Uma festa para os livros e para a leitura
feiras literárias, livros, formação leitora, literatura
“Eu gosto de pensar que a escrita literária que parte de experiências reais e concretas deve se manter em uma estética curativa e poética. Por quê? Simplesmente, porque penso ser o enfrentamento de tudo aquilo que nos apavora, estratégia fundamental para o fortalecimento do nosso emocional, inclusive, valendo para as infâncias e juventudes.
Nesse sentido, o verbo ressignificar é a ação que deve ser retroalimentada cotidianamente, em se tratando da Educação para as Relações Étnico-Raciais para crianças e jovens” (Kiusam de Oliveira, 2022).
Apresentação
O texto aqui apresentado pretende se inscrever em uma seara disruptiva com o campo de contação ou narração de histórias muito divulgado em cursos e/ou artigos até o presente momento, afinal, para pensar histórias capazes de empoderar a criança negra através de textos escritos e narrados, priorizar categorias como raça e gênero é necessário. Aqui, pretendo apresentar uma possibilidade decolonial1 para pensar um ato tão comum como é o de contar histórias. A minha opção é pelo uso do termo contação e não narração, por entender que o primeiro remonta o tempo de minha mãe, avó e bisavó, durante momentos inesquecíveis em que nos reuníamos no quarto em dia de chuva forte e sem energia elétrica, à luz de uma vela, para criar com as mãos, bonecos de sombras na parede, rindo e criando histórias.
Conceito chave aqui também é Ancestralidade, que tem determinado minha jornada pelo mundo e no campo da escrita, e a base teórica está fincada na Pedagogia Ecoancestral (2019; 2021) e na Literatura Negro-Brasileira do Encantamento Infantil e Juvenil-LINEBEIJU, onde afirmo que
Se destaco o valor da estética criativa e poética de um texto, cuja finalidade de resgatar a nobreza identitária das/os leitoras/es corrompida pelas ausências da maioria da população brasileira num livro de literatura infantil e juvenil, é porque acredito ser a literatura um dos campos das artes valorizado e apreciado por crianças e jovens, pelo menos enquanto se encontram no espaço escolar e quando se identificam com a obra, quando se veem nela (OLIVEIRA, 2022, p. 8).
Mudança de paradigma necessário aqui é compreender que o continente africano, Berço da Humanidade, não cabe na Europa, nem nas Américas, portanto, as obras, os pensamentos e a história do continente africano têm um protagonismo na história do planeta Terra impossível de ser compreendido sob óticas reducionistas e ocidentalizadas que historicamente só têm minimizado seus feitos, suas descobertas. Nesse sentido defendo que é necessário pesquisar, descobrir, criar e utilizar tecnologias agenciadas pelo olhar negro, daquelas e daqueles que conseguiram construir um olhar crítico e racializado sobre o país.
Assim, com essa criticidade, criar e contar histórias negro-brasileiras é muito mais do que escolher um livro com personagens negros ou um mito afro- brasileiro ou africano para ser recontado: em nome da inteireza que deve estar presente em tudo o que se faz é necessário, para além de reproduzir uma história (coisa que um gravador pode muito bem executar), viver, sentir, aprofundar, mergulhar, africanizar, racializar olhares e sentidos no tocante a se despir identitariamente mediante águas profundas e desconhecidas, retirando da frente qualquer preconceito e pré-julgamento sobre tudo o que ouviu de orelhada. Somente assim, será capaz de entender a minha perspectiva decolonial em termos metodológicos para contar histórias a partir da necessidade de despertar o encantamento ou mesmo o reencantamento da criança negra pelo próprio corpo, assim, reforçando a importância do conceito de encantamento dentro desse campo teórico que tenho defendido (LINEBEIJU, 2022).
