Oficina 7

Etapa 4

Poetas das Periferias

Nesta etapa os alunos e alunas irão conhecer poetas da chamada Literatura Marginal-Periférica.

No final dos anos 1990 e início dos anos 2000, surgiu nas regiões periféricas da cidade de São Paulo um movimento literário chamado de literatura marginal-periférica. Esse movimento era constituído por escritores e escritoras moradoras das “margens” da cidade, onde as condições de vida e o acesso a bens culturais são sistematicamente negados. São destaques desse movimento os saraus, os slams e as editoras independentes – os quais democratizam o acesso à literatura e vêm projetando novos escritores e escritoras: Ferrez, Sérgio Vaz, Elizandra Souza, Mel Duarte e muitas mais.

Os poemas “Da terra que renasço”, de Raquel Almeida, “Coração de frango”, de Luiza Romão e “Tu aprendeu ‘to be’, lá em casa nóis aprendeu Tupac”, vídeo de Jamille Santos, são bastante característicos desse movimento (com eu-lírico envolto em temas sociais, relacionados à negritude, referências ao Movimento Hip Hop e linguagem típica da periferia, dentre outros).

Atividades

Festival de Curtos

Um formato de poema bastante popular entre poetas contemporâneos e periféricos é o “curtinho”. Em muitos saraus das periferias, antes de serem encerradas de vez as declamações, são abertos espaços para eles e cada presente tem a oportunidade de declamar mais de um, se quiser. Em geral são poemas-piadas, aforismos e silogismos inusitados. Se parecem com haikais no tamanho, mas não têm forma fixa. Que tal fazer com sua turma um “festival de curtos”?

  1. Imprima uma série de curtinhos que podem ser encontrados no livro Festival de curtos – Antologia de poemas para semear, disponível no site da editora Me Parió Revolução.
  2. Coloque-os dentro de um cesto, na sua mesa ou no centro da sala
  3. Convoque voluntários e voluntárias a lê-los para a turma e solicite que os leiam mais de uma vez. Crie desafios de leitura. Primeiro uma leitura normal, depois variando as emoções/entonações (com medo, com raiva, com alegria, gargalhando, chorando, gritando, sussurrando, etc).
  4. Pergunte se as diferentes entonações fizeram diferença na compreensão do sentido dos poemas.
  5. Desafie a turma a criar os seus próprios curtinhos e a compartilhá-los também, experimentando, se possível, diferentes entonações. Esses curtinhos também podem ser aproveitados, posteriormente, dentro de outros poemas, compondo estrofes ou tornando-se refrão.