Pontos de vista

Por que participar do Escrevendo o Futuro é dar vida à BNCC?

Patrícia Calheta – mestre em Linguística Aplicada (PUC/SP), especialista em Ensino de Língua mediado pelo computador (UFMG) e em Gestão Escolar (SENAC/SP), colaboradora do Programa Escrevendo o Futuro e coordenadora pedagógica do curso on-line Sequência Didática: aprendendo por meio de resenhas.

Afinal, as atividades dos cadernos docentes são um trabalho a mais, para além do currículo que temos de dar conta na escola?

A escolha por iniciar com essa pergunta a conversa que pretendo aqui partilhar com você – professora, professor, gestora e gestor de escolas públicas de todo o país – deve-se ao fato de que ela representa uma das recorrentes indagações formuladas por diferentes educadoras e educadores.

Diante desse cenário, responder à questão evidencia-se como o desafio dessa “prosa pela escrita” que, vez ou outra, convidará para um breve passeio, via palavras destacadas em cor vermelha, visando à retomada de noções da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), nos segmentos do Ensino Fundamental (EF) e do Ensino Médio (EM) (Brasil, 2018). Para acessar as definições da BNCC, basta passar o mouse sobre as palavras destacadas ou clicar. Também haverá convites para percursos mais longos, quando da indicação de links de acesso a variadas publicações, disponíveis no e além do Portal Escrevendo o Futuro.

Em meio ao processo de implementação dos currículos municipais e estaduais, atualizados pela inspiração dos dizeres da BNCC (Brasil, 2018), redes de ensino e instituições escolares foram convidadas a se debruçarem sobre realidades locais, considerando os contextos e as características dos(as) estudantes. Nesse sentido, é desejável que decisões acerca do currículo de cada escola também tenham resultado do envolvimento e da participação das famílias e da comunidade, de forma a assegurar a aderência entre o documento e as singularidades locais, tornando o currículo um retrato do que cada instituição, na voz de todos esses integrantes, pensa, defende, necessita e propõe para promover a efetiva e integral formação de seus alunos e alunas.

No intuito de fomentar esse exercício de ajuste do olhar do geral ao local, o Programa Escrevendo o Futuro tem se revelado como constante porta aberta à construção de conhecimentos, figurando como política pública de larga abrangência nacional (incluído, desde 2008, como uma ação do Plano de Desenvolvimento da Educação do MEC) pela oferta plural de experiências formativas para a melhoria do ensino e da aprendizagem da leitura e da escrita, otimizando, assim, a condição reflexiva e propositiva no acolhimento às demandas relativas à composição de currículos e às práticas pedagógicas em cada instituição escolar.

Neste texto, não será realizado o movimento de buscar articulações entre dizeres da BNCC e do Portal Escrevendo o Futuro que possam inspirar e alimentar desenhos curriculares, já que essa leitura mais ampla, apontando noções-chave e materiais e recursos produzidos e disponibilizados pelo Programa, recebeu destaque, em 2018, por meio do texto intitulado “Escrevendo o Futuro e BNCC: sobre pontos de encontro”. Agora, será a vez de lançarmos a lupa na direção de um recurso específico do Portal, os Cadernos Docentes, que se apresentam como o material de referência para o trabalho com sequências didáticas (SD).

A atuação docente mobilizada pelas vivências de uma SD tem sido defendida como ferramenta para o ensino da produção escrita de cinco gêneros discursivos a saber, poemas (5º ano do EF), memórias literárias (6º e 7º anos do EF), biografia (6º e 7º anos do EF), crônicas (8º e 9º anos do EF) e artigo de opinião (9º ano do EF), com exceção do gênero documentário (1º e 2º anos do EM) que, apesar da organização do Caderno em blocos e oficinas, não segue a mesma orientação defendida por Dolz e Schneuwly (2004), a seguir apresentada:

Na concepção dos autores, a sequência didática revela-se como “um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito” (2004, p. 97).

Centrado na noção de SD e na perspectiva enunciativo-discursiva de linguagem a ela coligada, cada Caderno convida à apreciação de oficinas, envolvendo atividades desde a contextualização da proposta até a produção escrita final do texto, visando à publicização, o que corrobora o fundamental processo de seleção de oficinas que possam dialogar com as necessidades de aprendizado de todos os alunos e alunas de cada turma, a partir do levantamento de conhecimentos prévios e cuidadosa análise do(a) professor(a) da primeira versão escrita do texto, produzida por esses(as) estudantes.

