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Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar… as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
Carlos Drummond de Andrade. Alguma Poesia.
São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 49.
Um ônibus lotado
um taxista estressado
um celular clonado
Um um sinal fechado
uma rua alagada.
Aqui não há roubo de galinhas
aqui não há conversa de varanda
porque varandas não há;
aqui não há promessas de novenas
porque novenas não há.
Não há.
Então…tá.
“Eta vida besta, meu Deus!”