Bloco 2

Oficina 5

Etapa 1

A importância do som no cinema

Imagem e som são dois elementos indissociáveis da experiência audiovisual. Enquanto a imagem sempre chama a atenção do espectador, o som muitas vezes passa despercebido. O público quase nunca nota o papel capital que o som exerce na construção das sensações que ele próprio vivencia em frente a uma tela. Mas o som é essencial na construção dos sentidos que se almeja alcançar. Para exemplificar, primeiro assista à famosa cena do banheiro do filme Psicose (1960), de Alfred Hitchcock:

Psicose. Alfred Hitchcock. Estados Unidos, 1960, 109 min. Trecho, cena do chuveiro.

Agora, assista à mesma cena com o áudio alterado:

Psicose. Alfred Hitchcock. Estados Unidos, 1960, 109 min. Trecho com áudio alterado.

Percebeu como alterando o som as sensações do espectador também mudam?

Nos filmes de suspense e terror, o som é fundamental. Para comprovar, assista ao trecho do filme Tubarão (1975), de Steven Spielberg, e note o quanto o som contribui para o clima de tensão. Observe, também, que a trilha sonora da cena é composta por vários tipos de som: diálogos, a música do filme, efeitos sonoros (barulho de água, gritos, risadas, ruídos de fundo etc.) e silêncio.

Tubarão. Steven Spilberg. Estados Unidos, 1975, 130 min.

Observou que no parágrafo acima chamamos de “trilha sonora” uma gama variada de sons? Nesse momento, devemos deixar claro que embora o senso comum identifique o termo “trilha sonora” apenas com a música do filme, ele comporta todos os elementos sonoros do universo cinematográfico.

Vamos conhecer cada um desses elementos, mas antes é importante ressaltar que os sons de um filme podem ser diegéticos e extradiegéticos.

 

Sons diegéticos e extradiegéticos

No cinema, algo é diegético quando ocorre dentro da ação narrativa ficcional do filme. Por exemplo, a música que uma personagem está ouvindo é diegética, pois está dentro do contexto ficcional. Já uma trilha sonora incidental (isto é, uma música de fundo) que não está inserida no contexto da ação, mas faz parte do filme, é externa à diegese – em outras palavras, é extradiegética.

Um exemplo concreto: na cena de Tubarão a que assistimos, as personagens estão na praia ouvindo uma música. Essa música faz parte da diegese do filme. Já a música tema que nós, espectadores, ouvimos quando o tubarão se aproxima, é extradiegética.