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O autor ou a autora de memórias literárias usa os verbos para marcar um tempo do passado. Esta oficina trata dos tempos verbais essenciais no gênero memórias: pretérito perfeito e pretérito imperfeito.
Ataliba Castilho, em Nova gramática do português brasileiro, considera como verbo a palavra (1) que introduz participantes no texto, via processo de apresentação, por exemplo; (2) que os qualifica devidamente, via processo de predicação; (3) que concorre para a constituição dos gêneros discursivos, via alternância de tempos e modos.
Cheguei a Nova Granada de manhãzinha, quase escuro, quase claro, a noite indo embora sem pressa e o dia, menos apressado ainda, dando as caras. Passei a alça da mochila pelo ombro, e comecei a caminhar em direção da casa de meus pais, localizada no centro da cidade, para uma visita de carinho e saudade.
Edson Gabriel Garcia. Nas ondas do rádio. Cenpec, 2004.
Naquela grande casa de pedra em que vovô Vincenzo e vovó Catarina moravam […] havia uma escadinha misteriosa que subia de uma das grandes salas e que parava numa porta sempre trancada.
Ilka Brunhilde Laurito. As almas do Amém, in: A menina que fez a América. São Paulo: FTD, 2002.
E foi assim que acabei descobrindo que, quando vovô Vincenzo acabava o terço e erguia as mãos para o teto, talvez estivesse pedindo às almas do AMÉM que velassem pela fartura dos campos da Calábria e que nunca deixassem faltar o pão e o vinho sobre as mesas a fim de que nenhum calabrês, nunca mais, precisasse emigrar para terras alheias.
Ilka Brunhilde Laurito. As almas do Amém. In: A menina que fez a América. São Paulo: FTD, 2002.
Sempre que o autor quer marcar o grau de certeza de que um fato realmente ocorreu, está previsto ou prestes a ocorrer, utiliza o modo indicativo, que retrata situações consideradas reais por parte de quem fala.
Quando ele quer narrar uma ação hipotética, utiliza o modo subjuntivo, que retrata situações consideradas possíveis.