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Uma dica importante para seus alunos: não exagerar no tempo das gravações. Acumular muitas horas de filmagem pode dificultar a edição, já que se terá muito material para se ver e selecionar.
Deve-se recomendar aos alunos que registrem, numa espécie de diário, os erros e acertos verificados na gravação do dia. Assim, identificarão mais facilmente o que ainda precisa ser feito para ter em mãos o que estava delineado no planejamento.
Partindo da hipótese de que muitas gravações serão feitas com celulares, pois esses equipamentos são mais acessíveis, oferecemos dicas para evitar erros comuns de filmagem e melhorar a qualidade dos documentários.
As equipes que forem trabalhar com equipamentos específicos de captação de imagem e som devem consultar manuais, tutoriais ou pessoas experientes para aprender a manuseá-los corretamente.
Antes de sair para a gravação, é indispensável checar se, além dos equipamentos essenciais, como câmera e microfone, os alunos estão levando carregadores, extensões, fita crepe, tesoura e outros acessórios que acharem necessários. Também é importante levar autorizações de uso de imagem (há um modelo no menu Autorizações) para serem assinadas pelos participantes, bem como cópia de roteiro de entrevista (se for o caso), cronograma e plano de filmagem.
Peça aos alunos que verifiquem o status do celular que será usado na gravação, checando os seguintes itens:
O espaço de armazenamento necessário varia de um aparelho para outro, mas é aconselhável ter a média de 1,3 GB para 10 minutos de filmagem.
Recomende aos alunos que gravem sempre com o celular na horizontal. A posição vertical, embora seja a mais frequente no manuseio do aparelho, não conversa com as telas de exibição da televisão e do cinema, que operam segundo o paradigma da imagem horizontal (modo paisagem). Caso se grave na vertical e não seja feita a conversão adequada, na hora da exibição em telas de TV e cinema a imagem aparece com tarjas pretas nas laterais, o que a compromete esteticamente. A filmagem na vertical deve ser usada apenas no caso de uma opção estética consciente, com o objetivo de provocar efeitos de sentido específicos.
Curiosidade:
O formato retangular de enquadramento da imagem advém da pintura. Com o cinema, a imagem se alongou para os lados. A televisão tornou a imagem mais quadrada. Apesar dessas transformações, em todos estes formatos predomina o padrão horizontal. Agora, com os celulares, as imagens estão se verticalizando. Já surgiu, inclusive, um festival que visa subverter os padrões e valorizar filmes produzidos no novo formato. É o caso do Vertical Film Festival (VFF), cuja primeira edição ocorreu em 2014.
Advirta os alunos a respeito das seguintes questões:
Aconselhe os alunos a limparem a lente da câmera do celular antes de começar a gravação, de preferência com um pano de microfibra para não arranhá-la.
A câmera deve estar estabilizada antes de iniciar a gravação. Para tanto, pode-se usar um tripé. Na falta desse equipamento, pode-se substituí-lo por uma pilha de livros, um banquinho ou outros objetos, para estabilizar o celular na altura desejada. Na internet há vários vídeos que ensinam a confeccionar tripés caseiros para celular. Selecionamos aqui alguns:
Manual do Mundo. “Tripé caseiro para celular”, 2013. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=qu5gvQEzh-4>
Manual do Mundo. “Tripé caseiro para câmera fotográfica – How to make a tripod for camera”. 2013. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=HQNkJs2DUxY>
Recomende aos alunos que aproximem a câmera do objeto/sujeito a ser filmado, evitando o uso do zoom em gravação a distância. O zoom diminui a estabilidade da imagem e sua definição e só deve ser empregado se for um recurso de linguagem com intenção específica.
Desaconselhe gravação em locais com tráfego excessivo de pessoas e com muita incidência de ruídos (ar condicionado, buzina de automóvel, barulho de construção, gritos, latidos, música alta etc.). Se houver muita movimentação em segundo plano ou som intermitente, peça aos alunos que esperem o barulho cessar ou aconselhe-os a mudar de ambiente.
Locais muito amplos – como igrejas e salões de festa – geram muita reverberação. Assim, lembre aos alunos que deem preferência a lugares pequenos, com objetos como tapetes, persianas, cortinas, sofás, colchões etc., pois esses materiais ajudam a absorver as ondas sonoras e reduzir a reverberação. Se a locação escolhida não tiver esse tipo de material, a equipe de produção pode providenciar mantas ou edredons, que ajudam a diminuir a reverberação.
Os celulares nem sempre garantem boa qualidade sonora. Para minimizar esse problema, uma solução é utilizar um microfone de lapela. Há vários modelos no mercado, mas eles também podem ser feitos com um fone de ouvido. O microfone de lapela amplifica bem a voz, garantindo gravação de qualidade. É um acessório discreto e deve ser preso na roupa do entrevistado numa altura que possa captar bem a voz. Na internet, há várias sugestões de confecção de “microfone de lapela caseiro para celular”. Selecionamos alguns vídeos para você.
Tutorial em Geral. “Como fazer um microfone de lapela caseiro”, 2018. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=uDw3HIb6zXE>.
Vídeo Mania. “Dica de áudio: como fazer um microfone de lapela com fone de Celular Grátis”, 2016. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=V--7zJOgqMo>.
Aconselhe os alunos a fazer alguns minutos de gravação de som ambiente. Ela pode ser feita com gravadores portáteis ou celulares. O “silêncio” de cada locação é diferente. Esse som ambiente poderá ser muito útil no momento da mixagem. O som ambiente deve ser mixado por baixo das vozes, o que ajudará a “esconder” os cortes e dar continuidade sonora.
Peça aos alunos que antes de gravar façam um vídeo curto como teste, para se certificarem de que o enquadramento, a iluminação e o áudio estejam corretos.
É importante que alguém “bata a claquete” no início da gravação, pois essa batida (pode ser batida de palmas) será o elemento que permitirá, mais tarde, à edição marcar a sincronia entre a imagem e o som, quando captados separadamente. A claquete também traz informações importantes sobre o que está sendo gravado, especialmente a cena e a tomada (ou take). Assista a alguns vídeos que falam da importância da claquete:
Canal Claquete. “Função da claquete”, 2016. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=wXJWG56YFTQ>.
Brainstorm Tutoriais – Edição de Vídeo. “Pra que serve a claquete? // DROPS #5”, 2016. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=UQhjOrY1YtA>.
No final de cada gravação, é prudente lembrar aos alunos para fazer o upload do material gravado para um computador ou HD externo. Essa exportação deve ser feita para pastas específicas, nomeadas de forma a facilitar a localização dos arquivos no momento da edição. Por exemplo: sequência da praia, sequência da escola etc. Esses cuidados facilitam o processo de edição.
Observação:
Algumas sugestões aqui indicadas foram adaptadas do ebook 12 dicas infalíveis de como gravar vídeos com smartphones, de Michael Oliveira, disponível na internet. Clique aqui para acessar.