Atividades
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- Vamos iniciar a escrita do poema. Retome com a classe a situação de produção, pois vão escrever sobre o lugar onde vivem.
- Cada qual deve exprimir no texto sua visão pessoal e original desse lugar. O texto será exposto no mural e poderá ser divulgado na cidade, por meio de folhetos, jornais, internet, ou ser apresentado oralmente na rádio local, se houver. O interlocutor ou interlocutora – a pessoa a quem o poema se dirige – é alguém que quer saber como é a cidade e aprecia ouvir e ler poemas. Alguns desses leitores e leitoras também farão avaliação dos textos.
- Para que o poema desperte o interesse e a vontade de conhecer o local retratado, os e as poetas devem usar as palavras com cuidado e combiná-las de uma forma especial, empregando os recursos poéticos estudados ao longo das oficinas. Mas antes, é importante que os sentimentos e pensamentos fluam livremente pelo papel: peça à turma que escrevam livremente, mas em forma de versos, tudo o que queiram dizer, tudo o que sentem (de bom ou ruim) sobre a sua cidade (ou sobre um local específico dela). Feito esse primeiro “desabafo” literário, é hora de “aparar o excessos”, fortalecer os sentidos e a estética dos poemas.
- Pensando no tema – “O lugar onde vivo” –, o aluno ou aluna escolhe de que modo vai delimitar seu texto, isto é, de qual aspecto da cidade vai tratar. Em seguida, levando em conta as características do seu próprio poema já iniciado, deve tomar algumas decisões:
- O seu poema precisa de rimas ou não? Se sim, elas serão regulares ou irregulares?
- O poema será composto em quadras ou em outro tipo de estrofe?
- Que tipo de repetições o poema terá? Aliterações, repetições de palavras ou versos? Refrão? Todas elas? Algumas delas?
- Como fazer para que o poema tenha um ritmo harmônico e cadenciado? Ou ele terá versos irregulares, longos, resultando num ritmo solto, diferenciado em cada um dos versos?
- É possível empregar comparações ou criar metáforas e personificações?
- Com base nas decisões tomadas, cada criança reescreve o seu poema tantas vezes quantas forem necessárias.
Afinando um pouco mais o olhar
Apontamos alguns problemas que geralmente aparecem nos textos submetidos à Olimpíada, mas sabemos que eles não são os únicos. Outros podem surgir. Portanto, preste atenção a mais alguns detalhes:
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- É melhor evitar rimas comuns ou “fáceis”, como o diminutivo e o aumentativo das palavras (“inho” e “ão”). Rimas ricas são formadas com palavras de categorias gramaticais diferentes, por exemplo: adjetivos com substantivos; substantivos com verbos. Eventualmente, o diminutivo pode ter um bom efeito poético; tudo depende do modo como se combinam os elementos que compõem o texto. Releia “Cidadezinha”, de Mário Quintana, e chame a atenção dos alunos e alunas para esse fato. Faça o mesmo com “Duas dúzias de coisinhas…” O mais importante é o efeito de sentido do conjunto, obtido pela contribuição de cada um dos aspectos do texto, combinados uns com outros.
- Devem ser revistos os poemas que deslizam para a expressão de sentimentos pessoais e se esquecem de contar como é “o lugar onde vivo”. Neste caso, sugira o acréscimo de algum aspecto interessante do lugar: uma paisagem bonita, um jeito de ser da população local, um acontecimento curioso, uma festa popular. Caso a criança perceba o engano e se proponha a fazer algum corte, oriente-a a escolher adequadamente o que pode ser eliminado.
- Às vezes, poetas desrespeitam intencionalmente as regras gramaticais: pontuação, concordância, ortografia. Se pode usar a transcrição oral de uma palavra para mostrar o jeito de falar do povo, por exemplo. Se houver algum caso desses, verifique se o aluno ou aluna está usando adequadamente esse recurso ou se apenas não sabe a grafia correta de uma palavra ou a forma culta de usar uma regra de concordância.
- Lembre-se de que o poema fica mais instigante com um título original. Oriente a turma a evitar o uso do tema “O lugar onde vivo” como título de suas produções.