da pontuação e da gramática. Por fim, foram feitos os últimos retoques com uma revisão coletiva e outra individual.
Todo esse trabalho nos rendeu excelentes frutos, obtidos como resultado de um esforço conjunto e principalmente da dedicação de cada educando, nos permitindo chegar até aqui. Durante esse período vivemos experiências incríveis em que tanto os alunos, quanto eu, professor, adquirimos conhecimentos que nos ajudarão no aprimoramento do trabalho e das produções. Foi compensador ver o brilho nos olhos de cada um, maravilhados com a descoberta de suas potencialidades como leitores e escritores.
Como diz a educadora Madalena Freire: "O registrar sua reflexão cotidiana significa abrir-se para seu processo de aprendizagem". Servir como fio condutor para esse trabalho com auxílio de um material de qualidade me fez rever e refletir sobre as minhas práticas de ensino.
Finalizo enfatizando as palavras dos alunos que diziam que essa é uma das poucas olimpíadas em que o prêmio maior é compartilhado entre todos. Não importa a colocação, quem seguiu ou não para as fases seguintes. Todos ganham um prêmio que levarão para o resto da vida: - o conhecimento. Essa foi uma preparação e tanto para olimpíadas que ainda teremos pela frente.
Uma festa para os livros e para a leitura
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Letramentos e as práticas de linguagem contemporâneas na escola
ensino e aprendizagem de língua portuguesa, letramentos, multimodalidade, multissemiose, práticas de linguagem contemporâneas, BNCC
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