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Nesta etapa os alunos e alunas irão conhecer poetas da chamada Literatura Marginal-Periférica.
No final dos anos 1990 e início dos anos 2000, surgiu nas regiões periféricas da cidade de São Paulo um movimento literário chamado de literatura marginal-periférica. Esse movimento era constituído por escritores e escritoras moradoras das “margens” da cidade, onde as condições de vida e o acesso a bens culturais são sistematicamente negados. São destaques desse movimento os saraus, os slams e as editoras independentes – os quais democratizam o acesso à literatura e vêm projetando novos escritores e escritoras: Ferrez, Sérgio Vaz, Elizandra Souza, Mel Duarte e muitas mais.
Os poemas “Da terra que renasço”, de Raquel Almeida, “Coração de frango”, de Luiza Romão e “Tu aprendeu ‘to be’, lá em casa nóis aprendeu Tupac”, vídeo de Jamille Santos, são bastante característicos desse movimento (com eu-lírico envolto em temas sociais, relacionados à negritude, referências ao Movimento Hip Hop e linguagem típica da periferia, dentre outros).
Um formato de poema bastante popular entre poetas contemporâneos e periféricos é o “curtinho”. Em muitos saraus das periferias, antes de serem encerradas de vez as declamações, são abertos espaços para eles e cada presente tem a oportunidade de declamar mais de um, se quiser. Em geral são poemas-piadas, aforismos e silogismos inusitados. Se parecem com haikais no tamanho, mas não têm forma fixa. Que tal fazer com sua turma um “festival de curtos”?