É exatamente do lugar de reflexão desse movimento metodológico da SD que algumas das numerosas articulações entre os Cadernos Docentes e a BNCC serão a seguir explicitadas.

Sequências Didáticas e BNCC

Vamos iniciar com a questão das inspirações teóricas que cercam o trabalho pedagógico com as SDs e que encontram, na BNCC, lugar de destaque, especialmente referentes à perspectiva de linguagem enunciativo-discursiva e à centralidade do texto como unidade de trabalho, assumidas na BNCC e contempladas durante o planejamento, a organização e o desenvolvimento das atividades presentes nas oficinas das SDs dos Cadernos Docentes, uma vez que todas as propostas guiam-se pela presença e pela análise de textos diversos, pertencentes a cada um dos gêneros do discurso eleitos como foco da produção escrita, que são analisados em suas diferentes dimensões (discursiva, textual e linguística), a partir da reflexão acerca das condições de produção textual.

A relação entre competências e habilidades da área de linguagens no EF e da área de linguagens e suas tecnologias no EM é um segundo ponto de contato entre os Cadernos Docentes e a BNCC. Para entender tal articulação, seguem alguns exemplos, já que a totalidade das relações implicaria uma publicação muito mais densa, extensa e mais bem vinculada à exploração das especificidades dos gêneros escritos.

No EF, do conjunto das competências específicas de linguagens (Brasil, 2018, p. 65), vale ressaltar a particular aderência das competências 1, 2 e 3 às experiências postas em cena no desenvolvimento das oficinas dos Cadernos “Poetas da Escola” (poema), “Se bem me lembro…” (memórias literárias) e “A ocasião faz o escritor” (crônica), já que retratam:

  1. Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais;
  2. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da atividade humana para continuar aprendendo, ampliar suas possibilidades de participação na vida social e colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva;
  3. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como libras e escrita), corporal, visual, sonora e digital – para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação.

No EM, aqui vinculado ao Caderno “Pontos de Vista”, no trabalho com o gênero artigo de opinião, as competências específicas de linguagens e suas tecnologias (Brasil, 2018, p. 490) revelam vínculos com a BNCC, especialmente quanto aos textos apresentados em 1, 2 e 3:

Nos Anos Finais do Ensino Fundamental, o trabalho com o gênero artigo de opinião, proposto pelas atividades do caderno Pontos de Vista, tem vínculos com as competências específicas de Língua Portuguesa da BNCC (Brasil, 2018, p. 87), com destaque para:

2. Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a como forma de interação nos diferentes campos de atuação da vida social e utilizando-a para ampliar suas possibilidades de participar da cultura letrada, de construir conhecimentos (inclusive escolares) e de se envolver com maior autonomia e protagonismo na vida social.
3. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos que circulam em diferentes campos de atuação e mídias, com compreensão, autonomia, fluência e criticidade, de modo a se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo.
5. Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de linguagem adequados à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao gênero do discurso/gênero textual.
6. Analisar informações, argumentos e opiniões manifestados em interações sociais e nos meios de comunicação, posicionando-se ética e criticamente em relação a conteúdos discriminatórios que ferem direitos humanos e ambientais.

Agora, em relação aos Anos Finais do EF, no campo jornalístico-midiático – aqui tomado em função do gênero artigo de opinião, no Caderno “Pontos de Vista” -, várias oficinas anunciam objetivos ligados ao trabalho com práticas de linguagem. Para exemplificar, faremos referência à descrição do campo presente na BNCC (Brasil, 2018, p. 140):

Trata-se, em relação a este Campo, de ampliar e qualificar a participação das crianças, adolescentes e jovens nas práticas relativas ao trato com a informação e opinião, que estão no centro da esfera jornalística/midiática. Para além de construir conhecimentos e desenvolver habilidades envolvidas na escuta, leitura e produção de textos que circulam no campo, o que se pretende é propiciar experiências que permitam desenvolver nos adolescentes e jovens a sensibilidade para que se interessem pelos fatos que acontecem na sua comunidade, na sua cidade e no mundo e afetam as vidas das pessoas, incorporem em suas vidas a prática de escuta, leitura e produção de textos pertencentes a gêneros da esfera jornalística em diferentes fontes, veículos e mídias, e desenvolvam autonomia e pensamento crítico para se situar em relação a interesses e posicionamentos diversos e possam produzir textos noticiosos e opinativos e participar de discussões e debates de forma ética e respeitosa.

Tal campo vincula-se, entre outras habilidades, a (Brasil, 2018, p. 142-145):

(EF69LP01) Diferenciar liberdade de expressão de discursos de ódio, posicionando-se contrariamente a esse tipo de discurso e vislumbrando possibilidades de denúncia quando for o caso.