Sobre a arte de contar histórias
Alguns pontos são necessários para pensar o ato de contar histórias em uma perspectiva decolonial e negrorreferenciada: o primeiro é entender que o continente africano é o Berço da Humanidade, conforme estudos e pesquisas, inclusive de cientistas e estudiosos negros, que já o afirmavam desde que o mundo é mundo. O pesquisador Cheick Anta Diop foi incansável em apontar tal verdade. Existem diversas formas de abordar as oralidades africanas e perpetuá-las: uma delas é através dos mitos de tradição oral, muito comum em sociedades que cultuam os orixás, por exemplo, os iorubá: durante a iniciação para se tornar babalaô, a pessoa deve aprender uma quantidade enorme de histórias/mitos que dizem respeito aos fatos cotidianos que aconteceram em tempos imemoriais, conhecidas como “histórias primordiais”, afinal para eles tudo não passa de repetição.
Reginaldo Prandi (2001) afirma que “Identificar no passado mítico o acontecimento que ocorre no presente é a chave da decifração oracular” (p. 18). No Brasil, com as mortes dos babalaôs, o jogo de búzios foi perdendo essa característica ligada ao hall de histórias e quantidade que o iniciado deveria saber, passando os mitos a ocuparem o lugar didático da explicação da origem do planeta, arquétipos de cada orixá, etc. Segundo Clyde W. Ford2 (2000): os mitos e seus personagens têm potência para construir ou reconstruir identidades, ser referência para um vir a ser, um tornar-se herói e heroína da própria história em sua caminhada épica. E é isso que, para mim, na contação de histórias importa: possibilitar caminhos para que crianças, jovens e adultos negras(os) construam histórias edificantes, épicas.
No meu caso, os mitos deram vida à minha alma quando jovenzinha, tendo sido destruída pelo racismo vivido em minha infância: minha mãe os contava para mim; quando cheguei no grupo de trabalho Balogun, do Movimento Negro Unificado (MNU), coordenado por Adomair e Ilma, também ouvia esses mitos lá, narrados por Adomair. Quanta potência! Isso tudo me fez acreditar que os mitos africanos para crianças, jovens e adultos negras(os) que vivenciaram práticas racistas são caminhos possíveis de autopreservação e resgate do amor próprio, do orgulho de ser quem é. No Brasil, quais heróis e heroínas negros e negras são conhecidos? Quais heróis e heroínas negros e negras foram apresentados para você na escola através dos livros didáticos? Mas, certamente, você conheceu como heróis nacionais Duque de Caxias e Tiradentes ou mesmo Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, certo?
Pois bem. Essa invisibilidade imposta aos heróis e heroínas negros e negras, parte importante de nossa história, é muito ruim, pois faz com que pessoas negras cresçam, desde a infância, sem referências negras. Imagine se pessoas negras crescessem tendo como referências heroínas como Aqualtune, Dandara, Carolina Maria de Jesus, Tia Ciata, Mãe Menininha, Luiza Mahin? Se assim fosse, será que mulheres negras hoje ainda estariam lutando para impor suas vozes?
Recontar histórias que traduzem os feitos negros tem a função de fortalecer as identidades, pessoais e coletivas, trazer à tona informações fundamentais dos feitos negros escondidas pela branquitude, empoderar quem ouve tais contações. Histórias negras podem ter o potencial de despertar o inconsciente coletivo adormecido nos escombros da história, provocando um renascimento via encantamento, afinal, a arte de contar histórias negrorreferenciadas tendo o conceito encantamento como central deve atingir “diretamente as crianças negras quando ingressam na escola, essas devem aprender a se encantar pelo próprio corpo, a partir da criação de um contracorpo negro que almeja combater qualquer prática discriminatória” (OLIVEIRA, 2022, p. 11).
Indo mais a fundo na pedagogia ancestral
Felizmente, o MNU tem atuado historicamente abrindo caminhos, inclusive, para outras organizações que visam o empoderamento de pessoas negras nos campos da política, economia, saúde, habitacional, social de forma geral, a fim de trazer visibilidade às causas e necessidades dessa população. O importante aqui é que entendam que é impossível transformar algo dessa magnitude dentro de uma caixinha quadrada já existente: para que uma transformação aconteça é fundamental repensar as bases que estruturam tal caixinha e desestruturá-la conscientemente, sabendo para onde se quer ir, caso contrário, tudo o que vier a partir daquele molde já existente será desestruturado sem qualquer aviso, de surpresa.
