Oficina 3

Etapa 1

Rimas e quadras

Atividades

    1. Compor rimas é um exercício divertido, mas dá trabalho! Muitas vezes, é preciso recorrer à memória e ao dicionário para encontrar palavras que normalmente não usamos. Com as rimas os poemas podem ganhar sonoridade.
    2. Num primeiro momento, é importante levar a turma a reconhecer rimas, começando por poemas que têm uma forma simples e popular, como as quadrinhas.
    3. Pergunte aos alunos e alunas se sabem o que é quadrinha. Explique-lhes que se trata de um poema de apenas quatro versos. É uma forma poética antiga, comum na cultura popular e bastante conhecida pelas crianças, principalmente por meio das cantigas de roda. Quem não se lembra?

O cravo brigou com a rosa,

Debaixo de uma sacada.

O cravo saiu ferido,

E a rosa despedaçada.

    1. Apresente-lhes a quadra:

Andorinha no coqueiro,

Sabiá na beira-mar,

Andorinha vai e volta,

Meu amor não quer ________.

Popular – Domínio público.

  1. Pergunte quais palavras rimam com “beira-mar” que poderiam completar o último verso. A palavra que o autor usou é “voltar”, mas seus alunos e alunas podem dar outras sugestões, como: ficar, voar, cantar. O importante é construir a rima de forma que o verso não perca o ritmo nem o sentido. Desse modo, deverão compreender que a palavra tem de completar o ritmo do verso e também o sentido da quadra. Entre as várias sugestões, o termo “voltar” é o que preenche plenamente essas condições. Também perceberão que a sonoridade é fundamental no poema, mas não um elemento isolado. Ela combina com o sentido, com o ritmo e com todos os outros recursos, pois é o conjunto de todos esses elementos que sustenta o sentido do poema. Muitas vezes os alunos e alunas ficam tão preocupados em encontrar palavras que rimam que se esquecem de verificar se o verso construído combina com o sentido do texto. Você pode, e deve, conversar a esse respeito.
  2. Com o auxílio do datashow, projete o poema “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias, disponível no menu “Coletânea”. Leia e analise o poema conjuntamente, mostre como os e as poetas, ao usarem o recurso da rima, são cuidadosos na escolha das palavras. Os versos e as estrofes não são construídos apenas com palavras que rimam entre si, mas de modo que esses elementos se articulem com o conjunto para produzir um sentido.Chame a atenção para o título “Canção do Exílio”. Pergunte se sabem o que significa “exílio”. Em caso negativo, peça para que busquem em um dicionário. Pergunte por que acham que, apesar de ser um poema, ele se chama “canção”. (Como vimos afirmando aqui, a poesia lírica é “irmã” da música. Muitos poemas populares têm o nome de “canção” porque têm ritmo popular. Esse ritmo é tanto dado pela métrica (sete sílabas poéticas em cada verso, ou “redondilha maior”, no caso da Canção do Exílio), quanto pela presença das rimas.Escreva o nome de ritmos musicais em papéis e dobre-os para um sorteio. Separe a classe em grupos e sorteie um estilo musical para cada um. Peça que tentem cantar o poema, no ritmo que receberam. (Como o poema é extremamente musical, pode haver timidez, mas não muita dificuldade em encaixar o texto nos ritmos sorteados. Quando for preparar os papéis, lembre-se de incluir também os ritmos regionais e do gosto das crianças: rap, funk, forró, sertanejo, rock, etc).

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