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a) “Meu avô ganhou o desnome de Lavador de Pedra.”
Trata-se de um neologismo ou criação de palavra nova. O autor utilizou-se do prefixo des, que tem o sentido de negação, para criar um outro nome, ou seja, desnome seria o não nome, o outro nome, diverso do de batismo.
b) “Dali ele via os meninos rodando arcos de barril ao modo que bicicleta. Via os meninos em cavalo-de-pau correndo ao modo que montados em ema. Via os meninos que jogavam bola de meia ao modo que de couro. E corriam velozes pelo arruado ao modo que tivessem comido canela de cachorro.”
Aqui é tratada a comparação, que estabelece uma relação de semelhança entre elementos, por meio de termos comparativos, entre os quais: como, qual, feito, que nem, parece. Os escritores costumam utilizar comparações, estabelecendo relações de sentido ora previsíveis, ora inesperadas, entre as palavras.
Você também pode assistir ao vídeo do Canal Futura com a turma sobre as figuras de linguagem.
Dica: Professora, professor, o vídeo do Canal Futura tem a duração de 12 minutos, caso não seja possível assistir por completo, uma sugestão é escolher os trechos que podem ser mais interessantes para a sua turma.
a) “[…] e não vou deixar que tuas maluquices o infelicitem.”
Nessa fala da avó, em que ela usa a segunda pessoa do singular para se dirigir ao filho, substitui-se o filho (tu) por uma caracterização que o representa (“tuas maluquices”). A figura é a metonímia, o uso de um pormenor de uma pessoa no lugar da própria pessoa.
b) “[…] tirava um bolo de dinheiro do bolso e nos mandava comprar umas coisitas de ler.”
Essa passagem sugere que havia tanto dinheiro no bolso do avô que aquele monte de notas formava um bolo. Essa afirmação exagerada é chamada de hipérbole.
c) “Passar bem, senhor doutor.”
A fala da avó, ao despedir-se do filho depois de ter uma discussão com ele, sugere que ela lhe deseja o contrário do que está dizendo: em vez de passar bem, passar mal. O modo como chama o filho, de senhor doutor, é muito formal e também indica que ela está ironizando o fato de ele se achar muito sabido. Esse recurso, pelo qual se diz o contrário do que pensamos, é chamado de ironia.