Oficina 6

Etapa 1

Que som é esse?

Vamos começar esta unidade trabalhando o nosso ouvido poético!

É importante proporcionar à criança a oportunidade de desenvolver o seu “ouvido” poético, relacionando sonoridade com sensações e interpretações possíveis.

As perguntas visam inspirar uma conversa em grande grupo. Estimule a turma a ler em voz alta, reler com diferentes entonações e ritmos, soletrar, repetir, ouvir, aproveitando suas considerações e hipóteses para discutir efeitos de sentido da sonoridade, sentimentos que despertam e interpretações que possibilitam. Incentive-os e incentive-as a trazerem exemplos de outros textos que apresentam efeitos semelhantes (quadrinhas, trava-línguas, cantigas, brincadeiras infantis, etc.).

Atividades

  1. Peça para que formem grupos e leiam em voz alta os poemas Ali, de Paulo Leminski, e [as bruxas de Bruxelas], de Angélica Freitas, prestando atenção na sua sonoridade.
  2. Em seguida, oriente-os e oriente-as a escreverem uma palavra para dizer o que sentiram ao escutar cada um dos poemas. Incentive os grupos a conversarem sobre o que causou essas sensações nos seus participantes e pergunte-lhes sobre os assuntos dos poemas e sobre qual mais gostaram.
  3. Prossiga ajudando a turma a esmiuçar os textos. Pergunte-lhes:
    • Quais são os sons que mais se repetem nos poemas? Diga-lhes para os assinalarem. Qual é a posição dos sons que se repetem:a. em relação à posição em que se encontram nas palavras (início, meio ou fim)?

      b. em relação à posição em que se encontram nos versos e estrofes?

      c. que sensações e sentidos você acha que as repetições de sons produzem?

      d. as palavras que se repetem são próximas? Distantes? São sinônimos ou antônimos? Que sentidos são construídos nessas relações?

      f. em que outros textos que leram ou ouviram a repetição de sons também aparece?

Outras atividades

  1. Dependendo do nível de maturidade da turma, pode ser interessante trabalhar com o poema Brasil com P. Convide os alunos e as alunas a escutarem ou verem o vídeo, pedindo que pensem sobre as sensações que o poema provoca e que anotem de 3 a 5 palavras mais marcantes do poema. Na discussão, explore esses termos e estimule os alunos e as alunas a compartilharem suas impressões. Em seguida, peça para que comentem sobre os efeitos da letra P e explore com a turma as perguntas 2 e 3 já propostas para os outros poemas. Para explorar a forma e o sentido, selecione trechos específicos e proponha uma discussão em grupos sobre a história contada no trecho, sobre como essa história é construída e sobre os efeitos do som do P. Trechos sugeridos:

I.

Pedro Paulo

Passatempo predileto, pandeiro

Pandeiro parceiro

Preso portando pó passou pelos piores pesadelos

Presídio porões problemas pessoais

Psicológicos perdeu parceiros passado presente

Em que melhor se beba

Pais parentes principais pertences

II.

Paramos pensamos profundamente

Por que pobre pesa plástico papel papelão pelo pingado pela passagem pelo pão?

  1. Experimente também omitir palavras nos trechos acima (como pedreiro, pandeiro, parceiro, pobre, pingado, pão) e pedir que os alunos sugiram termos para preencher os versos.
  2. Outra alternativa é escolher a música “P de Pepeu”, do rapper Pepeu, explorando-a e fazendo as mesmas perguntas. Diferente do rap de Gog (Brasil com P), este tem um tom mais lúdico. O objetivo aparente é brincar com os fonemas que se repetem inclusive no nome do autor “Pepeu”. O mesmo jogo de omitir palavras para que as crianças preencham as lacunas também pode ser muito divertido.