(EF69LP06) Produzir e publicar notícias, fotodenúncias, fotorreportagens, reportagens, reportagens multimidiáticas, infográficos, podcasts noticiosos, entrevistas, cartas de leitor, comentários, artigos de opinião de interesse local ou global, textos de apresentação e apreciação de produção cultural – resenhas e outros próprios das formas de expressão das culturas juvenis, tais como vlogs e podcasts culturais, gameplay, detonado etc.– e cartazes, anúncios, propagandas, spots, jingles de campanhas sociais, dentre outros em várias mídias, vivenciando de forma significativa o papel de repórter, de comentador, de analista, de crítico, de editor ou articulista, de booktuber, de vlogger (vlogueiro) etc., como forma de compreender as condições de produção que envolvem a circulação desses textos e poder participar e vislumbrar possibilidades de participação nas práticas de linguagem do campo jornalístico e do campo midiático de forma ética e responsável, levando-se em consideração o contexto da Web 2.0, que amplia a possibilidade de circulação desses textos e “funde” os papéis de leitor e autor, de consumidor e produtor.

(EF69LP13) Engajar-se e contribuir com a busca de conclusões comuns relativas a problemas, temas ou questões polêmicas de interesse da turma e/ou de relevância social.

(EF69LP14) Formular perguntas e decompor, com a ajuda dos colegas e dos professores, tema/questão polêmica, explicações e/ou argumentos relativos ao objeto de discussão para análise mais minuciosa e buscar em fontes diversas informações ou dados que permitam analisar partes da questão e compartilhá-los com a turma.

(EF69LP15) Apresentar argumentos e contra-argumentos coerentes, respeitando os turnos de fala, na participação em discussões sobre temas controversos e/ou polêmicos.

Essas habilidades são exploradas em várias das sequências didáticas presentes no caderno Pontos de Vista.

A partir desses exemplos de competências, evidenciam-se variados pontos de convergência, uma vez que se tomarmos a proposta de produção escrita dos gêneros poema, memórias literárias, crônica e artigo de opinião, que é dimensionada por diferentes focos de reflexão, considerando as práticas de linguagem e, ainda, todo o trabalho com a alimentação temática (em destaque na publicação “O lugar da alimentação temática no ensino de gêneros discursivos”) – O lugar onde vivo –, seguramente afirmaremos que as oficinas que compõem as SDs dos Cadernos Docentes revelam-se como vigorosas oportunidades para o exercício de reconhecimento e de valorização das linguagens como formas de significação da realidade, expressão de subjetividades e de distintas realidades, partilha de experiências pautadas no respeito à diversidade e à pluralidade de ideias e de pontos de vista, assentadas na democracia, na ética, na cooperação e na empatia, capazes de fomentar práticas nas quais os(as) estudantes exercitem o protagonismo e a autoria.

As propostas vivenciadas nas oficinas convidam a um fazer amplo e diversificado envolvendo a observação, a análise e a apreciação de textos, muitos deles marcados pela multimodalidade, com vistas a uma produção escrita que otimiza a condição de os(as) estudantes compreenderem mazelas e potencialidades do lugar onde vivem, o que os torna participativos, conscientes e propositivos diante da realidade. Assim, seja na composição de textos em versos que resgatam cenas, paisagens ou problemas do lugar pelo alcance da lente de um poeta-aprendiz que brinca com as palavras (como nos poemas), seja na organização de textos em prosa que possam retratar reminiscências do passado de um lugar para melhor compreender transformações, fruto do decorrer do tempo, pelo olhar de um morador que empresta sua voz para a releitura literária (como nas memórias), contemplar facetas do cotidiano pela lupa de um aluno(a)-cronista (como nas crônicas) e mesmo problematizar questões locais de relevância social, a partir da argumentação em defesa de um ponto de vista (como nos artigos de opinião), as SDs convocam professores(as), alunos(as) e a comunidade ao exercício reflexivo e investigativo de explicação e interpretação crítica da realidade do lugar onde vivem.

No que se refere às habilidades anunciadas na BNCC nos segmentos do EF e EM, cabe aqui uma parada reflexiva para ilustrar o vínculo com as propostas de ensino de SDs dos Cadernos Docentes. Para tanto, vale salientar que a explicitação das habilidades orienta-se por práticas de linguagem realizadas em diferentes campos de atuação, o que assegura um trabalho contextualizado e significativo.

