Uma festa para os livros e para a leitura
feiras literárias, formação leitora, literatura, livros
Nos mês que homenageia os professores de todo o país, o Programa Escrevendo o Futuro promoveu, nos dias 3 e 4 de outubro, em São Paulo (SP), o Seminário Nacional Escrevendo o Futuro: com a palavra, o professor-autor. O encontro reuniu cerca de 200 profissionais atuantes na área de ensino da língua portuguesa, entre professores de escolas públicas, docentes de universidades, mediadores dos cursos on-line do Programa, técnicos de secretarias de educação, pesquisadores e profissionais de organizações do terceiro setor, e teve como objetivo valorizar práticas docentes realizadas em diferentes regiões do Brasil e integrar discussões atuais sobre o ensino da leitura e da escrita nas escolas públicas brasileiras.
Foram dois dias de reflexões e trocas de experiências, organizadas em palestras, rodas de conversa e apresentações de práticas pedagógicas, com foco no protagonismo docente. Tanto as palestras quanto as rodas de conversa realizadas no evento foram transmitidas ao vivo pela página da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro no Facebook, permitindo que internautas de todo o Brasil pudessem acompanhar as questões abordadas ao longo do encontro.
O primeiro dia do evento foi iniciado pelo Prof. Dr. Marcelo El Khouri Buzato, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que discorreu sobre a produção de conhecimento e a autoria na cultura digital. Em seguida, os professores Ana Virgínia de Oliveira (Quixeramobim/CE), Elizete Vilela de Faria (Divinópolis/MG), José Gilson Franco (Fortaleza/CE) e Marta Regina Martins (Monte Santo de Minas/MG) apresentaram avanços e desafios vividos em suas práticas pedagógicas. A conversa foi mediada por Patrícia Calheta, coordenadora dos cursos on-line do Programa, e possibilitou a compreensão da posição crítica e reflexiva dos professores, destacando o seu papel enquanto autor da sua própria prática.
O período vespertino contou com mais uma rodada de apresentação de projetos de escrita. Dessa vez, com a mediação de Mariana Garcia, coordenadora do Portal Escrevendo o Futuro, os professores Maira Leite da Silva (Santa Cruz do Sul/RS), José Jilsemar da Silva (Marcelino Vieira/RN) e Carolina Lombrigato (São Paulo/SP) puderam compartilhar as estratégias desenvolvidas em seus projetos de escrita e dialogar com saberes e experiências de outros professores. Em seguida, o grupo Slam das Minas - SP protagonizou no saguão do evento uma batalha de poesia, trazendo ao público, por meio da arte da palavra, questões sociais que inquietam principalmente a juventude feminina do país.
O escritor Marcelino Freire, de forma sensível e descontraída, cativou os participantes no fechamento do primeiro dia, com a palestra “Como ler o que não está escrito”. Marcelino fez um panorama da leitura e da literatura brasileira, permeado por suas experiências pessoais na família, na escola e na vida como um todo.
O segundo dia teve início com a terceira e última rodada de apresentação de projetos de escrita. José Alves, colaborador do Programa Escrevendo o Futuro, mediou a conversa com os professores Quitéria Éden Leite (Pesqueira/PE), Michele Mendes de Oliveira (Tabatinga/AM) e Rosa Maria Pereira (Rio Grande/RS), que contribuíram com a reflexão sobre o protagonismo docente na elaboração e desenvolvimento do trabalho em sala de aula, que fazem a diferença e geram resultados surpreendentes em diferentes contextos e localidades no Brasil.
O Seminário foi encerrado com a roda de conversa sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e contou com mediação de Angela Dannemann, Superintendente do Itaú Social, e participação de Maria José Nóbrega, assessora em programas de formação continuada de professores, Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração do Cenpec, e Kátia Bräkling, consultora na elaboração de currículos na área de língua portuguesa. O debate reforçou a importância do documento, que vai definir os conhecimentos e habilidades que os estudantes brasileiros têm direito de aprender ao longo da educação básica, além de orientar os currículos de redes de ensino e escolas do todo o país, e também destacou as fragilidades presentes na atual versão da BNCC, que encontra-se atualmente sob análise do Conselho Nacional de Educação (CNE).
Maria Aparecida Laginestra, coordenadora do Programa Escrevendo o Futuro, ressalta que o uso social da escrita estava muito presente nos projetos apresentados. Os professores ouviram os anseios e reivindicações que estavam circulando na escola e em seu entorno, perceberam que os estudantes queriam escrever, mas de forma verdadeira e real. Assim, os alunos compreenderam que a escrita é poderosa e que eles podem fazer uso dessa força.
A coordenadora ainda aponta: “Também é preciso destacar o professor enquanto autor, pois ele deu conta da difícil tarefa de escrever e planejar uma sequência didática nova. Além disso, esses docentes puderam refletir sobre as suas práticas e elaboraram uma narrativa do que aconteceu em suas salas de aula, tiveram a coragem de dividir seus avanços e desafios com todos e tornaram público o trabalho que fizeram, o que pode inspirar outros colegas”.
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Confira o vídeo de abertura do Seminário, saiba mais sobre o processo de seleção dos trabalhos e veja de onde vêm os projetos apresentados.
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BNCC, ensino e aprendizagem de língua portuguesa, multimodalidade, práticas de linguagem contemporâneas, multissemiose, letramentos
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