A Pedagogia Ecoancestral parte de uma questão central: se quando os portugueses invadiram o Brasil, olharam e apontaram para os povos indígenas aqui presentes os categorizando como não humanos, como os outros, os pretos da terra, os sem almas etc., lançaram um olhar racializado determinante como forma de se relacionar, e que perdura até hoje, por que tanta hipocrisia em afirmar que as relações nos campos político, social, econômico, espiritual se dão a partir dessa lógica, de um corpo racializado, imposto pela branquitude?
Sendo assim, a Pedagogia Ecoancestral consiste em pensar as relações educacionais e educativas a partir de uma corporeidade negra, um contracorpo negrorreferenciado capaz de entender que resistir às violências também é um ato sagrado. O contracorpo negro aqui é entendido como um “corpo-templo- resistência” (OLIVEIRA, 2019). É fundamental compreender que “os conhecimentos ancestrais [...] para qualquer tipo de aprendizagem, que podem ser encontrados em plataformas diversas como histórias de vidas, memórias, provérbios, mitos, músicas, performances [...] (idem, ibidem, p. 15) são caminhos possíveis para ações capazes de fortalecer pessoas negras em qualquer tempo. A intencionalidade para o empoderamento da criança negra aqui é categoria fundamental para pensar a contação de história.
Destaco os 10 princípios da Pedagogia Ecoancestral para que se tenha em mente antes de escolher e contar uma história:
Além disso, é uma Pedagogia que entende a infância no plural, como múltipla – infâncias – e que deve ser cultuada durante toda a vida, pois é um período essencial e que se estende para além de uma certa idade. Nesse sentido, é necessário se atentar para como as práticas violentas e racistas atacam os corpos das crianças negras desde as brincadeiras altamente racializadas pelas próprias crianças (OLIVEIRA, 2019).
O trabalho pedagógico deverá acontecer dentro da tríade Direitos Humanos, Infâncias/Juventudes e Educação para as Relações Étnico-Raciais, para que o acolhimento e conscientização sobre como o racismo impacta as vidas das crianças negras seja promovido e combatido.
Pensando a literatura negro-brasileira no encantamento infantil e juvenil (LINEBEIJU)
Ainda contribuindo para mudança de paradigma do olhar para quem pretende contar histórias negrorreferenciadas, pensar a literatura é fundamental e aqui considero a afirmação de Carlos Moore (2014): “nada é mais importante para uma criança que um conto que a insira no mundo dos humanos, dos animais, das coisas. Essa inserção faz-se por meio do apelo à sua imaginação” (p. 6).
Tendo isso em mente, é fundamental compreender que a LINEBEIJU é parte importante da Pedagogia Ecoancestral, se apresentando como uma vertente literária negro-brasileira, proposta por CUTI (2010). Para ele, essa literatura, a negro-brasileira “nasceu da população negra fora da África, e de sua experiência no Brasil” (p. 44). E complementa que a literatura “precisa de forte antídoto contra o racismo nela entranhado” (idem, ibidem, p. 13) afinal, no Brasil, “o racista acaba sendo concebido como um ente sem consciência concreta, um fantasma que, vez ou outra, resolve atacar os negros” (p. 13).
Oliveira (2022) afirma que a LINEBEIJU entende perfeitamente a subjetividade da pessoa negra que, historicamente, está ligada à exclusão. Portanto, a LINEBEIJU é uma literatura que propõe “o acolhimento, a inclusão e o combate ao racismo” (OLIVEIRA, 2022, p. 7), coisa que a categoria literatura brasileira, no geral, jamais considerou seriamente. Desempenha, portanto, um papel importante para se pensar a diversidade como fundamental na abordagem literária, buscando alcançar autores de diferentes origens, uma vez que a literatura também serve para “inculcar, no imaginário brasileiro, estereótipos racistas a partir das construções de seus personagens e da forma com que as narrativas são desenvolvidas” (idem, ibidem, p. 7).
A LINEBEIJU, portanto,
… é um território que reconhece a violência ocasionada pelo racismo e admite que ninguém deve caminhar sozinho, uma vez que estamos conectados. Somos partes de um todo que inclui tudo o que é visível e invisível, o tangível e o intangível, as subjetividades (idem, ibidem, p. 6).