Os campos de atuação, contemplados nos segmentos do EF e EM, estão assim organizados na BNCC (Brasil, 2018, p. 501):

Quando pensamos nos gêneros discursivos que são foco das SDs, percebemos ser possível destacar: nos anos iniciais do EF, a relação entre o gênero poema e o campo de atuação artístico-literário, assim como o gênero memórias literárias, nos anos finais do EF; ainda nos anos finais do EF, o gênero crônica, que pode transitar por diferentes campos de atuação, tais como o artístico-literário e o jornalístico-midiático e, finalmente, o gênero artigo de opinião no EF, que pode circular por campos variados, como jornalístico-midiático, campo de atuação na vida pública.

Campos de atuação e habilidades nas SDs

Em meio ao percurso aqui trilhado a partir de alguns exemplos (que não esgotam a discussão, mas iluminam reflexões) e, ainda, considerando ênfases no trabalho com os gêneros discursivos propostos nos Cadernos Docentes, é possível conferir a existência de imbricadas relações entre habilidades anunciadas na BNCC e dois campos de atuação, a saber, artístico-literário (no caso do EF, anos iniciais e finais, para os gêneros poema, memórias literárias e crônica) e jornalístico-midiático (para o gênero artigo de opinião).

No trabalho com a SD do Caderno “Poetas da Escola”, encontramos propostas norteadas por diferentes objetivos, explorando práticas de linguagem atreladas a habilidades que encontram morada na BNCC, de modo a retratar: na prática de leitura/escuta, a habilidade envolvida é apreciar poemas e outros textos versificados, observando rimas, aliterações e diferentes modos de divisão dos versos, estrofes e refrões e seu efeito de sentido; na prática de produção de textos, a habilidade (escrita autônoma) é ler e compreender, com certa autonomia, textos em versos, explorando rimas, sons e jogos de palavras, imagens poéticas (sentidos figurados) e recursos visuais e sonoros e, na prática de oralidade, a habilidade em jogo é declamar poemas com entonação, postura e interpretação adequadas (Brasil, 2018, p. 132-133).

No que diz respeito às propostas apresentadas nos Cadernos “Se bem me lembro…” (memórias literárias) e “A ocasião faz o escritor” (crônica), a análise dos objetivos de diferentes oficinas torna evidente a aderência a práticas de linguagem diretamente vinculadas a habilidades da BNCC, dentre elas: no eixo da leitura (reconstrução das condições de produção, circulação e recepção), inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção; no eixo da produção de textos, engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/edição e reescrita, tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etc – e considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário; no eixo da análise linguística/semiótica, (…) analisar os efeitos de sentido decorrentes do emprego de figuras de linguagem, tais como comparação, metáfora, personificação, metonímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese e os efeitos de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções adjetivas, orações subordinadas adjetivas etc), que funcionam como modificadores, percebendo sua função na caracterização dos espaços, tempos, personagens e ações próprios de cada gênero narrativo (Brasil, 2018, p. 156-161).

Tal competência vincula-se, entre outras habilidades, a: conhecer e analisar diferentes projetos editoriais – institucionais, privados, públicos, financiados, independentes etc -, de forma a ampliar o repertório de escolhas possíveis de fontes de informação e opinião, reconhecendo o papel da mídia plural para a consolidação da democracia; analisar os diferentes graus de parcialidade/imparcialidade (no limite, a não neutralidade) em textos noticiosos, comparando relatos de diferentes fontes e analisando o recorte feito de fatos/dados e os efeitos de sentido provocados pelas escolhas realizadas pelo autor do texto, de forma a manter uma atitude crítica diante dos textos jornalísticos e tornar-se consciente das escolhas feitas pelo produtor (Brasil, 2018, p. 521), sendo exploradas em várias oficinas no estudo de textos do gênero artigo de opinião.

Como palavras finais, cabe retomar o questionamento inicial – Afinal, os cadernos docentes do Programa Escrevendo o Futuro são um trabalho a mais, para além do currículo que temos de dar conta na escola? -, para, finalmente, afirmar que, dada a íntima conexão e o amplo alcance em relação aos dizeres da BNCC, os cadernos são um trabalho curricular do(a) docente, é o currículo vivo e em ação. Em síntese, corrobora o processo de (re)significação de experiências de estudantes, professores(as) e comunidade com a palavra, gerando efeitos (trans)formadores na trajetória escolar de “nossos” meninos e meninas, adolescentes e jovens e, portanto, uma potente aliada ao objetivo, expresso na BNCC, de assegurar os direitos de aprendizagem e desenvolvimento a todos e a todas.