Cinco obeliscos sustentam a LINEBEIJU, a saber:
Nesse sentido, conhecer a legislação e educação brasileiras faz parte da Pedagogia Ecoancestral e da LINEBEIJU: isso garantirá um olhar dos direitos enquanto cidadãos que todas as pessoas têm, independentemente de raça/cor, origem étnica e social, idade etc.
Em termos da legislação brasileira, indico inicialmente para cada profissional fazer uma pasta com cópias dos seguintes documentos: Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96) - estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais e, em seus artigos 2-A e 79-B, desde a promulgação da Lei 10.639/03, tornou obrigatório o ensino da História da África e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica; o Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico- Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Além disso, leis como a Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, a Lei CAÓ, nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define como crime atos resultantes de preconceito de raça ou de cor; o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990); o Estatuto da Promoção da Igualdade Racial (Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010); e a Lei 14.532 de 2023, que tipifica a injúria racial como crime de racismo.
Além disso, Oliveira (2022) afirma que “Para aportar tamanhas mudanças de olhar, epistemologias negras elaboradas por pesquisadores(as) e/ou intelectuais negros(as) cada vez mais têm vindo à tona, afinal o continente africano não cabe na Europa” (p. 8).
Recontando histórias de autoria negra: a contação de histórias
Na Pedagogia Ecoancestral (na época ainda chamada de Pedagogia da Ancestralidade), Oliveira (2019) explica que
...antes de tudo, um posicionamento político contrário ao que se estabeleceu no país como uma lógica incontestável, direcionada ao branco, considerado norma, enquanto o não-branco é o desvio. É uma pedagogia que se opõe ao colonialismo e à colonialidade, que continuam reafirmando a desumanidade de negros e indígenas. Ela se opõe à hegemonia epistemológica eurocentrada, propondo uma forma de ser-pesquisar-conhecer-pensar-juntar-articular-agir que reconheça o continente africano como o berço da humanidade e se dá a partir da criação ou recriação de laços e formas afeto-coletivas de acolher-ouvir- aprender-falar-trocar-compartilhar, protagonizada não só pelas/os mais velhas/os, mas também pelas crianças e jovens.
Nesse sentido, o ato de contar histórias negrorreferenciadas com o propósito de fortalecer crianças, jovens e adultos para que se empoderem necessita de um olhar cuidadoso para as seguintes etapas:
Isso entendido, ir para a contação ciente de que todo o corpo negro deve ser preparado para se tornar um contracorpo afrodescendende (2000) e/ou um corpo-templo-resistência (2019), compreendendo-o como um corpo que é negro, divino e que, por isso, deve aprender a resistir contra qualquer tipo de violência que venha na direção dele, torna-se essencial para o sucesso da ação.
Ponto fundamental é a busca por histórias que tragam situações de conflito étnico-raciais e caminhos de superação das mesmas: crianças devem perceber que não vivenciam solitariamente situações de exclusão por conta do racismo, mas que o que viveram pode ser vivido por tantas outras crianças e esse é o poder de uma história que traz situação real de racismo e caminhos de superação, como oportunidade para que as crianças debatam e construam possibilidades para solucionar o assunto. Nesse sentido, histórias pautadas em fatos reais vividos pelas crianças e jovens trazem a possibilidade de reflexão e superação de todas as limitações impostas pelo racismo.
Outro ponto importante é usar diversas possibilidades de ação, plataformas, recursos para contar uma história. Para isso, eu não recrio a roda: simplesmente convoco a grande educadora Azoilda Loretto da Trindade (in memorian) com seu grande legado em Educação, com seus Valores Civilizatórios Afro-brasileiros (A Cor da Cultura), que são: circularidade, religiosidade, corporeidade, musicalidade, cooperativismo/comunitarismo, ancestralidade, memória, ludicidade, energia vital e oralidade. Ao analisar a história a ser contada, você pode verificar se ela contém tais valores e/ou, os princípios e valores disruptivos da Pedagogia Ecoancestral e LINEBEIJU, capazes de fortalecer crianças de todos os tempos.
A pessoa que vai contar histórias pode usar de todos os recursos que tem em mãos para contar uma história: quero dizer com isso, todos os seus talentos. Entender os pontos fortes que a pessoa que contará a história possui é fundamental. Ela pode ter talentos musicais para o canto ou tocar instrumentos e isso pode e deve estar presente na contação; a pessoa que contará a história pode ter talento para desenhar/pintar: por que não um painel feito com as próprias mãos para decorar o espaço? A pessoa que contará a história pode saber fazer bonecos: como desperdiçar esse talento? A pessoa que contará a história pode saber dançar: como não aproveitar essa base em dança? A pessoa que contará a história pode saber costurar: como não customizar seu próprio figurino? A pessoa que contará a história tem presença e o que de melhor faz é contar uma história de forma simples, sem alegorias, sem figurinos, de forma profunda: jamais será vista de forma diminuta por conta disso, afinal, trabalha muito bem com a plataforma dada pelos ancestrais, o próprio corpo. É isso! Simples assim.
O fundamental dentro dessa metodologia para contar histórias capazes de empoderar pessoas negras de todas as idades é trazer uma verdade vivida e conhecida por nós: o quanto de potência sabemos existir em cada ser negro que vive nesse planeta e como é necessário impulsionarmos a roda da história no sentido de se movimentar em prol da construção das histórias de empoderamento dos feitos negros. Um pensamento central aqui é entender como foi que a pessoa que vai contar a história vestiu a pele negra em diversas etapas da vida.
Finalizando
Sim, o ato de contar histórias para empoderar pessoas negras requer que se faça um inventário sobre a própria vida em uma perspectiva da racialidade: revisitar porões da memória, vasculhar, mergulhar, buscar entender no tempo presente as experiências vividas desde um passado remoto até o mais recente, buscando perceber o que sente sobre tudo o que se lembra. É fundamental, também, se atentar para o que havia sido esquecido e de repente, veio à tona: “memórias subterrâneas”, como Michel Pollak (1989) afirma em seu clássico “Memória, Esquecimento, Silêncio”. Importante compreender, no próprio corpo de quem irá contar a história, os pontos de cura e adoecimento e trabalhar no sentido de potencializar a cura e enfrentar as fontes de adoecimento para eliminá-las. Entender que existe uma literatura capaz de curar e outra capaz de adoecer faz todo o sentido dentro do pensamento decolonial em literatura e contar histórias negras de cura para o fortalecimento das lutas antirracistas se faz urgente e necessário para pessoas negras de todas as idades. Um olhar generoso e amoroso sobre as trajetórias coletivas negras se faz necessário.
Esse é um texto que fala sobre vida negras que também importam e podem ser fortalecidas através da contação de histórias. Falo sobre vida!
CUTI (Luiz Silva). Literatura negro-brasileira / Cuti – São Paulo: Selo. Negro, 2010. – (coleção consciência em debate/coordenada por Vera Lúcia Benedito).
FORD, Clyde W. (2000). “O herói com rosto africano: mitos da África”. Ed. Selo Negro.
MOORE, Carlos. Prefácio. In. OLIVEIRA, Kiusam. O mar que banha a Ilha de Goré, 2014, p. 6.
OLIVEIRA, Kiusam de. Pedagogia da ancestralidade. SESC online. Disponível em: https://portal.sescsp.org.br/online/artigo/13431_PEDAGOGIA+DA+ANCEST%20RALIDADE. 2019. Acesso em 10 de janeiro de 2021.
LINEBEIJU. Literatura Negro-Brasileira do Encantamento Infantil e Juvenil. Belo Horizonte: Nandyala, 2022. Série “Bagagem Literária”, v. 1.
Kiusam de Oliveira é pedagoga habilitada em Administração Escolar, Orientação Educacional e Deficiência Intelectual (USP), bailarina, coreógrafa e formadora de profissionais da educação na perspectiva antirracista desde 1992 e presta consultoria em empresas para a implementação de uma política antirracista. É autora de diversos livros como O mundo no black power de Tayó, Com qual penteado eu vou? e Omo-oba: Histórias de princesas e príncipes. E-mail para contato: kiusam.oliveira@gmail.com
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